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conjunto de técnicas para instrospeção e foco da atenção Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A meditação pode ser definida como uma prática na qual o indivíduo utiliza técnicas para focar sua mente num objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional.[1][2] Sua origem é muito antiga, remontando as tradições orientais, especialmente a ioga,[3] mas o termo também se refere a práticas adotadas por alguns caminhos espirituais ou religiões, como o budismo e cristianismo, entre outras.[4] Textos orientais consideram a meditação como instrumento que leva em direção à libertação.[5]
O termo em páli utilizado para referir-se a meditação é bhavana, que significa "cultivo".[6] O termo meditação foi utilizado como palavra para traduzir práticas espirituais orientais, referidas pelo termo dhyana no budismo e hinduísmo.[7][8] Estudiosos notaram que o termo "meditação" no uso contemporâneo é paralelo ao significado do termo "contemplação" no cristianismo.[9]
Os Vedas hinduístas estão entre as primeiras referências escritas sobre meditação. Outras formas surgiram associadas ao confucianismo e taoísmo na China, assim como no hinduísmo, jainismo e budismo no Nepal e Índia. No terceiro século depois de Cristo, Plotino havia estabelecido técnicas para a meditação. No ocidente, mesmo 20 anos a.C., dentro do Império Romano, Fílon de Alexandria nomeou práticas espirituais que envolviam atenção e concentração.[10] Já no século XII, o sufismo utilizava de palavras sagradas e métodos específicos para meditação, como o controle da respiração.[11] A existência de interação com indianos, nepaleses ou sufis pode ser uma indicação da abordagem cristã ortodoxa ao hesicasmo, desenvolvida principalmente na Grécia entre os séculos X e XIV, mas não foram encontradas provas concretas.[12][13][14]
A meditação cristã praticada desde o século sexto foi definida pelo monge Guigo II no século XII com os termos "leitura, reflexão, oração e contemplação" e teve seu desenvolvimento continuado no século XVI em diante por Inácio de Loyola e Teresa de Ávila.[15][16][17][18]
A definição de meditação pode variar de acordo com o contexto em que se encontra, variando de qual religião tem origem ou se é usada de maneira secular. Em meio acadêmico, a meditação já chegou a ser dividida em dois tipos de abordagem. A "atenção focada" compreende a concentração voluntária num objeto, respiração, imagem ou palavras. O outro tipo, o "monitoramento aberto", envolve uma observação não-reativa do conteúdo da experiência que ocorre num dado momento.[19]
Algumas definições do que é meditação estão relacionadas a uma prática ou técnica, outras vezes estão relacionadas a uma explicação de um estado de consciência ou simplesmente são usadas como um verbo.[20]
Algumas distintas definições que normalmente são usadas para meditação são:
Ainda que algumas definições da palavra 'meditação' usadas por diferentes religiões sejam bem diferentes e até mesmo contraditórias, é ponto comum que apontem para uma realidade interior e o desenvolvimento/compreensão desta realidade. A compreensão de o que é a meditação deve ser feita sempre dentro do contexto em que é apresentada, da religião ou da escola que a apresenta, caso contrário as distintas explicações podem se tornar contraditórias.[23]
A meditação pode ser praticada por diversos motivos: desde a simples concentração dos pensamentos, até a busca pelo nirvana. Desde tempos antigos, as tradições orientais consideram a meditação como um passo em direção à libertação.[5] Há praticantes da meditação que relataram melhora na concentração, consciência, autodisciplina e equanimidade.[24] Segundo dicionários modernos, a meditação é vista como uma prática onde o indivíduo utiliza técnicas para focar sua mente num objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional.[1][2]
A prática de meditação pode ter inúmeras variantes quanto à postura do corpo, objeto de meditação.
