jardim no Campo Grande, em Lisboa Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Jardim Mário Soares, também conhecido como Jardim do Campo Grande, está localizado na freguesia de Alvalade, na via denominada Campo Grande, sendo o maior jardim do centro de Lisboa, ocupando uma área de 13,38 hectares,[1] atingindo 1.200m de comprimento por 200m de largura. O jardim está dividido em 2 zonas, pela Av. do Brasil: a zona Norte com 6ha e a zona Sul com 5ha.
A partir de finais do século XVII, começou a ser ocupado por alguns solares, restaurantes e actividades lúdicas dedicadas aos boémios. Dos retiros já não há testemunhos, mas em redor do espaço ainda lá estão alguns palacetes, como seja o palácio Pimenta, onde está alojado o Museu da Cidade, ou o palácio do Conde de Vimioso.
Em 1792, no reinado de D. Maria I, começou a discutir-se o projeto de um jardim nos campos de Alvalade, com a finalidade de criar uma zona arborizada que incluísse um circuito para corridas de cavalos.
O espaço voltou a ter funções públicas, quando Pina Manique mandou elaborar um projecto de Passeio Público para aquela área e que passou a ser uma das entradas nobres da cidade. O Passeio Público servia de local de feiras como a Feira do Campo Grande ou a Feira das Nozes que chegava a durar 2 meses.
Em 1816 alberga as primeiras corridas de cavalos, sendo que hoje em dia os concursos hípicos são realizados nas proximidades do jardim, por trás do Museu da Cidade.
Em 1869, durante o reinado de D. Luís I, arranca a construção do lago principal, para agradar às esposas e famílias dos amantes de cavalos. Nascem os passeios românticos de barco a remos, frequentados por nobres e realeza[2].
Em 1941 o jardim foi devastado por um ciclone.
Em 1945, o arquitecto Francisco Keil do Amaral elaborou um projeto para remodelação, com ampliação do jardim e introdução de equipamentos desportivos: o rinque de patinagem e 2 campos de tenis.
Em 1964 foi edificada a Piscina do Campo Grande, na Zona Sul, com projecto de Francisco Keil do Amaral.
No início do mês de Novembro de 2016 iniciaram as obras de requalificação da zona Sul, com uma duração prevista de 11 meses.
Em 25 de abril de 2018, a zona sul do Jardim, que foi intervencionada, foi inaugurada com o nome de Mário Soares. As obras contaram com a criação de novos caminhos, a plantação de árvores e a restauração do lago.
O jardim está repleto de pontos de interesse, que se espalham pelas 2 parcelas (com a Av. do Brasil ao meio).
edifício dos antigos balneários (ainda sem projeto de requalificação).
Chalet das Canas
Na parcela Norte
barcos a remos para alugar;
Café Concerto, restaurante e cafetaria;
Casa do Lago, restaurante antigamente conhecido como esplanada do lago, localizado na ilha do lago principal, sendo o acesso feito por uma pequena ponte;
No topo Sul, o monumento ao humorista e caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro, cujo Museu se encontra nas imediações do jardim.
Outros
Escala, ao longo da parcela norte do jardim, com os principais feitos na área da matemática;
4 bancos matemáticos: "o Mancala", O "Alquerque", o "Moinho" e o "Hex"[10].
No jardim podemos encontrar os mais diversos exemplares botânicos, alguns bastante raros, como palmeiras das Canárias, pinheiros, eucaliptos, acácias, amoreiras de papel, figueiras, pimenteiras, tílias, incenso, jacarandá, grevídea, bordo e castanheira da índia vermelho, etc. Também muitas espécies de aves nidificam e podem ser observadas, nomeadamente os pintassilgos, os pardais, os chamarizes, as toutinegras carrasqueiras e os maçaricos das rochas.
Muito querido dos lisboetas de diferentes gerações, o Jardim do Campo Grande é celebrado no Fado do Campo Grande[11] (letra de Ary dos Santos, música de Vitorino de Almeida), nomeadamente nos primeiros versos deste fado que é uma declaração de amor a Lisboa: «A minha velha casa,/ por mais que eu sofra e ande,/ é sempre um golpe de asa,/ varrendo um Campo Grande...».