Síndrome de Guillain-Barré
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Síndrome de Guillain–Barré (SGB) é uma fraqueza muscular de aparecimento súbito causada pelo ataque do sistema imunitário ao sistema nervoso periférico.[2] Os sintomas iniciais são geralmente dor ou alterações de sensibilidade e fraqueza muscular com início nos pés e nas mãos. Esta fraqueza muitas vezes espalha-se para os braços e parte superior do corpo, envolvendo ambos os lados. Os sintomas desenvolvem-se ao longo de um intervalo de algumas horas a algumas semanas.[2] Durante a fase aguda, a doença pode colocar a vida em risco, dado que 15% das pessoas apresentam fraqueza nos músculos respiratórios e necessitam de ventilação mecânica.[1] Algumas são afetadas por alterações funcionais no sistema nervoso autónomo, o que pode provocar anormalidades graves no ritmo cardíaco e na pressão arterial.[2]
Síndrome de Guillain–Barré | |
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Sinónimos | Síndrome de Guillain–Barré–Strohl, paralisia de Landry, polineurite pós-infecciosa[1] |
Especialidade | neurologia |
Sintomas | Fraqueza muscular com início nos pés e nas mãos[2] |
Início habitual | Rápido (horas a semanas)[2] |
Causas | Desconhecidas[2] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas, estudos da condução nervosa, punção lombar[2] |
Tratamento | Cuidados de apoio, imunoglobulina por via intravenosa, plasmaferese[2] |
Prognóstico | Recuperação em semanas a anos[2] |
Frequência | 2 em cada 100 000 pessoas por ano[2][3] |
Mortes | 7,5% das pessoas afetadas[1] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G61.0 |
CID-9 | 357.0 |
OMIM | 139393 |
DiseasesDB | 5465 |
MedlinePlus | 000684 |
eMedicine | emerg/222 neuro/7 pmr/48 neuro/598 |
MeSH | D020275 |
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A causa é desconhecida. O mecanismo subjacente envolve um distúrbio autoimune em que o sistema imunitário do corpo ataca por engano os nervos periféricos e causa danos no seu isolamento de mielina.[2] Esta disfunção imunitária pode ser espoletada por uma infeção ou, de forma menos comum, por cirurgia ou, raramente, por determinadas vacinas.[2][1] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e na exclusão de outras causas, e pode ser apoiado por exames como estudos da condução nervosa e análise do líquido cefalorraquidiano.[2] Existem vários subtipos de acordo com as áreas em que ocorre a fraqueza, com os resultados dos estudos de condução nervosa e com a presença de determinados anticorpos.[4] A doença é classificada como uma polineuropatia aguda.[1]
Nos casos mais graves, o tratamento imediato com imunoglobulina por via intravenosa ou plasmaferese, juntamente com cuidados de apoio, permite uma boa recuperação na maioria das pessoas. A recuperação pode levar de semanas a anos. Cerca de um terço das pessoas manifestam algum grau de fraqueza de forma permanente.[2] Em todo o mundo, cerca de 7,5% dos casos resultam em morte.[1] A síndrome de Guillain–Barré é uma doença rara, ocorrendo apenas entre um e dois casos por cada 100 000 pessoas em cada ano.[2][3] A prevalência da doença é igual entre ambos os sexos e entre as diversas regiões do mundo.[2][1] A síndrome é assim denominada em homenagem aos neurologistas franceses Georges Guillain e Jean Alexandre Barré, que descreveram a doença em conjunto com André Strohl em 1916.[5][6]