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político brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João Cid Moreira Garcez (Curitiba, 17 de março de 1885 - Curitiba, 19 de março de 1957) foi um professor catedrático, engenheiro e político brasileiro.[1][2] Foi diretor de Obras e Viação do Estado do Paraná, deputado federal e prefeito de Curitiba em duas gestões, de 1920 a 1928 e de 1938 a 1940.[3]
Moreira Garcez | |
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20.º e 29.º Prefeito de Curitiba | |
Período | 1.º- 1920 a 1928 |
Antecessor(a) | Percy Withers (1º) Oscar Borges (2º) |
Sucessor(a) | Eurides Cunha (1º) Ângelo Lopes (2ª) |
Deputado Federal pelo Paraná | |
Período | de 1928 a 1930 (em dois biênios) |
Dados pessoais | |
Nome completo | João Cid Moreira Garcez |
Nascimento | 17 de março de 1885 Curitiba |
Morte | 19 de março de 1957 (72 anos) Curitiba |
Partido | Partido Republicano Paranaense |
Profissão | engenheiro civil e professor |
Descendente de João Moreira Garcez, camareiro da corte portuguesa que acompanhou a família real em sua viagem de 1808 para o Brasil[4], era filho de Teófilo Moreira Garcez com Filomena Viana Garcez. Nasceu na capital da província do Paraná em 1885 e formou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica de São Paulo (atual Escola Politécnica da USP) em 1910. Antes de retornar para Curitiba, trabalhou na Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.[5]
Era pai do engenheiro civil João Moreira Garcez Filho (1922-2015).[6]
Com a ascensão de Carlos Cavalcanti de Albuquerque na presidência do Estado do Paraná em fevereiro de 1912, foi incluído na equipe como diretor de "Obras e Viação". Durante sete anos, ficou a frente da secretaria, mesmo com a troca da presidência (de Carlos Cavalcante para Afonso Camargo) e a inclusão da pasta na criação da "Secretária de Negócios da Fazenda, Agricultura e Obras Públicas do Estado do Paraná". Contribuiu para importantes diretrizes, como a confecção (em parceria com Ermelino de Leão Júnior) de um novo mapa oficial do estado e a fixação de uma nova sede da cidade de União da Vitória (ambas as tarefas para cumprir os acordos de limites da Questão do Contestado), além da função de perito e árbitro na fixação dos limites do Paraná com o Estado de São Paulo. Em seu mandato, foi inaugurado o Theatro Guayra (atual Centro Cultural Teatro Guaíra) e a ratificação do tráfego de veículos automotores na Estrada da Graciosa.[4]
No pleito de outubro de 1919, ganhou a disputa e assumiu a prefeitura de Curitiba em 1920, mantendo-se no cargo até 1928, pois em outubro de 1923 foi reeleito.[4][5]
Nos oitos anos a frente a administração municipal, seguiu, num primeiro momento, a linha administrativa de seu antecessor, Luiz Antonio Xavier, em entregar a população uma “Cidade Nova”.[5] Como engenheiro de ofício, sua administração contribuiu para a modernização urbanística da cidade, sendo responsável pela abertura de avenidas e a pavimentação de ruas com duas pistas de 30 metros cada, grandes calçadas e com canteiros centrais, como a "Sete de Setembro", a "Silva Jardim", a "Visconde de Guarapuava" ou a "Iguaçu" e a "Getúlio Vargas". Nesta época, foi muito contestado por seus adversários, pois a cidade com pouco mais de 60 mil habitantes e pequeno tráfego de carroças e automóveis, não necessitada de vias deste porte. Futuramente, estas ruas, sem qualquer remodelação, contribuíram no plano diretor da cidade.[4][7]
Também é desta época, o asfaltamento de várias ruas do Centro de Curitiba, com uma primeira camada de cobertura asfáltica através de betume importado da Alemanha. Antes de assumir a prefeitura de Curitiba, a cidade contava com 391 mil metros quadrados de ruas pavimentadas. Em 1925, este mesmo quesito contava com 602 mil metros quadrados.[7]
