Filostomídeos[2] (em latim: Phyllostomidae) é uma família de morcegos encontrada em regiões tropicais e subtropicais das Américas, cujos representantes são caracterizados por possuírem uma folha nasal, membranosa em forma de lança ou ovalada, na extremidade do focinho. Entretanto, na subfamília Desmodontinae, a folha nasal é reduzida.[3] A folha nasal auxilia na emissão de ultrassons usados no sistema de ecolocalização destes morcegos. O grupo é o segundo em número de espécies na ordem Chiroptera e agrupa 55 gêneros e 160 espécies,[1] incluindo os morcegos conhecidos como vampiros. A família Phyllostomidae é tradicionalmente dividida em 6 subfamílias: Phyllostominae, Phyllonycterinae, Glossophaginae, Carolliinae, Stenodermatinae e Desmodontinae.[4] Contudo, estudos de filogenia molecular propõem que as subfamílias Phyllostominae e Carolliinae são, respectivamente, polifilética e parafilética, e precisam ser subdivididas.[5][6]Uma proposta recente classifica a família em 11 subfamílias.[6]
É a família de morcegos mais numerosa no território brasileiro, com pelo menos 90 espécies.[7] É também a família de mamíferos com a maior diversidade de hábitos alimentares.[8] Os morcegos filostomídeos participam de todas as funções e serviços ecossistêmicos nas quais morcegos em geral estão envolvidos, desde a dispersão de sementes até a predação de insetos.[9]
A família Phyllostomidae é classificada na superfamília Noctilionoidea, junto com as famílias Mystacinidae, Furipteridae, Noctilionidae, Mormoopidae e Thyropteridae.[10] Todas as famílias de Noctilionoidea, exceto Mystacinidae que é endêmica da Nova Zelândia com registro fóssil para a Austrália, possuem distribuição predominantemente neotropical, indicando uma origem gondwânica para a superfamília. O grupo-irmão de Phyllostomidae é Mormoopidae, a família que inclui os gêneros Pteronotus e Mormoops.[10]
Os fósseis mais antigos de Phyllostomidae são de La Venta, Colômbia e datam do Mioceno médio, com aproximadamente 16 milhões de anos.[11] Os gêneros mais antigos no registro fóssil são Notonycteris†, Palynephyllum†, e Tonatia. Dentre as espécies extintas no Pleistoceno merece destaque o morcego-vampiro gigante, Desmodus draculae, registrado no Brasil em São Paulo e Minas Gerais.[12]
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Hoofer, S.R.; Baker, R.J. (2006). «Molecular systematics of Vampyressine bats (Phyllostomidae: Stenodermatinae) with comparison of direct and indirect surveys of mitochondrial DNA variation». Molecular Phylogenetics and Evolution. 39 (2): 424-438 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)