A Espanha usa um sistema de sucessão que dá preferência ao sexo masculino. Os filhos do sexo masculino têm preferência aos filhos do sexo feminino na sucessão ao trono, e depois, os mais velhos têm preferência sobre os mais novos. Primeiro, vêm os filhos varões, os mais velhos e depois os mais novos; e segundo, vêm as filhas varoas, as mais velhas e depois as mais novas. Ou seja, as herdeiras mais velhas só sucedem à coroa se a descendência masculina não existir. Quem casar contra a proibição expressa do rei ou das Cortes será excluída da sucessão, juntamente com os seus descendentes. Os litígios sobre a sucessão são resolvidos por meio da legislação.
Em 2004, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), pensou em novas adaptações na constituição, onde as mulheres poderiam ter os mesmos direitos que os homens até mesmo na linha de sucessão ao trono (como ocorre na Suécia). Uma proposta que foi apoiada até pelo líder do principal partido da oposição, o conservador Partido Popular Espanhol. Foi inicialmente pensada que a mudança só seria aplicável às gerações futuras, mas agora é previsto que a lei poderá ser alterada, caso a Rainha Consorte da Espanha (Letízia Ortiz) venha a ter uma criança do sexo masculino, garantindo assim que a infanta Leonor de Bourbon Ortiz seja de facto sucessora ao seu pai. O anúncio foi feito posteriormente, em 2006, quando a princesa Letízia estava grávida da sua segunda filha. Porém, nem a família real espanhola nem a população espanhola comentam sobre isso. O projeto de igualdade de sexos na sucessão ao trono está, atualmente, engavetado e esquecido.
De acordo com a Secção 57 da Constituição espanhola, "A coroa de Espanha deve ser herdada pelos sucessores de SM Juan Carlos I de Espanha." Até à data, o governo espanhol não se tem entendido quanto ao ser conveniente esclarecer se esta disposição inclui somente os descendentes de Juan Carlos I. "Sucessor" não é o mesmo que "descendente", mas pode ser entendida como sendo sucessores, tais como irmãos, irmãs, tios, tias, primos, etc. Presumivelmente, a apelidada linha de Borbón, que é mencionada na constituição. As duas irmãs do rei renunciaram aos seus direitos de sucessão, mas essas renúncias tiveram lugar antes da aprovação da constituição e não foram ratificadas pelas cortes como o exigido pelo artigo 57. Os direitos das gerações anteriores são igualmente ensombradas por inúmeras renúncias e casamentos não aprovados, que pode ou não excluir as pessoas envolvidas a partir do trono.
A Secção 57 prevê ainda que "Abdicações, renúncias e qualquer dúvida de facto ou de direito que possam surgir em relação com a sucessão à coroa, serão resolvidas por uma lei orgânica". Presumivelmente, a legislação seria aprovada para clarificar a situação, no caso de todos os descendentes de Juan Carlos morrerem. Como disposição final, a Secção 57 estabelece que "Extinguidas todas as linhas, as Cortes Gerais decidirão a sucessão da coroa na forma que mais convenha aos interesses de Espanha".
O rei Juan Carlos tem todos os filhos já casados e em idade fértil. As suas filhas já lhe deram seis netos e o seu filho mais novo, o o atual rei, tem já duas filhas. Como resultado, parece pouco provável que Espanha tenha necessidade de olhar para além dos descendentes de Juan Carlos I de Espanha para encontrar futuros monarcas. A não ser que, e até que haja um acto orgânico que venha a esclarecer os direitos dos outros membros da família do rei. A partir de 2008, não existem quaisquer planos para legislar esta questão.