Protestos em Hong Kong em 2019–2020
manifestações pró-democracia e outras desobediências civis / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os protestos em Hong Kong em 2019 são uma série de manifestações em Hong Kong e em cidades da República Popular da China que começaram em 31 de março de 2019, exigindo a retirada do projeto de lei de extradição, proposto pelo Governo de Hong Kong. Teme-se que o projeto de lei faça com que a região administrativa se abra ao alcance da lei chinesa e que as pessoas de Hong Kong fiquem sujeitas a um sistema legal diferente, ou seja, se promulgada, a lei permitiria às autoridades locais deter e extraditar pessoas que são procuradas em territórios com os quais Hong Kong não possui acordos de extradição, incluindo a China continental e Taiwan.[14][15] Alguns temem que o projeto coloque os cidadãos de Hong Kong e visitantes sob jurisdição na China continental, prejudicando a autonomia da região e os direitos dos cidadãos.[16][17][18][19] Vários protestos realizaram-se em Hong Kong pelo público em geral e pelas comunidades legais. Entre eles, o protesto realizado em 9 de junho pela Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH), que a organização estima que teve a participação de 1.03 milhão de pessoas, ganhou grande cobertura em massa da mídia.[20] Protestos em outros lugares também aconteceram por pessoas estrangeiras de Hong Kong. Apesar das manifestações generalizadas, o governo insiste na aprovação do projeto, afirmando que a lei é urgente e que a "brecha" legal deve ser corrigida.[21]
Protestos em Hong Kong em 2019–2020 | |||||||||||||
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Manifestação de 16 de junho | |||||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||||
反對修例方
Protestantes (sem liderança centralizada)
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支持修例方
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Líderes | |||||||||||||
Protestantes
(sem liderança centralizada) |
Governo
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Lesões e prisões | |||||||||||||
Mortes: 10 (8 por suicídio) (desde julho de 2019)[8][9][10][11] Feridos: 2 600+ |
Protestos em Hong Kong em 2019–2020
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Chinês tradicional: | 反逃犯條例修訂運動 | ||||||||||||
Chinês simplificado: | 反逃犯条例修订运动 | ||||||||||||
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Protestos anti-repatriação | |||||||||||||
Chinês tradicional: | 反送中運動 | ||||||||||||
Chinês simplificado: | 反送中运动 | ||||||||||||
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Em 12 de junho, os protestos do lado de fora do Conselho Legislativo acabaram em confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, com pelo menos 79 pessoas feridas e outra rodada de atenção internacional. Em 15 de junho, a executiva-chefe Carrie Lam anunciou que suspenderia a proposta de lei por tempo indefinido.[22] Outro protesto em massa, pedindo para o governo a retirar o projeto de lei e para Lam deixar o cargo de executivo-chefe, ocorreu em Victoria Park, em 16 de junho de 2019. Segundo os organizadores, estima-se que quase dois milhões de pessoas tenham participado dos protestos. Se a contagem for verdadeira, seria o maior protesto na história de Hong Kong.[23][24] Em 1 de julho, centenas de milhares de pessoas participaram das marchas anuais de julho.[25] Uma parte desses manifestantes se separou da marcha e invadiu o Complexo do Conselho Legislativo, vandalizando os símbolos do governo central.[26] A presidente-executiva, Carrie Lam, que suspendeu o projeto de extradição em 15 de junho, disse que estava "morto" em 9 de julho, mas parou antes de uma retirada completa.[4] Lam condenou a invasão no Complexo do Conselho Legislativo como "extremamente violenta" e pediu que a população "volte à calma o mais rápido possível".[27] Os membros do Conselho Executivo de Regina Ip e Bernard Charnwut Chan disseram que o governo não pretende fazer novas concessões.[28]
Os protestos continuaram durante o verão, transformando-se em confrontos cada vez mais violentos, incluindo o ataque Yuen Long de 22 de julho de 2019, entre policiais, ativistas, membros da tríade pró-Pequim e moradores locais em mais de 20 diferentes bairros da região.[29] Enquanto as manifestações continuam, os protestantes pedem um inquérito independente sobre a brutalidade policial, a libertação de manifestantes presos, uma retratação da caracterização oficial dos protestos como "tumultos" e eleições diretas para escolherem os membros do Conselho Legislativo e o Chefe do Executivo.[28] Manifestações em larga escala ocorreram no 70º aniversário da República Popular da China, com um manifestante estudantil de 18 anos morto a tiros pela polícia em 1º de outubro. Tentando conter os protestos, a Chefe do Executivo no Conselho invocou a Portaria de Regulamentos de Emergência em 4 de outubro para implementar uma lei anti-máscara.[30]
Após o cerco da Universidade Politécnica de Hong Kong, a vitória sem precedentes do campo pró-democracia nas eleições do Conselho Distrital em novembro e a pandemia de COVID-19 no início de 2020 trouxeram um pouco de descanso. As tensões aumentaram novamente em maio de 2020 após a decisão de Pequim de promulgar uma lei de segurança nacional para Hong Kong antes de setembro. Isso foi visto por muitos como uma ameaça às liberdades políticas fundamentais e liberdades civis ostensivamente consagradas na Lei Básica de Hong Kong, e levou a comunidade internacional a reavaliar suas políticas em relação a Hong Kong, que eles consideravam não ser mais autônomos.