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Residente o Visitante ("Morador ou Visitante") é o segundo álbum da banda porto-riquenha Calle 13, lançado em 2008. O disco foi lançado após uma viagem do grupo pela América Latina. A jornada influenciou a sonoridade do lançamento, que conquistou prêmios Grammy Latino e figurou em paradas da Billboard. A viagem da dupla pelo continente rendeu um documentário, Sin Mapa (Sem Mapa), lançado em 29 de julho de 2009.
Residente o Visitante | |||||||
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Álbum de estúdio de Calle 13 | |||||||
Lançamento | 24 de abril de 2007 | ||||||
Gênero(s) | Música urbana, hip hop alternativo, música latina, reggaeton | ||||||
Duração | 60:20 | ||||||
Idioma(s) | espanhol | ||||||
Gravadora(s) | Sony BMG | ||||||
Produção | Elias de Léon e Visitante | ||||||
Cronologia de Calle 13 | |||||||
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Enquanto escreviam Residente o Visitante, a dupla viajou pela América do Sul em áreas habitadas por descendentes de ameríndios e africanos. Residente comentou sobre a viagem, falando que "nós vimos coisas horríveis, mas também coisas que eram incrivelmente lindas. Alguns dos contrastes são realmente intensos".[1] A dupla foi fortemente influenciada pela experiência; Visitante descobriu e comprou vários novos instrumentos incluindo uma quijada, um charango e um bombo legüero, todos usados na faixa "Llegale a Mi Guarida".[2] Residente e Visitante acreditam que escrever durante a viagem foi parte importante no rendimento da criatividade deles.[3] A viagem do grupo foi documentada em um filme chamado Sin Mapa, lançado em 29 de julho de 2009 no Festival Internacional de Cinema Latino de Nova Iorque e lançado posteriormente em DVD.[2]
Residente o Visitante foi gravado em vários países, pois a banda estava em turnê durante a confecção do álbum. Residente afirmou que a banda não sentiu nenhuma pressão para competir com o sucesso de Calle 13, considerando o processo de composição do segundo álbum mais suave que o do primeiro. "A maior diferença para nós naquela época era que nós tivemos mais oportunidades, mais ferramentas e mais dinheiro. Nós também estávamos em turnê ao mesmo tempo, diferentemente do primeiro. Eu me ocupei escrevendo durante as viagens, enquanto meu irmão escrevia a música."[3] Residente foi convidado pela rapper espanhola La Mala Rodríguez para ir à Espanha gravar uma colaboração.[4] Ele concordou e os dois gravaram a música "Mala Suerta Con el 13".[4]
No disco, a banda queria experimentar mais instrumentos ao vivo e estilos diversos. Margarita Diaz do NY Daily News citou Residente o Visitante como "um registro de viagem emocionante através dos sons e ritmos da América do Sul."[1] O compositor Visitante atribui a diversidade musical do álbum ao seu passado. Ele começou a estudar piano clássico aos seis anos, e, aos 17, juntou-se a várias bandas e tocou saxofone e teclados.[5] Residente o Visitante traz mais convidados que o primeiro disco, incluindo Tego Calderón, La Mala Rodríguez e a banda Orishas.[6]
A introdução para o álbum foi descrita por Elijah Wald do Los Angeles Times como sendo similar a "um amável coral barroco - exceto para quem fala espanhol, em cujo caso fica imediatamente evidente que é um cânone ornado das palavras mais sujas das gírias de rua de Porto Rico".[1][5] "Tango del Pecado" mistura tango e reggaeton, e foi descrita como "tango-tón".[1] A canção traz o produtor argentino Gustavo Santaolalla e seu Clube de Tango Bajofondo.[3] O rapper porto-riquenho Tego Calderón participa em "Sin Exagerar", que contém guitarras influenciadas pelo surf rock.[5] Já a canção "La Cumbia de los Aburridos" é influenciada pela cúmbia colombiana e é tocada em parte por um acordeão e uma equipe de trompas[3] "Un Beso De Desayuno" mistura música eletrônica, rap e bossa nova.[3]
