Mafdet
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Nos primórdios da mitologia egípcia Mafdet era uma deusa associada à justiça e ao poder real. O seu nome significa provavelmente "a corredora".
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Era representada como um animal que ainda não foi possível identificar, sendo talvez uma pantera, um gato almiscarado (civeta) ou mangusto) subindo por um bastão onde havia uma lâmina amarrada por uma corda.
É provável que esta tenha sido a arma usada para decapitação nos primórdios. Em cenas do Novo Império ela é vista como o carrasco das criaturas malignas.
Este instrumento era usado na aplicação da justiça, estando assim Mafdet ligada ao aspecto punitivo da justiça.
Mafdet era a deusa da justiça legal ou possívelmente da execução, mas também era associada à proteção dos aposentos do rei e de outros locais sagrados, e ainda com a proteção contra animais venenosos, que eram vistos como transgressores da lei de Ma´at.
É uma deusa bastante antiga, que já era adorada no tempo da I Dinastia (Época Tinita).
Nos Textos das Pirâmides (meados do III milénio a.C.), assassina com as suas garras a serpente Apófis. Acreditava-se que a deusa combatia os escorpiões e as serpentes com as suas garras afiadas.
Para além deste aspecto feroz, Mafdet tinha igualmente um lado benéfico, sendo invocada para afastar as picadas dos escorpiões e das serpentes. Era por isso chamada de "Senhora da Casa da Vida", uma referência ao local onde se curavam os doentes no Antigo Egipto. A deusa era também encarada como protectora do faraó.
Essa deusa foi muito importante durante o reinado do faraó Den, da primeira dinastia, sua figura aparece em fragmentos de vasos de pedra da tumba deste faraó e é mencionada numa introdução dedicatória na Pedra de Palermo.
Ela também é mencionada nos Textos das Pirâmides do Antigo Império como protetora do deus sol Rá, contra cobras venenosas.