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Os iorubás,[15][16] iorubas, iorubanos ou nagôs[17] (em iorubá: Yorùbá) constituem um dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental, com mais de 30 milhões de pessoas em toda a região.[18] Trata-se do segundo maior grupo étnico na Nigéria, correspondendo a aproximadamente 21% da sua população total.[19]
A tradução deste artigo está abaixo da qualidade média aceitável. (Setembro de 2021) |
Iorubá Ìran Yorùbá | |||||||||||||||||||||||||||||||||
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Pessoas iorubás (2021) | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Presença nativa de Iorubás na Nigéria, Benim e Togo | |||||||||||||||||||||||||||||||||
População total | |||||||||||||||||||||||||||||||||
est. 49 milhões[1][lower-alpha 1] | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Regiões com população significativa | |||||||||||||||||||||||||||||||||
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Línguas | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Iorubá e Línguas ioruboides Outros: Inglês ou Francês | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Religiões | |||||||||||||||||||||||||||||||||
na Nigéria[14] | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Grupos étnicos relacionados | |||||||||||||||||||||||||||||||||
Binis, Akús, Nupés, Igalas, Itsequiris, Ebiras, Fons, Eués, Nagôs, Tabons, Ajas (Benim e Togo), Jejes, Línguas bês, Ogus, Maís, Aniis, Possos, Gas (povo), Kebu, Línguas cuás, Língua adele, Edoides, Afemais, Línguas nupoides, Guaris, Esans, Edos, Isocos, Nupés, Losso, Urrobos, Línguas gur, Baribas, Diáspora africana, Afro-americanos, Afro-brasileiro, Afro-caribenhos |
Como uma descrição étnica, a palavra "iorubá" foi registrada pela primeira vez, em referência ao Império de Oió, em um tratado escrito por volta do século XVI pelo estudioso songai Ahmed Baba. Foi popularizada pelo uso hauçá e pela etnografia escrita em árabe e Ajami durante o século XIX, originalmente referindo-se ao Oió exclusivamente.
A extensão do termo para todos os falantes de dialetos relacionados com a língua de Oió (na terminologia moderna, Noroeste Iorubá) data da segunda metade do século XIX. É devido à influência de Samuel Ajayi Crowther, o primeiro bispo anglicano na Nigéria. Crowther foi ele próprio um iorubá e compilou o primeiro dicionário iorubá, bem como introduziu um padrão para a ortografia iorubá.
O nome alternativo Akú, aparentemente um exônimo derivado das primeiras palavras de saudações iorubanas (como Ẹ kú àárọ?, "bom dia"; Ẹ kú alẹ?, "boa noite"), tem sobrevivido em certas partes da sua diáspora como autodescritivo, e em Serra Leoa.[20][21]
"Nagôs" ou Anagôs era a designação dada aos negros escravizados e vendidos na antiga Costa dos Escravos e que falavam o iorubá.[22] Os iorubás são um povo do sudoeste da Nigéria, no Benim (antiga República do Daomé) e no Togo.[17]
Historicamente, habitavam o Reino de Queto (atual Benim) e o Império de Oió, na África Ocidental. Do século XVIII e até 1815, foram escravizados e trazidos em massa para o Brasil durante o chamado "Ciclo da Costa da Mina", ou "Ciclo de Benim e Daomé".[23]
“ | A nação nagô, ou a etnia iorubá, seria do âmbito das formações imaginárias – identidades ou tradições inventadas para dar conta de eventos culturais, políticos e econômicos – que neste caso, começou a tomar a configuração atual, entre os anos de 1890 e 1940 – uma identidade 'criada em uma sociedade crioula da Costa, que estava em constante diálogo com as nações religiosas emergentes da diáspora afro-latina'.[24] Como o candomblé e o xangô são referidos como de modelo nagô, em termos das matrizes míticas africanas (as nações), no Recife – talvez para que não restem dúvidas das diferenças entre o nagô baiano e o nagô pernambucano – o termo "nagô" é utilizado apenas para o xangô, e para o modelo baiano a denominação utilizada é o candomblé-de-nação.[25] | ” |