Residente descreveu o álbum como sendo mais introspectivo e autobiográfico que o anterior.[3] Com as letras, ele queria mais autenticidade, tentando atacar assuntos não encontrados normalmente no reggaeton.[7] Ele explicou que ouvir o álbum é como assistir a um filme, em que pese o álbum retratar fatos reais e usar a profanidade para evocar a emoção em quem escuta.[7] Leila Cobo da Billboard escreveu que as letras do álbum vão do "humor juvenil à completa perversão".[8] A canção "Mala Suerte Con el 13", a colaboração do grupo com La Mala Rodríguez, é uma sátira da "atitude "macho" latina".[9] Ele queria desafiar e zombar dos papeis tradicionais de gêneros citando a filósofa feminista Judith Butler como uma influência: "Eu queria gravar um dueto entre um cara que é fraco e inadequado e uma mulher que é uma psicopata sexual e tem todo o poder do mundo. Um escárnio total dos estereótipos dos machos."[4][5] Da mesma forma, "Sin Exagerar" parodia a misoginia que Residente achou que saturava a cena reggaeton.[10]
O principal single do disco, "Tango del Pecado", é uma mensagem aos pais da então namorada de Residente, a ex-Miss Universo Denise Quiñones, que não aprovavam o relacionamento dos dois.[11] Ele explica que a canção expressa como ele vai começar a namorá-la a despeito das opiniões deles, e o autor Ed Morales observou que "é um chamado sobre a moralidade da América Latina. É apenas um convite para virar tudo de cabeça para baixo ao se agarrar ao feio e profano da vida e, você sabe, pedir às pessoas que sigam naquela jornada."[11] "Tango del Pecado" também gerou controvérsia devido ao cântico repetido de "Súbele el volumen a la música satánica" (aumente o volume da música satânica). Residente afirma que não criou o verso para gerar alguma reação, e disse: "nunca faço alguma coisa esperando alguma coisa. Eu faço coisas porque gosto delas".[9] "El Avión Se Cae" retrata os pensamentos de um passageiro de avião embriagado.[10] Em "P'al Norte", Residente discute os apuros de imigrantes nos Estados Unidos.[3] Segundo ele, "eu queria fazer isso porque eu acho que é um tema importante. E não apenas para os imigrantes nos Estados Unidos mas todo o resto. É uma canção com a qual os imigrantes podem se identificar, dominicanos assim como porto-riquenhos. Todas as pessoas trocam um país por outro pelas mesmas razões."[3] Apesar do álbum falar de imigração e a mudança para outros países, "La Crema" celebra a vida em Porto Rico.[10]
O nome do álbum é também o nome da dupla que forma o Calle 13, Residente (René Pérez) e Visitante (Eduardo Martínez). A origem dos nomes se dá na infância dos dois. Residente morava na Calle 13 (Rua 13) da subseção El Conquistador de Trujillo Alto, e Visitante frequentava o local semanalmente. Como o local era cercado por muros e portões, como um condomínio, o guarda no portão perguntava a qualquer transeunte que se aproximava: "¿Residente o visitante?" (Morador ou Visitante?)[12] Sendo Eduardo o visitante e René o morador, e tendo que se identificar assim toda vez que iam para a casa de Residente, eles adotaram esses nomes, e nomearam sua banda como Calle 13, em homenagem à rua.[13] O título também se refere ao status de imigrantes nos EUA.[10]
A capa do álbum mostra uma virgem com um cantil no ventre no formado do Sagrado Coração de Jesus.[14] Residente diz que a imagem representa imigrantes hispânicos vindo para os Estados Unidos, na tentativa de santificar os imigrantes e humanizar as imagens sagradas comuns na América Latina.[14] Uma imagem no encarte do CD mostra Residente com estigmas nas mãos.[14] Ele afirma que a foto tenta retratar Jesus como um "cara normal" que lida com lutas similares às das pessoas cruzando fronteiras.[14] Ele afirmou ainda que "obviamente, [a arte do CD] não é feita para pessoas que estão acostumadas a ver o cara com a mina de biquini em um carro com todas as jóias dela. Nós não viemos aqui para engaanar mais as pessoas.[14]
Residente o Visitante estreou em primeiro lugar na Billboard Top Latin Albums, destronando o até então líder Como ama una mujer, de Jennifer Lopez. Na Billboard 200, ele entrou na 52ª posição, com cerca de 12 mil cópias vendidas na primeira semana.[15][16] O álbum permaneceu na parada por quatro semanas.[17] Ele também estreou na 13ª colocação da Billboard Rap Albums.[17] Na Argentina, o álbum foi certificado como Ouro pela Cámara Argentina de Productores de Fonogramas y Videogramas (CAPIF).[18][ligação inativa]
