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político brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
José Gomes Temporão (Merufe, 20 de outubro de 1951) é um médico sanitarista, pesquisador da Fiocruz, membro da Academia Nacional de Medicina e político luso-brasileiro. Foi, durante os anos 70 e 80 um importante militante da reforma sanitária, que posteriormente se consolidou na criação do SUS (Sistema Único de Saúde). Temporão foi o ministro da Saúde mais longevo entre todo o período do PT na presidência (2003-2016), tendo uma passagem especialmente marcante pelo êxito no combate ao H1N1, pelas inúmeras campanhas vacinais de adesão nacional como a campanha contra a Rubéola, que bateu recordes históricos de vacinação, e pela primeira quebra de patentes da história do MS. Foi empossado em março de 2007 e sucedido em 1 de janeiro de 2011. [1] [2] [3]
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José Gomes Temporão | |
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Fonte:Agência Brasil | |
Ministro da Saúde do Brasil | |
Período | 16 de março de 2007 até 1 de janeiro de 2011 |
Presidente | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | Agenor Álvares |
Sucessor(a) | Alexandre Padilha |
Dados pessoais | |
Nascimento | 20 de outubro de 1951 (73 anos) Merufe, VC Portugal |
Nacionalidade | português brasileiro |
Profissão | Médico |
José Gomes Temporão nasceu na freguesia de Merufe, na vila de Monção, no norte de Portugal, em 20 de outubro de 1951. Seus pais, Sara Gomes e José Temporão, emigraram para o Brasil quando ele tinha apenas um ano de idade, e fixaram-se no Rio de Janeiro.[4]
Temporão se formou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1977. Especializou-se em Doenças Tropicais na mesma Universidade. Fez mestrado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz e doutorado em Medicina Social no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).[4]
Ao se especializar em Doenças Infecciosas e Tropicais, teve o contato inicial com a área de Saúde Pública. Posteriormente, destacou-se ao participar do movimento sanitarista, que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Temporão foi Ministro da Saúde (2007-2011) e Membro do Cancer Control Advisory Committee, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz; Presidente do Instituto Nacional do Câncer (INCA) de 2003 a 2005; Secretário de Planejamento do INAMPS de 1985 a 1988; Subsecretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro em 1991; Presidente do Instituto Vital Brazil de 1992 a 1995; Assessor-chefe de planejamento da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro em 1999; Subsecretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro em 2001 e Presidente da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde da Fiocruz (FIOTEC) de 2002 a 2003.
Foi também Membro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro; Presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (ALFOB).
Durante sua gestão no INCA, foi implantado modelo de gestão participativa e compartilhada. Também foram desenvolvidos o Projeto de Humanização e o processo de Acreditação Hospitalar em todas as unidades assistenciais. Outros avanços foram a criação do Banco Nacional de Tumores e DNA, e do BrasilCord, além do lançamento da Campanha de Doação de Medula Óssea em todo o território nacional, que em apenas 1 ano duplicou o número de cadastramentos no Registro de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Estimulou a colaboração com outras instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, a Anvisa, a Escola Americana de Saúde Pública Johns Hopkins, a OMS, entre outras.
Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Gestão e Planejamento Em Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: Sistema Único de Saúde (SUS), saúde, vacinas, tuberculose e medicamentos.
Antes de assumir a pasta de ministro de Estado da Saúde, constam cargos de gestão internacional e em todos os três níveis federativos, como secretário de Planejamento do INAMPS, presidente do Instituto Nacional do Câncer (INCA), presidente do Instituto Vital Brazil (IVB), Secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES) do MS, sub-secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, sub-secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro e Diretor Executivo do ISAGS (Instituto Sul-americano de Governo em Saúde)..[4]
Seu pai é dono do Mosteiro, um dos mais conceituados restaurantes do centro do Rio de Janeiro.
José Gomes Temporão é reconhecido por ter sido um Ministro da Saúde que conduziu de maneira exitosa diversas campanhas nacionais de vacinação durante sua gestão (2007-2011). Temporão é um especialista na área, pesquisador titular da Fiocruz, defendeu seu Doutorado justamente sobre o tema: "O Complexo Industrial da Saúde:Público e Privado na Produção e Consumo de Vacinas no Brasil". Inclusive, nos anos 90 teve uma experiência importante na área, quando foi convidado pelo então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, para presidir o Instituto Vital Brazil (IVB), produtor de soros, medicamentos e vacinas para o setor público. Entre 2007 e 2011 conduziu campanhas de vacinação com alta adesão popular e midiática contra a Rubéola, o H1N1, Febre Amarela, Poliomielite e a campanha nacional de vacinação do Idoso.