'Nagô' é o nome pelo qual se tornaram conhecidos, no Brasil, os africanos provenientes da Iorubalândia. Segundo R. C. Abraham (1890-1963), a palavra ànàgó designa os Iorubás de Ipó Quiá (Ìpo kìyà), localidade situada na província de Abeocutá. Segundo a tradição, eram provenientes de Ifè. Entre eles viviam também alguns representantes do povo popo, do antigo Daomé.[26] Segundo Vivaldo da Costa Lima, citando o antropólogo francês Paul Mercier (1922-1976),o termo proviria do fon anagô e teria, originalmente, o significado pejorativo de "piolhento". Isso porque os iorubás, ao chegarem à fronteira do antigo Daomé, fugindo de conflitos interétnicos, estariam famintos, esfarrapados e cheios de piolhos. Todavia, o próprio Costa Lima levanta dúvidas sobre essa hipótese, considerando que os iorubás "que se autodenominam Anago e só conhecem este nome" não insultariam a si próprios. Lança então dúvida de que o vocábulo fosse uma criação fon. Posteriormente, João José Reis viria a concluir que, de fato, anagô é um empréstimo do iorubá ao fon, sendo que "a omissão da sílaba inicial, abreviando 'anagô' para 'nagô', é característica nos empréstimos de palavras iorubás pelo fon." [27] Segundo William Bascom, o nome nàgó ou nago se refere ao subgrupo iorubá Ifo-nyin. Na Jamaica, o nome nago designa o culto de origem iorubá. [28]
Termos como "nagôs", "jejes", "angolas", "congos" e "fulas" representavam identidades étnicas criadas pelo tráfico de escravos, onde cada termo continha um leque de tribos escravizadas de cada região. "Nagô" era o nome que se dava ao iorubano ou a todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o iorubá. Migeod assinala que "nagô" é nome dado, no antigo Daomé, pelos franceses ao iorubano: do efé anagó.[29] Acredita-se que 'nagô' seja uma corruptela do efé anago, um termo que designa os povos de língua iorubá da costa da África Ocidental.[30]
Os portugueses construíram, em 1498, o forte São Jorge da Mina, ou Feitoria da Mina, ou Mina, no Gana, um posto estratégico na rota dos europeus ao litoral da África Ocidental, onde os cativos eram mantidos à espera de transporte para o Novo Mundo.
O tratado de paz de 1657, assinado entre a rainha Jinga Ambande e a Coroa Portuguesa, com mediação do papa Alexandre VII, encerrou a guerra no Reino do Congo e o tráfico escravista europeu na região.
No que se refere ao Brasil, o tráfico irá paulatinamente se deslocar em direção à chamada Costa da Mina, onde se localizava o Reino do Daomé e o reino de Ardra,[31] vinculados ao Império de Oió - Ioruba ou Nagô, segundo Verger,[32] no final do século XVII e início do XVIII. Entre os anos de 1681 a 1710 um grande número de embarcações carregadas de fumo foram para Costa da Mina e Angola.
O fumo (tabaco) da Bahia era rejeitado pelos europeus, que o achavam de má qualidade, e era destinado aos traficantes de escravos, sendo muito apreciado pelos africanos. Graças ao fumo, Salvador tornar-se-ia a capital mundial do tráfico de escravos.
Introduzidas no Brasil com a escravidão, as culturas africanas imprimiram, cada uma com suas peculiaridades e em diferentes graus, marcas profundas em quase toda a extensão da alma e do território brasileiro. E na Bahia essa presença - que se recria hoje em importantes instituições como as comunidades de terreiro - é devida basicamente à cultura dos nagôs, que, vinda da África Ocidental, foi, entre o fim do século XVIII e o fim do XIX, das últimas a serem escravizadas no Brasil.