O single "Tango del Pecado" alcançou a 14ª colocação da Latin Rhythm Airplay Chart.[19] "La Cumbia de los Aburridos", chegou à 31ª posiçao na Latin Songs.[20] "Pa'l Norte", o terceiro single, chegou à 27ª colocação na mesma parada e à 40ª na Regional Mexican Songs.[21] O quarto e último single, "Un Beso de Desayuno", não conseguiu chegar a nenhuma parada.[22]
O álbum foi bem recebido pela crítica em geral. Jason Birchmeier do Allmusic deu 4/5 estrelas para o disco, ressaltando os estilos musicais diversos do álbum e seu lirismo único: "Residente é um rapper dotado que se equipara a Eminem em termos de perspicácia e divertimento enquanto que Visitante é também um produtor dotado que cria faixas com múltiplas camadas que raramente soam parecidas".[6] Andrew Casillas da Stylus Magazine Deu uma nota A- ao disco, chamando-o de "um álbum inovador".[23] Andrew elogiou os raps de Residente, considerou seu desempenho "uma revelação" e considerou a canção "Un Beso de Desayuno" como a "maior conquista da banda: uma canção de reggaeton de amor."[23] Ele criticou, contudo, a duração do álbum (acima do que ele recomendaria) e afirmou que "Uiyi Guaye" parece o "Pato Donald numa esteira".[23]
Olivia Muñoz do The Philadelphia Inquirer considerou o disco "esquisito, sedutor, hilário e que faz pensar, tudo ao mesmo tempo", e apesar dos temas não convencionais de letras, ela considerou muitas das canções "surpreendentemente dançáveis".[24] Phil Freeman da The Village Voice achou o álbum "mais pensativo e com uma mente musicalmente mais aberta" que o anterior, e considerou que o álbum deu a Residente "uma plataforma para uma consciência política mais explícita do que alguns possam ter previsto", em especial as faixas "Pal Norte" e "La Cumbia de los Aburridos".[25] Agustin Gurza do Los Angeles Times considerou o álbum "mais maduro, embora não menos escandaloso" que o anterior, e elegeu "Tango del Pecado" e "Pal' Norte" como "duas das canções mais emoráveis do ano."[26]
Nuria Net da Vibe foi menos favorável. Na sua concepção, o "apelo de produto 'de ponta'" do álbum de estreia foi "reduzido a letras vulgares" em Residente o Visitante, escrevendo que "apesar deste segundo álbum mostrar um respiro impressionante, balançando do reggaeton para a cúmbia e o tango, as poderosas críticas sociais do Calle 13 não são mais do que uma memória."[27]
No Grammy Latino de 2007, em 8 de novembro do mesmo ano, Residente o Visitante recebeu dois prêmios: Melhor Álbum de Música Urbana e Melhor Canção de Música Urbana por "Pal' Norte".[28][29] Ele também foi indicado para o Álbum do Ano e Melhor Vídeo Musical - Versão Curta pelo clipe de "Tango del Pecado".[30] Na cerimônia, o Calle 13 se apresentou com a banda Orishas e o grupo de dança Stomp. Agustin Gurza, do Los Angeles Times, considerou a apresentação como "um momento celebratório tanto quanto sedicioso".[30] Em 2009, o site de música latina Club Fonograma elegeu Residente o Visitante como o 5º melhor álbum da década.[31]
Todas as letras escritas por Residente, todas as músicas compostas por Visitante.
N.º | Título | Duração | |
---|---|---|---|
1. | "Intro" | 1:48 | |
2. | "Tango del Pecado (com Bajofondo Tango Club & Panasuyo)" | 4:13 | |
3. | "La Fokin' Moda" | 3:26 | |
4. | "Sin Exagerar (com Tego Calderón)" | 3:26 | |
5. | "Mala Suerta Con el 13 (com La Mala Rodríguez)" | 4:30 | |
6. | "Llégale a Mi Guarida (com Vicentico)" | 4:24 | |
7. | "Un Beso de Desayuno" | 4:51 | |
8. | "Uiyi Guaye" | 5:05 | |
9. | "Algo Con-Sentido" | 4:40 | |
10. | "Pal' Norte (com Orishas)" | 4:41 | |
11. | "La Cumbia de los Aburridos" | 4:07 | |
12. | "A Limpiar el Sucio" | 4:13 | |
13. | "El Avión Se Cae" | 4:18 | |
14. | "La Crema" | 4:01 | |
15. | "La Era de la Copiaera" | 4:37 | |
Duração total: |
59:80 |
N.º | Título | Letras | Música | Duração | |
---|---|---|---|---|---|
16. | "Japón" | 3:59 | |||
17. | "Suave (remix)" | 3:25 | |||
Duração total: |
7:24 |
Parada (2007) | Maior posição |
---|---|
Billboard 200[17] | 52 |
Billboard Top Latin Albums[17] | 1 |
Top Rap Albums[17] | 13 |
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