Palácio de Estoi
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Palácio de Estoi, igualmente conhecido como Casa de Estói, Quinta de Estói e Quinta do Carvalhal, e originalmente como Jardim de Estoy, é um edifício histórico situado nas imediações da localidade de Estói, no município de Faro, na região do Algarve, em Portugal. Parte do complexo do Palácio de Estoi é ocupado por uma unidade hoteleira.[1] É considerado como um dos principais monumentos do Algarve, devido à sua riqueza tanto arquitectónica como decorativa, combinando elementos dos estilos barroco, rococó, neoclássico e romântico.[2] Foi classificado como Imóvel de Interesse Público.[3]
Palácio de Estói | |
---|---|
Fachada principal do Palácio | |
Tipo | Palácio |
Início da construção | século XVIII |
Inauguração | Maio de 1909 |
Restauro | século XXI |
Função inicial | Residencial |
Proprietário atual | Grupo Pestana Autarquia de Faro |
Função atual | Pousada |
Website | Página oficial |
Património Nacional | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público |
Ano | 1977 |
DGPC | 74002 |
SIPA | 1546 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localidade | Estoi |
Coordenadas | 37° 5' 47.79" N 7° 53' 44.05" O |
Localização em mapa dinâmico |
O complexo do Palácio de Estoi é de grandes dimensões, sendo formado essencialmente por dois elementos, uma antiga casa senhorial e os jardins.[4] A casal senhorial é constituída por vários volumes, formando sensivelmente uma estrutura em forma de U, com o Jardim do Carrascal no centro.[5] Integra-se principalmente nas linhas barrocas italianas, com vários elementos noutros estilos.[6] Esta variedade de estilos e formas nem sempre constitui uma combinação harmoniosa, gerando incoerências entre os elementos, criando desta forma algumas disposições que quase se podem considerar como kitsch.[7]
No seu interior conta com várias salas ricamente ornamentadas e mobiladas,[6] tendo a decoração utilizado o modelo francês do século XVIII.[2] Um dos mais destacados espaços do palácio é a capela, com uma torre sineira,[6] e um interior no estilo Luís XV,[8] com forro de azulejos e tecto pintado.[9] Os extensos jardins estão organizados em três níveis, e são parcialmente conjugados com diversas áreas para produção agrícola.[4] Esta área também está profusamente decorada com árvores exóticas, esculturas e azulejos, seguindo principalmente o barroco.[4] Entre os elementos mais destacados estão um presépio setecentista,[6] a escultura das Três Graças, fabricada em Pisa, e o conjunto da Fonte de Ossónoba,[10] e duas esculturas de pastores em mármore de Carrara.[11] No terceiro piso realçam-se igualmente os dois mirantes, decorados com pinturas de Francisco Sousa Alves.[10] O conjunto de azulejos dos jardins incluem painéis polímcromos no nível intermédio,[10] e os painéis em tons azuis e brancos, da autoria de José Maria Pereira Junior, no plano mais elevado.[10]
O palácio tem a sua origem numa quinta do século XVIII, fundada pelo marechal Francisco de Pereira Coutinho,[12] que estava ligado à alta nobreza, tendo provavelmente sido inspirada no Palácio Nacional de Queluz.[13] A quinta foi construída num período de grandes alterações económicas e sociais na região, com as famílias burguesas a ganharem poder nos centros urbanos, relegando as antigas famílias nobres para as suas propriedades no interior algarvio.[12] A construção do palácio em si só se iniciou em meados do século XIX, pelo seu filho, Fernando de Carvalhal e Vasconcelos,[6] que terá sido influenciado pelo Palácio da Pena, em Sintra.[5] Porém, este faleceu antes da conclusão das obras, que foram retomadas pelo seu irmão Luís Filipe do Carvalhal, embora tenha igualmente expirado antes do palácio estar construído.[5] Assim, a propriedade passou para o irmão mais novo, José Maria Pereira do Carvalhal,[12] e depois para as suas irmãs.[2] A propriedade ficou ao abandono até à década de 1890, quando foi comprada por José Francisco da Silva, que reiniciou as obras, tendo o palácio sido inaugurado em Maio de 1909, num evento de grande solenidade que durou três dias.[10] José Francisco da Silva faleceu em 1926, tendo o palácio depois passado por vários proprietários,[10] levando à sua progressiva degradação.[5] Apesar de ter sido classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977,[3] os primeiros passos para o restauro do palácio só foram dados nos finais da década de 1980, quando foi adquirido pelo município de Faro.[2] O monumento foi alvo de extensas obras de conservação ao longo da década de 1990,[2] e nessa altura começou a ser planeada a sua conversão numa pousada, como forma de promover a sua rentabilização.[14] Em 2003 iniciaram-se as obras de adaptação a pousada,[1] que foi inaugurada na Páscoa de 2009.[15]