Estilo neoislâmico
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O estilo neoislâmico, também neomourisco,[1] neomudéjar ou neoárabe, foi um estilo artístico revivalista e romântico, surgido na Europa no século XIX, que buscava imitar e recriar a arte islâmica antiga.
O neoislâmico foi um reflexo do fascínio pelo exótico da cultura e a arte dos países do Oriente (Orientalismo) que se espalhou pela Europa especialmente a partir de finais do século XVIII. Várias fontes de inspiração foram utilizadas, incluindo a arte do Império Otomano, do Norte da África e Andaluzia, do Médio Oriente e do Império Mogol na Índia.
O neoislâmico foi particularmente utilizado na arquitetura, sendo por isso considerado parte da arquitetura historicista. Muitas vezes foi misturado a outros estilos, dando origem a edificações ecléticas. Edificações antigas que serviram de modelos para projetos "neo" incluem mausoléus mogóis como o Taj Mahal na Índia e palácios como a Alhambra, na Andaluzia, Espanha.
Na arquitetura, algumas dos primeiras manifestações do estilo foram realizadas por arquitetos ingleses. Entre 1815 e 1822, o arquiteto John Nash redesenhou o Pavilhão Real de Brighton, na Inglaterra, em um estilo exótico que imita a arquitetura indiana de influência mogol, incluindo cúpulas em forma de cebola e minaretes. Um pouco mais tarde, entre 1830 e 1848, o arquiteto Edward Blore construiu o Palácio Vorontsov, em Alupka, Ucrânia, em estilo islâmico influenciado pelos mausoléus da Ásia Central como residência para um príncipe local. Seguindo o gosto orientalista em voga no século XIX, os estilos neo-islâmicos logo se espalharam pelos outros países europeus e às Américas.
Na Europa, muitas sinagogas foram construídas em estilos neoislâmicos, devido à crença de que a época de dominação islâmica na Ibéria medieval correspondeu a uma idade de ouro para o Judaísmo. Um exemplo antigo foi a Sinagoga de Dresden (Alemanha, destruída na Noite dos cristais), construída entre 1839 e 1840 pelo renomado arquiteto Gottfried Semper com discreta decoração neoislâmica misturada com elementos neobizantinos e neorromânicos. Exemplos de antigas sinagogas em estilo neoislâmico ainda existentes são a Sinagoga de Dohány em Budapeste (Hungria), construída entre 1854 e 1859; a Nova Sinagoga em Berlim, construída entre 1859 e 1866 (reconstruída); a Sinagoga Espanhola de Praga (República Tcheca), construída a partir de 1868 e a Sinagoga de Florença (Itália), construída entre 1874 e 1882. Muitas outras sinagogas importantes em estilo neoislâmico ainda existem na Polônia, República Tcheca, Hungria, Rússia, Bulgária (Sinagoga de Sófia), Bósnia (Sinagoga de Sarajevo), além dos Estados Unidos.