Políptico das Sete Dores de Maria
políptico de Quentin Matsys / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Políptico das Sete Dores de Maria era um políptico de oito pinturas a óleo sobre madeira de carvalho criado de 1509 a 1511, tratando-se provavelmente de obra colectiva com participação proeminente do artista flamengo Quentin Metsys (1466-1530), e que decorou o altar-mor do Convento da Madre de Deus, no bairro de Xabregas em Lisboa, estando actualmente os vários painéis dispersos por três museus.
O Políptico das Sete Dores de Maria era composto por um painel central, a Virgem das Dores, e sete painéis laterais, sendo a Apresentação do Menino no Templo, o Descanso na Fuga para o Egipto, o Menino Jesus entre os Doutores, Cristo a Caminho do Calvário, o Calvário, a Lamentação e S. João Evangelista e as Santas Mulheres depois do enterro de Cristo, que correspondem às Sete Dores da Virgem Maria da devoção católica.
O painel central, Virgem das Dores, e cinco painéis laterais, a Apresentação do Menino no Templo, o Menino Jesus entre os Doutores, Cristo a Caminho do Calvário, a Lamentação e S. João Evangelista e as Santas Mulheres depois do enterro de Cristo encontram-se no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, o Calvário no Museu Dom João VI do Rio de Janeiro, e o Descanso na Fuga para o Egipto no Museu de Arte de Worcester (Massachusetts).
O retábulo do altar primitivo da igreja do Convento da Madre de Deus de Xabregas, em Lisboa, deveria ser da invocação das "Sete Dores" de Maria. Dado que o Convento foi fundado por D. Leonor, viúva de D. João II e irmã do reinante D. Manuel I, em 1509, é de crer que a encomenda deste Políptico tenha sido efectuada imediatamente, havendo autores como Max Friedländer que consideram que a feitura dos quadros tenha ocorrido entre 1504 e 1511. Com efeito, segundo um documento publicado por Reynaldo dos Santos, em 1513 D. Manuel ofereceu aquele Convento um pano para cobrir as pinturas do altar-mor.[2]
Ignora-se se a encomenda foi da própria Rainha ou de qualquer outra entidade, nacional ou estrangeira, que quisesse obsequiá-la, admitindo Reynaldo dos Santos que tenha sido João Brandão, feitor em Antuérpia, o intermediário entre a Rainha e o Pintor e que a obra já estivesse colocada no Convento em 1513.[3]
Para Dagoberto Markl e Fernando Pereira, o Políptico das Sete Dores de Maria é uma das principais obras de Quentin Metsys em terras portuguesas e que decoraria provavelmente o altar-mor do Convento da Madre de Deus, sendo esta também a convicção do historiador Luís Reis Santos.[3]