Moçárabes
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Os moçárabes[1][lower-alpha 1] (em árabe: مستعرب; romaniz.: musta'rib; "arabizado")[4] eram cristãos ibéricos que viviam sob o governo muçulmano no Al-Andalus. Os seus descendentes não se converteram ao islão, mas adotaram elementos da língua e cultura árabe. Eram, principalmente, cristãos de rito moçárabe (também chamado rito visigótico).
Moçárabes |
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Arcos moçárabes em ferradura numa igreja de Peñalba de Santiago, El Bierzo, Espanha |
População total |
Regiões com população significativa |
Al-Andalus |
Línguas |
moçárabe e árabe |
Religiões |
cristianismo |
Os moçárabes eram descendentes dos antigos cristãos hispano-góticos que se tornaram falantes do árabe durante o domínio muçulmano. Alguns eram cristãos árabes e berberes, juntamente com convertidos muçulmanos ao cristianismo, os quais, na qualidade de falantes do árabe, sentiam-se à vontade entre os moçárabes originais.[5]
Muitos dos cristãos ibéricos que viviam na Espanha muçulmana não descendiam necessariamente de cristãos do Al-Andalus. Aqueles que provinham de outras regiões são chamados neomoçárabes pelo arabista Mikel de Epalza. Poderiam ser europeus do norte como os cristãos da costa mediterrânica da Itália e França, saqalibas das tropas (escravos e mercenários eslavos no mundo medieval árabe e islâmico) que conservavam a sua religião de origem catalã, vítimas de razia muçulmana e ataque de piratas ou bascos; escravos cristãos que mantinham sua religião; comerciantes catalães, genoveses e pisanos. Todos eles foram para a Península Ibérica e adotaram o árabe, entrando assim na comunidade moçárabe.[rever redação][6]
Segundo a DraMaria Jesús Rubiera, a utilização do termo neomoçárabe enriquece o conceito de cristãos andalusinos, pois trata de modificar a imagem estática e imutável da relação entre o estado islâmico e os cristãos que viviam sob o seu domínio.[6]