Parque Güell
parque urbano em Barcelona / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Parque Güell (em catalão: Parc Güell, em castelhano: Parque Güell, embora a grafia original fosse Park Güell) é um grande parque urbano com elementos arquitetónicos situado no distrito de Gràcia da cidade de Barcelona, na vertente virada para o mar Mediterrâneo do Monte Carmelo, não muito longe do Tibidabo. Originalmente destinado a ser uma urbanização, foi concebido pelo arquiteto Antoni Gaudí, expoente máximo do modernismo catalão, por encomenda do empresário Eusebi Güell.[1] Construído entre 1900 e 1914, revelou-se um fracasso comercial e foi vendido à Câmara Municipal de Barcelona em 1922, tendo sido inaugurado como parque público em 1926.[2] Em 1969 foi nomeado Monumento Histórico Artístico de Espanha, e em 1984 foi classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, incluído no sítio Obras de Antoni Gaudí.[3] No recinto do parque, numa casa onde Gaudí morou durante quase vinte anos, funciona desde 1963 a Casa-Museu Gaudí, cujo acervo inclui objetos pessoais e obras de Gaudí e de alguns dos seus colaboradores.[4]
Parque Güell Parc Güell • Park Güell | |
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Terceira fonte da escadaria com El Drac, o emblemático réptil coberto de trencadís | |
Arquiteto | Antoni Gaudí |
Início da construção | 1900 |
Fim da construção | 1914 (110 anos) |
Inauguração | 1926 |
Proprietário inicial | Eusebi Güell |
Proprietário atual | Câmara Municipal de Barcelona |
Função atual | parque urbano |
Website | parkguell |
Área | 1 718 000 m² |
Património Mundial | |
Designação | Obras de Antoni Gaudí |
Critérios | (i) (ii) (iv) |
Ano | 1984 |
Referência | 320 en fr es |
Ano | 1969 |
Património nacional | |
Classificação | Bem de Interesse Cultural |
Geografia | |
País | Espanha |
Comunidade autónoma | Catalunha |
Cidade | Barcelona |
Coordenadas | 41° 24' 49" N 2° 9' 10" E |
Localização em mapa dinâmico |
O parque foi concebido por Güell e Gaudí como um conjunto estruturado onde, dentro de um incomparável quadro de beleza natural, se situariam habitações de luxo, com todos os progressos tecnológicos da época e acabamentos de grande qualidade artística.[1] Não se sabe ao certo o que Güell e Gaudí pretendiam alcançar, visto que não restam registos a esse respeito, mas parece óbvio que o parque se destinava a um grupo seleto e não ao público em geral, e que está recheado de referências a ideias, fantasias e ideais que eram importantes para ambos,[5] como o catalanismo político e a religião católica, em todo caso com um certo caráter misterioso devido ao gosto da época por enigmas e adivinhas.[6]
O Parque Güell é um reflexo da plenitude artística de Gaudí; pertence à sua etapa naturalista (década de 1900), período no qual o arquiteto catalão aperfeiçoou o seu estilo pessoal, inspirando-se nas formas orgânicas da natureza e pondo em prática uma série de novas soluções estruturais originadas na sua análise da geometria regrada. A isso acrescentou uma grande liberdade criativa e uma imaginativa criação ornamental; partindo de um certo barroquismo, as suas obras adquirem grande riqueza estrutural, de formas e volumes desprovidos de rigidez racionalista ou de qualquer premissa clássica.[7] No entanto, embora contenha vários elementos característicos da fase final da carreira de Gaudí, como a preferência por colunas inclinadas e o uso do trencadís, o parque apresenta uma mistura de elementos de diferentes estilos (românico, barroco, dórico, pré-romano, etc.) que remete para as suas primeiras obras.[8] Uma das características mais marcantes do Parque Güell é o contraste entre as texturas e cores dos diferentes materiais de construção (cerâmica brilhante e multicolorida versus pedra rústica castanha), tão apreciado pelos arquitetos do modernismo catalão.[8]