Queto, ebás, ebadós e Sabé são alguns dos segmentos nagôs que vieram para a Bahia provenientes da grande área iorubá que compreende sul e centro da atual República de Benim, ex-Daomé; parte da República do Togo: e todo sudoeste da Nigéria. E todos eles - com destaque para os Queto - contribuíram decisivamente para a implantação da cultura nagô naquele Estado, reconstituindo suas instituições e procurando adaptá-las ao novo meio, com o máximo de fidelidade aos padrões básicos de origem, fidelidade essa em parte facilitada pelo intenso comércio que se desenvolveu entre a Bahia e a costa ocidental da África durante todo o século XIX até os primeiros anos que se seguirem à Abolição.
Para entender o predomínio da etnia iorubá-nagô na Bahia, é necessário recordar que, nas últimas décadas do tráfico negreiro, um enorme contingente de escravos dessa região foi trazido para Salvador. Nesse momento, os núcleos familiares também não foram tão desmembrados como no início da escravatura, permitindo uma maior manutenção da cultura e dos costumes.
Nos dizeres de Edison Carneiro, no clássico Candomblés da Bahia: "Os nagôs logo se constituíram numa espécie de elite e não encontraram dificuldade de impor, à massa escrava, a sua religião". E complementa: "Quanto aos negros muçulmanos (malês), uma minoria entre as minorias, que poderiam ser êmulos (rivais) dos nagôs, pelo seu sectarismo, afastavam não só os escravos como toda a sociedade branca". A própria Mãe Aninha Obá Bii era filha de um casal de africanos da etnia grunci, os negros Anió e Azambió, mas fora iniciada no candomblé pelos nagôs da Casa Branca do Engenho Velho. A presença de Xangô, seu orixá, solidificou ainda mais as tradições iorubás em sua trajetória.
Em Pernambuco, "nagô"[nota 1][33] é o nome de uma nação ligada a uma religião afro-brasileira denominada Xangô de Pernambuco ("nagô-egbá"). No Rio Grande do Sul, "nagô" sinaliza o nome de uma nação de orixá ligada ao ritual de batuque. Na Bahia, o candomblé de caboclo é chamado de "nagô" por ter semelhança com o xangô de Pernambuco, e cultuarem, na mesma casa, orixás, voduns e inquices.
“ | De que níveis socioculturais de linguagem a senhora fala?[34]
- Falo dos cinco níveis que identificamos no processo de integração dos aportes africanos em direção ao português do Brasil, tomando, como ponto de partida e como modelo, a linguagem litúrgica dos candomblés, um sistema lexical baseado em diferentes línguas africanas que foram faladas no Brasil e, por sua própria natureza, mais resistente à mudança e à integração sob a influência do português. Nesse nível, tratamos dos casos de glossolalia, ou seja, do falar em transe dos pretos velhos e erês, dos caboclos e dos "santos". Já no nível 2 - a linguagem do povo de santo - discutimos a questão do conceito de "nação de candomblé" e o significado do termo "nagô", confundido com o iorubá moderno, e que muita gente pensa que é a língua africana falada no candomblé da Bahia, como se o continente africano fosse um país singular, uma África única, de língua e cultura iorubá. Os níveis seguintes - 3,4 e 5 - abordam a questão da linguagem popular, do português regional da Bahia e da integração dos aportes africanos no português brasileiro. |
” |
A cultura iorubá foi originalmente de tradição oral, e a maioria do povo iorubá são falantes nativos da língua iorubá. O número de falantes é estimado em cerca de 30 milhões em 2010.[35]
O iorubá é classificado dentro das línguas edequiris, que, juntamente com a isolada igala, formam o grupo de línguas ioruboide no âmbito das Ramo volta-níger da família Níger-Congo. Igala e iorubá têm relações históricas, sociais e culturais importantes. As línguas dos dois grupos étnicos têm uma semelhança tão estreita que pesquisadores como Forde (1951) e Westermann e Bryan (1952) consideraram igala como um dialeto do iorubá.
