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D. João de Lencastre ou de Alencastro (1501 — 22 de Agosto de 1571) 1.º marquês de Torres Novas (criado em 1520 por D. Manuel I) e 1.º duque de Aveiro (criado em 1535 por D. João III). Filho de D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra, filho bastardo e legitimado do rei D. João II de Portugal, e de sua mulher D. Beatriz de Vilhena.
João de Lencastre, Duque de Aveiro | |
---|---|
Nascimento | 1501 |
Morte | 1571 Coimbra |
Progenitores | |
Filho(a)(s) | Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro |
Irmão(ã)(s) | Afonso de Lencastre |
Apresentado na corte pelo pai com 12 anos. Entrou no serviço do infante D. João, futuro D. João III de Portugal, e recebeu de D. Manuel I o título de Marquês de Torres Novas por carta passada em Évora, em 27 de março de 1520.
Pouco tempo depois, estando ajustado o casamento do infante D. Fernando com D. Guiomar Coutinho, herdeira dos condados de Marialva e de Loulé, pretendeu o Marquês de Torres Novas opor-se a esse enlace, alegando que há muito casara casado clandestinamente com a senhora. A questão foi debatida por canonistas e teólogos, e o Marquês foi preso no castelo de S. Jorge por nove anos, até que o Rei encarregou novamente teólogos e canonistas de a resolverem. Persistindo a condessa contra o marquês, a causa foi decidida contra ele em 1529, realizando-se o casamento em 1530. Camilo Castelo Branco escreveu sobre o assunto seu drama «O marquês de Torres Novas».
D. João retirou-se para Setúbal, e só voltou à corte quando D. João III o agraciou com o título de Duque de Aveiro em Janeiro de 1547[2] (segundo as «Memórias Históricas e Genealógicas dos Grandes de Portugal», de D. António Caetano de Sousa). Parece que não se pode fixar a data da mercê, talvez anterior a 1535, ano em que o duque acompanhou a Barcelona o infante D. Luís, quando saiu do reino para tomar parte na expedição de Túnis. Em 1537 foi mandado a Madrid para apresentar a Carlos V os pêsames pela morte da sua esposa D. Isabel, filha do Rei D. Manuel I.
D. João pretendeu casar com uma filha de D. Jaime I, Duque de Bragança, mas desistiu pela oposição de D. João III. O rei porém, em 1547 propôs-lhe outro casamento, realizado em Almeirim em 1547 quando se uniu a D. Juliana de Lara e Menezes, filha de D. Pedro de Menezes, 3.º Marquês de Vila Real, e de D. Beatriz de Lara, sua prima. É possível também que lhe fosse concedido então o título de Duque de Aveiro.
Em 1552 recebeu o honroso cargo de ir receber à fronteira D. Joana de Áustria, filha de Carlos V e de Isabel de Portugal, noiva do Príncipe D. João Manuel, herdeiro do trono, consórcio de que nasceu o futuro rei D. Sebastião, que sucedeu ao avô, D. João III. Apresentou-se com extraordinário luxo e grandeza na cerimónia.
Foi feito alcaide-mor do castelo de Sesimbra.
Mandou construir o convento da Arrábida, que deu o nome a esta província religiosa, fundada por Frei Martinho de Santa Maria; também fundou o convento que esta província teve no lugar de Liteiros, próximo de Torres Novas; concorreu com importantes somas para se concluir o convento de São Domingos de Coimbra.
Teve um filho ilegítimo, homônimo seu, já que batizado D. João de Lencastre, que tomou o hábito da ordem dominicana e morreu em Castela.
Casou em Almeirim, Almeirim, a 22 de Fevereiro de 1547 com D. Juliana de Lara (c. 1525), nascendo:
Precedido por novo título |
Marquês de Torres Novas 1520 - 1548 |
Sucedido por Jorge de Lencastre |
Precedido por novo título |
Duque de Aveiro c.1535 - 1571 |
Sucedido por Jorge de Lencastre |
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