liga de cobre e zinco Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O latão é uma liga metálica de cobre e zinco com percentagens deste último entre 3% a 45%, dependendo do tipo de latão.[1]
Apesar da base ser formada por cobre e zinco, outros metais podem ser adicionados, e variando a quantidade e a proporção destes metais, alteram-se as propriedades da liga. Ocasionalmente se adicionam pequenas quantidades de alumínio, estanho, chumbo e arsênio para potencializar algumas das características dessa ligação, dependendo de como e onde a liga será utilizada.[2][3] É bastante maleável (mais que o cobre ou o zinco separadamente), dúctil, resistente a impactos e um bom condutor de energia térmica e energia elétrica.
O latão possui um ponto de fusão relativamente baixo e pode ser fundido facilmente em pequenos fornos especializados. Este ponto de fusão não é fixo, pois depende da quantidade e da proporção dos metais que forem utilizados na sua composição. No geral, o ponto de fusão do latão situa-se entre 900 °C e 940 °C. Por estas características o latão pode ser forjado, fundido, laminado e estirado a frio de maneira mais fácil do que os próprios metais que o compõem.
Esta liga apresenta densidade maior que a dos aços mas menor que as ligas de cobre, sendo de aproximadamente 8600 kg/m³. Tem uma cor amarelada semelhante à do ouro e é consideravelmente resistente a manchas. As utilizações do latão são vastas e compreendem uma série de segmentos industriais. Essa liga metálica é aplicada, por exemplo, na fabricação de tubos de condensadores, armas, cartuchos de munição, torneiras, cadeados (a parte dourada), rebites, núcleos de radiadores, instrumentos musicais de sopro, aparelhos médicos e cirúrgicos, ornamentações, jóias e bijuterias, terminais elétricos, tachos e bacias, moedas, parafusos, arames, vergalhões, válvulas, rodas para carro, entre outros. Na Antiguidade o latão polido era utilizado como espelho e suas primeiras utilizações apareceram ainda na pré-história.
Latão de almirantado contém 30% de zinco, com 1% de estanho para inibir a dezincificação em alguns ambientes;
Liga de Aich tipicamente contém 60,66% de Cobre, 36,58% de Zinco, 1,02% de Estanho e 1,74% de Ferro. Foram projetados para uso em atmosfera marinha devido a sua resistência a corrosão, dureza e tenacidade. Uma aplicação característica é a proteção de costados de navios, embora métodos mais modernos de proteção catódica tornaram seu uso menos comum. Possui uma cor semelhante à do ouro;
Latão alfa tem menos de 35% de zinco. É maleável, pode ser trabalhado a frio, e por isso são utilizados em operações como prensagem e forjamento. São ligas monofásicas, de estrutura CFC - cúbica de faces centradas
Latão de príncipe Rupert é um tipo de latão alfa contendo 75% de Cobre e 25% de zinco. Devido a sua bela cor amarela característica, é utilizado em bijuterias como imitação de ouro. A liga é assim chamada por causa do príncipe Ruperto do Reno;
Latão alfa-beta (metal Muntz), também chamado latão duplex, possui de 35 a 45% de zinco e é adequado para ser trabalhado a quente. Contém ambas as fases α e β'. A fase β' é cúbica de corpo centrado e é mais dura e resistente do que α;
Latão aluminado contém alumínio, o que aumenta sua resistência à corrosão. É usado para serviço em atmosferas marinhas e também em moedas de euro, a unidade monetária da União Europeia (também conhecido como ouro nórdico);
Latão arsênico contém adição de arsênio, e frequentemente alumínio, e é usado para fazer os recipientes de queima de alguns motores;
Latão beta, com 45 a 50% de zinco, só pode ser trabalhado a quente. É mais duro, resistente e tem maior fusibilidade;
Latão para cartuchos é um latão com 30% de zinco com boas propriedades para trabalho a frio. Utilizado para cartuchos de munição de armas de fogo;
Latão comum, ou latão de rebite, é um latão com 37% de zinco, barato e padrão para trabalho a frio;
Latão DZR é um latão resistente a dezincificação com uma pequena percentagem de arsênio.
Bayley, J. (1990). "The Production of Brass in Antiquity with Particular Reference to Roman Britain". In Craddock, P. T. (ed.). 2000 Years of Zinc and Brass. London: British Museum.
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Rehren, T. and Martinon Torres, M. (2008) "Naturam ars imitate: European brassmaking between craft and science". In Martinon-Torres, M. and Rehren, T. (eds.). Archaeology, History and Science: Integrating Approaches to Ancient Material. Left Coast Press.
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