Acredita-se que as línguas ioruboides se desenvolveram a partir de um grupo Volta-Níger indiferenciado no I milênio a.C. Há três áreas dialetais principais: Noroeste, Central e Sudeste [36] Como os dialetos Noroeste iorubá mostram mais inovação linguística, combinadas com o fato de que as áreas do Sudeste e Centro iorubá geralmente têm assentamentos mais antigos, sugere-se uma data posterior da imigração para Noroeste iorubá.[37]
A área onde Noroeste iorubá (NWY) é falado corresponde ao histórico Império de Oió. Sudeste iorubá (SEY) foi, provavelmente, associado à expansão do Império do Benin após c. 1450.[38] iorubá Central formam uma área de transição, em que o léxico tem muito em comum com NWY, ao passo que ele compartilha muitas características etnográficas com SEY.
Na literatura iorubá, a variedade padrão aprendida na escola e falada por locutores de notícias na rádio, tem sua origem na gramática iorubá compilada em 1850 pelo bispo Samuel Ajayi Crowther. Embora em grande parte baseada nos dialetos Oió e Ibadã, incorpora várias características de outros dialetos.
A partir do século VII a.C. os povos africanos que viviam em Iorubalândia, não foram inicialmente conhecidos como iorubá, embora eles compartilhassem um grupo de etnia e língua comum. O desenvolvimento do iorubá histórico in situ , fora de anteriores populações Mesolíticas Volta-Níger, por volta do I milênio a.C.
A história oral registrada sob o Império de Oió deriva o iorubá como um grupo étnico da população do reino mais antigo do Ilê-Ifé. Arqueologicamente, o povoado de Ifé pode ser datado do século IV a.C., com estruturas urbanas aparecendo no século XII (a fase urbana de Ifé antes da ascensão de Oió, c. 1100-1600, um pico significativo de centralização política no século XII)[40][41] é comumente descrita como uma "idade de ouro" de Ifé. O obá ou governante de Ifé é referido como o oni de Ifé.[42]
Oió, Ilê-Ifé e Lagos
O assentamento em Ifé parece ter entrado nesta "idade de ouro", com o aparecimento de estruturas urbanas pelo século XII. Este parece ser o período de formação dos iorubás como refletido na tradição oral e devido a isso, Ifé continua a ser vista como a "pátria espiritual" do iorubá. A cidade foi superada pelo Império de Oió[43] com o dominante poder militar e político iorubá, no século XVII.[44]
O Império de Oió e seu Obá, conhecido como o alafim de Oió, era ativo no comércio de escravos Africanos durante o século XVIII. O iorubá muitas vezes exigiu escravos como uma forma de homenagem das populações objeto, que por sua vez, às vezes faziam guerras contra outros povos para capturar os escravos necessários. Parte dos escravos vendidos pelo Império de Oió entrou no tráfico Atlântico de escravos.[45][46]
A maioria das cidades-estados foram controladas por Obás (ou soberanos reais com vários títulos individuais) e os conselhos compostos de Oloiês, reconhecidos líderes reais, nobre e, muitas vezes, até mesmo de origem comum, que se juntaram a eles em governar sobre os reinos através de uma série de alianças e cultos. Diferentes estados viram relações diferentes de poder entre os reinos e os conselhos dos chefes. Alguns, como Oió, teve poderosos monarcas autocráticos com o controle quase total, enquanto que em outros, como as cidades-estado de Ijebu, o conselho do senado teve mais influência do poder de governao Balde, referido como o Awujale de Ijebuland, foi mais limitado.
