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Miguel I de Dóclea (em sérvio: Михаило I Војислављевић; romaniz.: Mihailo Vojislavljević) foi um grão-príncipe (knez) de Dóclea entre 1050 e 1081. Ele se distanciou dos bizantinos e buscou melhorar as relações de seu país com o ocidente. Em 1077, ele foi reconhecido como "rei" pelo controverso papa Gregório VII logo depois do Grande Cisma de 1054. Miguel sucedeu ao pai como "Príncipe dos sérvios",[1] um título que significava que ele era o líder supremo entre os sérvios.
Miguel I de Dóclea | |
---|---|
Grão-príncipe de Dóclea | |
Detalhe de um afresco de Miguel na Igreja de São Miguel em Ston | |
Rei de Dóclea | |
Reinado | 1050 — 1081 |
Consorte | Sobrinha de Constantino IX Monômaco |
Antecessor(a) | Vojislau |
Sucessor(a) | Constantino Bodino |
Morte | 1081 |
Herdeiro(a) | Constantino Bodino |
Dinastia | Vojislavljević |
Pai | Estêvão Vojislau |
Título(s) | Príncipe dos sérvios[1][2] |
Filho(s) | Vladimir Constantino Bodino Dobroslau II Petrislau Vojislau |
Com a morte de Estêvão Vojislau, o governo foi dividido entre seus cinco filhos. Goislau recebeu a Travúnia e reinou por um curto período até ser assassinado pelos nobres locais, que colocaram Domaneco em seu lugar. Miguel expulsou Domaneco e o substituiu por Saganeco, mas ele retornou e expulsou-o. Miguel então ofereceu a Travúnia a Radoslau, que recusou temendo perder Zupania de Lusca (futuro Principado de Zeta). para Miguel, em quem ele provavelmente não confiava.[3]
O Império Bizantino, com o intuito de aproveitar a morte de Estêvão, preparou uma ofensiva para desestabilizar a Dóclea. Nesta época, os quatro irmãos ainda vivos finalmente entraram num acordo e firmaram uma aliança contra os bizantinos, o mais antigo tratado na história sérvia. Depois disso, Radoslau atacou a Travúnia e matou Domaneco. Logo em seguida, a mãe dos irmãos, que era quem mantinha a tênue estabilidade entre eles, faleceu[3] e Miguel foi feito knez de Dóclea - ou "Triballorum ac Serborum principatum", nas palavras de Cedreno - em 1046.[4]
Mesmo sem nenhuma ameaça iminente, Miguel procurou reforçar suas relações com os bizantinos e, em 1050, conseguiu o título cortesão de protoespatário e casou-se com uma sobrinha de Constantino IX Monômaco,[4] o que pode significar um reconhecimento formal da autoridade de Constantinopla. Porém, o efeito prático foi uma paz que durou vinte anos, uma época de muita prosperidade em seu país.
A situação começou a mudar depois de 1071, o mesmo ano da catástrofe bizantina na Ásia, a Batalha de Manziquerta, e também da conquista normanda do sul da Itália.
No ano seguinte, os nobres búlgaros em Escópia (Skopje) se levantaram em revolta contra o jugo bizantino sob a liderança de Jorge, o Boitaco, o exarca da cidade. Os líderes rebeldes (precontes) pediram a ajuda de Miguel I e, em troca, ofereceram a coroa búlgara a um de seus filhos, que eram da Casa dos cometópulos.[5][6] No outono, Miguel I enviou Constantino Bodino com 300 cavaleiros, que chegaram em Prizren e se encontraram com Boitaco e seus aliados. Ali mesmo[7] ele foi coroado "imperador dos búlgaros" e assumiu o nome de "Pedro III", relembrando o imperador-santo Pedro I (m. 970) e de Pedro II Deliano (que liderou a primeira grande revolta contra os bizantinos em 1040-1041). Apesar do sucesso inicial, Bodino acabou sendo capturado. Quando Miguel soube, enviou o general bizantino Longobardópulo, que era seu prisioneiro e que havia se casado com uma de suas filhas, para resgatá-lo. Longobardópulo, porém, desertou para os bizantinos.[6]
A ajuda a Jorge Voiteh acabou alienando Miguel de seus antigos aliados.[8]
Depois da revolta, Miguel começou a buscar apoio no ocidente, mais especificamente com o papa. Este movimento foi resultado não somente de seu conflito com os bizantinos, mas também de um desejo de criar uma arquidiocese em seu reino e também de conseguir o título real. Logo depois do Grande Cisma de 1054, o papa Gregório VII passou a conceder títulos reais aos governantes da fronteira bizantina e Miguel recebeu a coroa em 1077. Daí em diante, a Dóclea passou a ser um reino, uma situação que perdurou até o século seguinte.
Não se sabe se seus irmãos aceitaram-no como monarca supremo ou se Miguel forçou-os a aceitá-lo. Daí em diante, Miguel passou a ser o monarca de toda a Dóclea e é possível que seus irmãos tenham recebido, no máximo, apanágios.[3]
Tendo firmado alianças com os normandos através do casamento de Bodino, Miguel morreu em 1081 depois de reinar por 30 anos.
Miguel teve sete filhos, dos quais quatro são conhecidos:
Títulos reais | ||
---|---|---|
Precedido por: Estêvão Vojislau |
Grão-príncipe de Dóclea 1050 – 1077 |
Sucedido por: Constantino Bodino |
Novo título Título transformado |
Rei de Dóclea 1077 – 1081
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