Em seu segundo mantado, remodelou o serviço de águas e esgotos e autorizou a construção do primeiro arranha-céu da cidade, que foi batizado com o seu nome: Edifício Moreira Garcez, e que iniciou a a verticalização de Curitiba. Também canalizou alguns rios de canais que cortavam os principais bairros da capital. Em 1926, o trecho inicial da Rua XV de Novembro foi alargada com um recuo de 20 metros no alinhamento dos terrenos, depois de uma longa negociação com os proprietários e desapropriações, e mesmo assim, as obras só saíram do papel através de um decreto municipal. Este projeto lhe trouxe animosidades com vários políticos e empresários.[4][5][7]
Em outubro de 1928, assumiu o cargo de deputado federal pelo Partido Republicano Paranaense. Em 1930, foi reeleito e no pleito, seu voto para a presidência da repúblico foi para Júlio Prestes. Mesmo não sendo um correligionário dos ideais do paulista, na Revolução de 1930 foi preso e recolhido num quartel do exército e na sede da Sociedade Garibaldi (o Palácio Garibaldi). Nesta época foi considerado opositor a nova política brasileira e por consequências, sofreu um sindicância municipal referente ao seu mandato de prefeito[5]. Uma "Junta de Sanções" foi formada para investigar um lista de acusações que iam desde desvio de barricas de cimento da construção do "Moreira Garcez" até o de enriquecimento ilícito, passando por subvalorização de imóveis (resquícios das negociações frustradas do alargamento da Rua XV). Em maio de 1931, a "Junta" condenou a pagar um valor monetário pelos danos causados e a privação dos direitos políticos por cinco anos. Por interferências de Manoel Ribas, seu recurso à "Comissão de Correição Administrativa" foi aceito e julgado em dezembro de 1933, onde foi absolvido de todas as acusações.[4]
Em 1938, o interventor Manoel Ribas[5] recolocou no cargo de prefeito da capital paranaense. Seu terceiro mantado em sua segunda passagem pela prefeitura de Curitiba durou até 1940, quando pediu demissão após um enfrentamento administrativo com a "Companhia Telefônica Paranaense Limitada", que nesta época era um subsidiária da norte-americana ITT (International Telephone and Telegraph). Com este episódio, desistiu da atividade política.[4][7]
Quando retornou a Curitiba para assumir o cargo de diretor oferecido por Carlos Cavalcanti, em 1912, envolveu-se no projeto "Universidade do Paraná" e é um dos fundadores da primeira universidade do Brasil, instituição que em 1951, com a federalização do ensino superior, tornou-se a Universidade Federal do Paraná.[4][5]
Por mais de quatro década foi professor, lecionando na Faculdade de Engenharia, e aos 70 anos de idade, em 1955, aposentou-se da carreira de professor.[4]
Como já mencionado, exerceu a função de engenheiro da "Mogyana" por três anos e também esteve envolvido, em vários aspectos, na construção do histórico Edifício Moreira Garcez.[8][9] Em 1934, tornou-se membro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR) e entre 1944 e 1951, foi conselheiro. Também foi presidente do Instituto de Engenharia do Paraná.[4]
Entre 1916 e 1917, participou de quatro congressos nacionais de estradas de rodagem. Em 1918, tornou-se engenheiro chefe da Comissão Geográfica do Paraná. Em 1921, foi presidente da comitiva que representou o estado do Paraná no "II Congresso Pan-Americano de Estradas de Rodagem". Em 1922, foi convidado para participar do "Congresso Internacional de Engenharia e Estradas de Ferro".[5]
Em 1923, foi nomeado presidente da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e exerceu a função até 1928. Em 1930, foi convidado para o "IV Congresso Pan-Americano de Arquitetura" e também participou do "III Congresso Sul-Americano de Turismo". Entre 1935 e 1936, foi conselheiro do "Diretório Regional de Geografia do Paraná", na divisão transporte.
Também foi presidente do "Instituto Histórico e Geográfico do Paraná".[5]
João Moreira Garcez morreu em 19 de março de 1957, aos 72 anos, em sua cidade natal.[7]
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