Assentamentos iorubás são frequentemente descritos como principalmente um ou mais dos principais grupos sociais chamados de "gerações": [carece de fontes]
A maioria dos iorubás falam a língua iorubá (iorubá: èdèe Yorùbá ou èdè). Vivem em grande parte no sudoeste da Nigéria; também há comunidades de iorubás significativas no Benim, Togo, Serra Leoa, Cuba, República Dominicana e Brasil. Os iorubás são o principal grupo étnico nos estados de Equiti, Kwara, Lagos, Ogum, Ondô, Osun, e Oió. Um número considerável de iorubás vive na República do Benim, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil, República Dominicana e Cuba.
Compartilham fronteiras com os borgus no noroeste, os nupés e os ebiras no norte, os Edo, que também são conhecidos como binis, e os Ẹsan e afemais para o sudeste. Os igalas e outros grupos relacionados encontram-se no nordeste, e os eguns, fons e outros povos das Línguas bês no sudoeste. Embora a maioria dos iorubás viva no sudoeste da Nigéria, há também importantes comunidades iorubás indígenas na República do Benim, Gana e Togo.
A maioria dos iorubás é cristã, e os ramos locais das igrejas Anglicana, Católica, Pentecostal, Metodista, e nativas de que são adeptos. O islamismo inclui aproximadamente um quarto da população iorubá, com a tradicional religião iorubá respondendo pelo resto. Os iorubas têm uma história urbana que data do ano 500. As principais cidades iorubás são Lagos (capital da Nigéria), Ibadã, Abeocutá, Acurê, Ilorim, Ogbomoso, Ondô, Otá, Sagamu, Iseyin, Oxobô, Ilexá, Oió e Ilê-Ifé.
Os iorubás deixaram uma presença importante no Brasil, e particularmente muito significativa no estado brasileiro da Bahia:
“ | "Os nagôs (iorubás) são, ainda hoje, os africanos mais numerosos e influentes nesse estado (Bahia). Existiam aqui quase todas as pequenas nações iorubanas. Os mais numerosos são os de Oyó, capital do reino de Iorubá, que, naturalmente, foram exportados ao tempo em que os hauçás invadiram o reino, destruíram sua capital e tomaram Ilorim. Depois, em ordem decrescente de número, vêm os de Ijêsá, de que sobretudo há muitas mulheres. Depois os de Egbá, principalmente da sua capital Abeokutá. Em menor número, são os de Lagos, Queto, Ibadã. Em geral, os nagôs do centro da Costa dos Escravos, os de Oió, Ilorim, Ijexá etc., são quase todos, na Bahia, muçurumins, malês ou muçulmanos, e a seus compatriotas se deve atribuir a grande revolta de 1835. Durante o último período da escravatura, os iorubás foram concentrados nas zonas urbanas, então em pleno apogeu; nas regiões suburbanas ricas e desenvolvidas do Norte e Nordeste, particularmente em Salvador e no Recife. Ligados pela origem mítica comum, pela prática religiosa e semelhança dos costumes, rapidamente os diversos grupos nagôs passaram a inter-relacionar-se. Não perderam contato com a África, dada a intensa atividade comercial entre a Bahia e a Costa Africana".[47][48] | ” |
Segundo diversos pesquisadores, citados por Pierre Verger em sua obra Orixás, o termo "iorubá" é recente.[49] o de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da língua comum, os iorubas estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome". A. E. Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people ("O povo que fala iorubá"), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território.
Antes de se ter conhecimento do termo "iorubá", os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em usar o termo Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e foi substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oió).
Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava, em seus relatórios enviados à Bahia, os ataques dos aiôs (ayos) contra os territórios de Agadjá,[50] rei de Daomé, chamado de "o Revoltoso" por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado, atualmente, uidá (glébué para os daomeanos, igéléfé para os iorubás, ajudá para os portugueses, juda ou grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e fida para os holandeses) ou hwéda, que controlou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé.
Atualmente, a maior parte dos Iorubás está na Nigéria, constituindo uma importante etnia que representa cerca de um sexto da população. São na sua maioria católicos, mas uma parte segue também o islamismo, ficando o culto tradicional em terceiro lugar.
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