A meditação pode ser realizada sentado, em pé ou andando, variando pelo contexto onde é ensinada. A posição sentada é adotada normalmente por ser considerada a mais fácil, onde o corpo se encontra em repouso mas ainda alerta. A famosa posição de lótus se difundiu muito como sinônimo de meditação por ser usada no ioga como uma posição ideal de meditação, onde mantém o corpo estável, mas pode ser difícil de alcançar e não é recomendada caso traga desconforto ou distraia o praticante do objeto da sua prática ou técnica. Inúmeras posições de meditação podem ser usadas como de pernas cruzadas, de joelhos (seiza), meio-lótus (com uma perna em cima da outra), birmanesa, etc.[21] Na tradição budista é comum se encontrar a prática da meditação andando, que é vista como uma postura onde se desenvolve concentração em movimento, energia para a mente e vitalidade para o corpo.[25]
Em linhas gerais, pode-se descrever dois grupos de técnicas de meditação. A "atenção focada" compreende a concentração voluntária num objeto, respiração, imagem ou palavras. O outro tipo, o "monitoramento aberto", envolve uma observação não-reativa do conteúdo da experiência que ocorre num dado momento.[19]
Normalmente, não há um tempo mínimo preestabelecido. Pode-se iniciar com um período de poucos minutos e, conforme se aperfeiçoa, esse tempo pode aumentar até para horas, dias, ou em casos excepcionais, até 21 dias (o samadhi). É importante ressaltar que a frequência da prática também influencia muito os resultados.[21]
Nas tradições espirituais ou religiosas de meditação, o professor realizado é aquele que consegue ensinar o aprendiz em silêncio, através da sua própria consciência interior ou pelo olhar silencioso (iniciação). Ele não precisa explicar exteriormente como meditar ou ensinar uma técnica específica.[26]
Historicamente, a meditação foi sempre usada e associada à prática espiritual e de autodescobrimento. No entanto, desde 1970, a psicologia e psiquiatria desenvolveram técnicas de meditação para diversos distúrbios psicológicos.[27] Práticas de "monitoramento aberto" (vide 'definição' acima) são utilizadas na psicologia para reduzir problemas mentais e físicos,[28][29] bem como dependência química. A evidência é insuficiente sobre o efeito da meditação no humor, atenção, alimentação, sono ou peso corporal.[30]
Práticas de meditação também são associadas à redução de estresse físico e mental,[31][32] bem como à diminuição dos sintomas do transtorno generalizado de ansiedade e depressão.[33][34]
A investigação sobre os processos e efeitos da meditação é um subcampo da investigação neurológica.[35] Técnicas científicas modernas, como ressonância magnética funcional e eletroencefalografia, foram utilizadas para observar respostas neurológicas durante a meditação.[36] Foram levantadas preocupações sobre a qualidade da investigação sobre meditação,[35][37][38] incluindo as características particulares dos indivíduos que tendem a participar.[39]
A meditação reduz a frequência cardíaca, o consumo de oxigénio, a frequência respiratória, as hormonas do stresse, os níveis de lactato e a atividade do sistema nervoso simpático (associada à resposta de lutar ou fugir), juntamente com um declínio modesto na pressão arterial.[40][41] No entanto, descobriu-se que aqueles que meditaram por dois ou três anos já tinham pressão arterial baixa. Durante a meditação, a diminuição do consumo de oxigénio é em média de 10 a 20 por cento durante os primeiros três minutos. Durante o sono, por exemplo, o consumo de oxigénio diminui cerca de 8% em quatro ou cinco horas.[42] Para meditadores que praticam há anos, a frequência respiratória pode cair para três ou quatro respirações por minuto e “as ondas cerebrais diminuem do beta usual (observado na atividade de vigília) ou alfa (observado no relaxamento normal) para ondas delta e teta muito mais lentas”.[43]
Estudos demonstram que a meditação tem um efeito moderado na redução da dor.[44] Não há evidências suficientes de qualquer efeito da meditação sobre o humor positivo, a atenção, os hábitos alimentares, o sono ou o peso corporal.[44]
Luberto er all (2017), numa revisão sistemática e meta-análise dos efeitos da meditação na empatia, na compaixão e nos comportamentos pró-sociais, descobriu que as práticas de meditação tiveram efeitos pequenos a médios nos resultados auto-relatados e observáveis, concluindo que tais práticas podem "melhorar emoções e comportamentos pró-sociais positivos".[45] No entanto, uma meta-revisão publicada na Scientific Reports mostrou que a evidência é muito fraca e "que os efeitos da meditação sobre a compaixão só foram significativos quando comparados com grupos de controlo passivo, sugerindo que outras formas de intervenções ativas (como assistir a um vídeo da natureza) pode produzir resultados semelhantes aos da meditação".[46]
The term ‘meditation’ refers to a broad variety of practices...In order to narrow the explanandum to a more tractable scope, this article uses Buddhist contemplative techniques and their clinical secular derivatives as a paradigmatic framework (see e.g., 9,10 or 7,9 for reviews including other types of techniques, such as Yoga and Transcendental Meditation). Among the wide range of practices within the Buddhist tradition, we will further narrow this review to two common styles of meditation, FA and OM (see box 1–box 2), that are often combined, whether in a single session or over the course of practitioner's training. These styles are found with some variation in several meditation traditions, including Zen, Vipassanā and Tibetan Buddhism (e.g. 7,15,16)....The first style, FA meditation, entails voluntary focusing attention on a chosen object in a sustained fashion. The second style, OM meditation, involves non-reactively monitoring the content of experience from moment to moment, primarily as a means to recognize the nature of emotional and cognitive patterns
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