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Nova história política
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A nova história política é uma abordagem historiográfica que se concentra na compreensão dos fenômenos políticos ao longo do tempo, abrangendo uma diversidade de atores sociais, práticas e discursos. A nova história política investiga como as relações de poder se constroem e se transformam, levando em consideração fatores sociais, culturais, econômicos e ideológicos, dando destaque às perspectivas das pessoas comuns e grupos marginalizados. Além disso, essa abordagem estuda questões globais, como segurança econômica, violência política e terrorismo, bem como a influência de organizações não governamentais, relações transnacionais e a globalização nas políticas de migração. A nova história política representa uma perspectiva renovada da história política tradicional, pois analisa as práticas simbólicas e discursivas da política, indo além das estruturas institucionais tradicionais. Desse modo, busca ampliar a compreensão do campo da política, explorando tópicos como o comportamento dos eleitores, grupos de pressão, intelectuais, opinião pública, partidos políticos e mídia, por exemplo.
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O século XIX presenciou o auge da história política tradicional, caracterizada pelo paradigma positivista que visava a busca pela verdade histórica através da análise objetiva das fontes documentais. A história política tradicional tinha como foco narrativas lineares que tratavam das elites políticas e dos Estados nacionais. No entanto, a partir do início do século XX, a história política tradicional foi alvo de críticas devido à sua natureza elitista e reducionista dos fenômenos analisados. Esse período marcou o início de uma transição da historiografia política em direção à abordagens mais abrangentes no estudo dos fenômenos políticos. Assim, a nova história política surge na segunda metade do século XX como uma resposta às limitações metodológicas da história política tradicional.
A nova história política surgiu em meio a um amplo movimento de desenvolvimento de outros campos do conhecimento, como ciência política e sociologia por exemplo, e por isso passou a abordar de forma inovadora a análise dos fenômenos históricos vinculados à política, considerando uma grande variedade de atores sociais por meio de uma abordagem interdisciplinar. Expandindo a análise das relações de poder para além das instituições formais e atuação das elites políticas, a nova história política foi influenciada por teóricos como Antônio Gramsci, Pierre Bourdieu e Michel Foucault, incluindo no seu escopo de análise os aspectos informais de manifestação do poder no cotidiano e na cultura, destacando as complexas relações de dominação e resistência para ampliação de fontes e perspectivas, algo que possibilitou a compreensão mais profunda das dinâmicas políticas em sociedade.
O processo de surgimento da nova história política se destacou pela heterogeneidade geográfica e epistemológica, pois nos Estados Unidos por exemplo, os primeiros autores publicaram na década de 1970, e somente a partir de 1990, o campo ganhou fôlego ao produzir obras enfocando a participação política de grupos historicamente excluídos, como mulheres e afro-americanos. Na França, observamos que a nova história política emergiu na década de 1970 por influência da Escola do Annales, expandindo o estudo dos fenômenos políticos para os aspectos culturais e simbólicos. Já na Alemanha, o processo de surgimento vem desde a década de 1960, com forte ênfase em aspectos da política vinculados à ideias, valores e política simbólica.