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No norte da Europa, a Renascença se materializou em torno da visão do realismo intenso da obra de Albrecht Dürer. Nos Países Baixos, os pintores seguiram o impulso setentrional para a observação precisa e para o naturalismo, no âmbito das paisagens e retratos. Assim como na Itália, a Renascença setentrional terminou com o Maneirismo, que durou uma geração a mais que na Itália.
Dois pintores flamengos equilibraram-se na divisa entre o mundo gótico e o renascentista: Jan Gossaert e Joachim Patinir. Gossaert até trabalhou na Itália e inventou para si uma assinatura italianizada: Mabuse.
Se a França pode ser considerada setentrional, pelo menos no sentido de não ser italianizada, então Jean Clouet e a Escola de Fontainebleau são exemplos notáveis de uma Renascença pinturesca no norte da Europa. Rosso Fiorentino e Francesco Primaticio trouxeram sua refinada influência para Fontainebleau. A Escola de Fontainebleau baseava-se no refinamento italiano, mas em suas obras há um inegável realismo flamengo.
Joachim Wtewael, que nasceu nos Países Baixos mas viajou pela Itália e França, tornou-se destacado representante do estilo maneirista flamengo. Outro eminente pintor maneirista foi Bartholomeus Spranger. Tornou-se pintor da corte de Rodolfo II e exerceu muita influência na Escola de Haarlem.
A pintura de paisagens tornou-se uma das mais duradouras marcas da pintura norte-européia do século XVI. Antes, houvera as pequenas paisagens de camafeu, vislumbradas por janelas e portas de cenas de interiores. É Joachim Patinir quem fornece o elo entre o mundo gótico e o renascentista. Se Gossaert é um elo entre o norte e o sul, Patinir é o mediador entre o passado e o futuro. Há nele a influência de Albrecht Dürer, cujas gravuras já estavam disponíveis na época, e as iluminuras medievais.
O único rival de Dürer ao título de maior artista norte-europeu é Pieter Brueghel o velho. Nascido em Breda, no Brabante holandês, foi ancestral de um clã de pintores. A influências mais fortes de sua obra foram de Bosch e Patinir. Em suas pinturas há uma continuidade flamenga, das fantásticas criações de Bosch e das paisagens de Patinir. Executou uma série sobre os meses do ano, que se assemelhava à obra dos Irmãos Limbourg, pintada para um rico cidadão de Antuérpia.
Karel van Mander escreveu uma grande obra com a biografia de pintores flamengos da época, chamada Schilderboeck, comparável à do italiano Giorgio Vasari.
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