![cover image](https://wikiwandv2-19431.kxcdn.com/_next/image?url=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/29/Ancient_version_of_the_Taijitu_by_Lai_Zhi-De%252C_sideways.svg/langpt-640px-Ancient_version_of_the_Taijitu_by_Lai_Zhi-De%252C_sideways.svg.png&w=640&q=50)
Não-dualismo
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Não-dualismo,[nota 1] também chamado de não-dualidade,[nota 2] significa "não dois" ou "um indivisível sem um segundo".[1][2] É encontrado em uma variedade de tradições religiosas asiáticas[3] e na espiritualidade ocidental moderna, mas com uma variedade de significados e usos.[3][4] Não-dualismo na espiritualidade refere-se principalmente a um atribuído estado maduro de consciência, no qual a dicotomia do eu-outro seria "transcendida" e a consciência é descrita como "sem centro" e "sem dicotomias". Embora esse estado de consciência possa parecer espontâneo,[nota 3] geralmente segue uma preparação prolongada por meio de práticas ascéticas ou meditativas/contemplativas, que podem incluir injunções éticas. As descrições da consciência não dual podem ser encontradas no Hinduísmo (Turiya, sahaja, advaita), Budismo (vacuidade, pariniṣpanna, rigpa), Islã (Wahdat al Wujud, Fanaa e Haqiqah) e tradições ocidentais cristãs e neoplatônicas (henosis, união mística).
![Thumb image](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/29/Ancient_version_of_the_Taijitu_by_Lai_Zhi-De%2C_sideways.svg/640px-Ancient_version_of_the_Taijitu_by_Lai_Zhi-De%2C_sideways.svg.png)
A perspectiva filosófica ou religiosa não dual geralmente afirma que não há nenhuma distinção fundamental entre mente e matéria, considerando a divisão como artificial e, a maioria, que o mundo fenomenal é uma ilusão. Muitas tradições (principalmente da Ásia) afirmam que a verdadeira condição ou natureza da realidade é não-dual, e que as dicotomias são conveniências irrealistas ou imprecisas. O não-dualismo ou não-dualidade é contrário ao conceito de dualismo ou dualidade, que é constituído pela manifestação de coisas na existência de dois princípios supremos, incriados, independentes, irredutíveis e antagônicos.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ea/Indrasnet.jpg/640px-Indrasnet.jpg)
A ideia asiática do não-dualismo é desenvolvida nas filosofias védicas e pós-védicas hindus, bem como nas tradições budistas.[5] Os vestígios mais antigos do não-dualismo no pensamento indiano são encontrados nas Upanixades hindus anteriores, como Brihadaranyaka Upanishad, bem como em outras Upanixades pré-budistas, como o Chandogya Upanishad, que enfatiza a unidade da alma individual chamada Atman e o Supremo chamado Brahman. No hinduísmo, o não-dualismo é mais comumente associado à tradição Advaita Vedanta de Adi Shankara,[6] mas também é presente em outras vertentes, como no xivaísmo da Caxemira.[7] O siquismo comumente ensina a dualidade entre Deus e os homens, mas foi dada uma interpretação não dual por Bhai Vir Singh.
![Thumb image](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Chakrasamvara_Vajravarahi.jpg/320px-Chakrasamvara_Vajravarahi.jpg)
Na tradição budista, a não-dualidade está associada aos ensinamentos da vacuidade (śūnyatā) e à doutrina das duas verdades, particularmente o ensino de Madhyamaka da não-dualidade da verdade absoluta e relativa,[8] a noção Iogachara de "somente mente/pensamento" (citta-matra ou "somente representação" (vijñaptimātra)[6] e o ensino dzogchen, que, em tibetano, significa "não dois". Esses ensinamentos, juntamente com a doutrina da natureza búdica, foram conceitos influentes no desenvolvimento subsequente do budismo maaiana, não apenas na Índia, mas também no budismo do leste asiático e tibetano (como no shentong), principalmente no Huayan, Tiantai, Chán (Zen) e Vajrayana.
O taoísmo ensina a ideia de uma força universal sutil única ou poder criativo cósmico chamado Tao (literalmente "caminho").[9] O conceito de Yin e Yang, muitas vezes erroneamente concebido como um símbolo do dualismo, na verdade pretende transmitir a noção de que todos os opostos aparentes são partes complementares de um todo não-dual.[10] A polaridade das realidades absoluta e relativas são expressas no conceito de "essência-função" do budismo chinês, influenciadas por uma interpretação ontológica das duas verdades e também pelas metafísicas taoísta e confucionista nativas.
O neoplatonismo ocidental é um elemento essencial da contemplação e do misticismo cristãos, e do esoterismo ocidental e da espiritualidade moderna (como o movimento teosófico e Nova Era), especialmente o unitarismo, o transcendentalismo, o universalismo e o perenialismo. Influências clássicas de não-dualismo também são bastante presentes no sufismo, cabala e judaísmo chassídico.