Entre 2003 e 2005 Temporão presidiu o INCA (Instituto Nacional do Câncer), instituição federal que passava por diversos problemas de gestão. Durante os 2 anos no comando da instituição, Temporão foi muito elogiado por ter resolvido questões centrais do INCA, políticas e administrativas, e chamou a atenção do Presidente Lula que, por sua vez, passava por problemas na pasta da Saúde em seu primeiro mandato. Pelo perfil técnico e pela passagem exitosa pelo INCA, Temporão foi conduzido ao MS em março de 2007, no início do segundo mandato de Lula, com o objetivo de blindar o ministério de disputas políticas. Entre 2007 e 2011, período de sua gestão, o Ministério da Saúde protagonizou diversas campanhas de vacinação de nível nacional, combateu a febre amarela, o H1N1, a dengue, protagonizou pela primeira vez na história a quebra de patentes, abriu debates fundamentais sobre a inclusão e atendimento a comunidade LGBT e impôs uma agenda extremamente positiva para a pasta. [5]
Em abril de 2009, o H1N1, um subtipo inédito de vírus influenza, que causam a gripe, foi identificado no México e nos Estados Unidos. Quatro meses depois, ele havia se disseminado para mais de 120 países e deixado dezenas de milhares de pessoas doentes. Temporão, que comandava a pasta da Saúde na época, foi responsável por uma das mais elogiadas, completas e rápidas campanhas de vacinação contra a então nova ameaça. Num movimento exatamente contrário ao negacionismo adotado pelo governo Bolsonaro na pandemia do novo Coronavírus - de protelação de medidas sanitárias e negação de compra de vacinas - o governo Lula, sob o comando de Temporão, fez do Brasil o país com maior número de vacinados no mundo contra a doença, tendo imunizado mais de 88 milhões de pessoas em apenas 3 meses, sendo reconhecido mundialmente como exemplo à época. [6]
Temporão foi o primeiro Ministro da Saúde na história do Brasil a fazer uma 'quebra de patente', ou seja, licenciar compulsoriamente um medicamento patenteado utilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O EFAVIRENZ, utilizado no coquetel anti-HIV distribuído pelo governo federal, fabricado pelo laboratório MERCK SHARP & DOHME, foi licenciado compulsoriamente por Temporão ainda em 2007, quando o fabricante se recusou a vende-lo ao governo do Brasil por um valor semelhante ao negociado com países asiáticos.[7]
Durante a gestão de Temporão, ocorreram alguns avanços significativos no tratamento dado à comunidade LGBT pelo Ministério da Saúde.
Temporão lançou uma campanha de conscientização do risco de contágio do vírus HIV entre os membros da comunidade LGBT.[8] Os pôsteres da campanha foram distribuídos em boates LGBT e organizações não-governamentais que defendem a criminalização da homofobia.
Também durante sua gestão foi assinada uma portaria permitindo que enfermeiros e médicos do SUS passassem a se dirigir à pacientes transexuais e travestis por seu nome de escolha ao invés do de registro. Durante a realização da 1ª Conferência Nacional LGBT, Temporão anunciou a assinatura de uma portaria autorizando a realização de cirurgia de mudança de sexo através do SUS. Entretanto, ainda não há previsão para a publicação do decreto no Diário Oficial da União.[9][10] Anteriormente, a ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, havia concluído que a União não teria a responsabilidade de fazer o pagamento de tais cirurgias.
Durante o início de 2008, Temporão enfrentou duas grandes crises epidêmicas que foram amplamente exploradas pela mídia, a da febre amarela, que foi muito mais midiática do que real, no interior de Goiás e a da dengue na cidade do Rio de Janeiro, respectivamente. Durante a epidemia da dengue, foi criticado por seu desafeto César Maia, ex-prefeito do Rio. Temporão, que já trabalhara com Maia na Prefeitura do Rio de Janeiro, afirmou que uma crise na qual várias pessoas morreram não era o momento mais adequado para troca de acusações mútuas.
Em 10 de outubro de 2008 foi noticiado que o Sistema Único de Saúde (SUS) está autorizado, a partir de 2009, a distribuir o medicamento Raltegravir, um anti-retroviral para pessoas portadoras de HIV que desenvolveram multirresistência aos tratamentos comuns. Essa será a 18ª droga incorporada para tratamento de portadores do vírus pelo SUS.[11]
Durante sua gestão no ministério da Saúde, defendeu a posição de que o aborto é uma questão de saúde pública, e que quem deve discutir a descriminalização são as mulheres, através de plebiscito, e não os homens, o que causou indignação de setores mais conservadores da sociedade brasileira, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e de sua própria mãe, descrita por ele como sendo uma católica muito devota.[12]
Temporão argumentou que todos os países desenvolvidos do planeta já legalizaram total ou parcialmente o procedimento que interrompe a gestação, e sofreu forte retaliação dos setores conservadores do Congresso Nacional, que sustentam a ideia de que as mulheres que praticam o aborto são criminosas e precisam ser presas.
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