Insurreição islâmica em Moçambique
conflito armado na província de Cabo Delgado, Moçambique / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A insurreição islâmica em Moçambique é um conflito em curso na província de Cabo Delgado, em Moçambique, entre militantes wahhabitas, que pretendem estabelecer um Estado islâmico em Moçambique, e as forças de segurança moçambicanas. O conflito também inclui ataques a civis.[8] Suspeita-se que grupos de bandidos armados tenham também aproveitado a confusão a seu favor.[9]
Este artigo ou se(c)ção trata de um conflito armado recente ou em curso. |
Insurreição Islâmica em Moçambique | |||
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Data | 5 de outubro de 2017 – presente | ||
Local | Província de Cabo Delgado, Moçambique | ||
Situação | Em andamento | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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400 000 civis deslocados de suas casas[6][7] |
O grupo wahhabi autodenomina-se Ansar al-Sunna (ou Ahlu Sunnah Wa-Jamo) - Defensores da Tradição - mesmo nome de um grupo insurgente sunita iraquiano que lutou contra as tropas norte-americanas, entre 2003 e 2007. Por vezes, o próprio grupo também se autodenomina Al-Shabaab, (que em árabe significa «a juventude»,[10] sendo que este nome também aparece grafado como Machababo[10] em português moçambicano), apesar de não estar claro se possui ligações com o grupo somali com o mesmo nome e embora haja somalis no norte de Moçambique.[11][12] Relatos mencionaram que este grupo fundamentalista islâmico é composto principalmente de moçambicanos dos distritos de Mocímboa da Praia, Palma e Macomia, mas também inclui estrangeiros da Tanzânia e da Somália.[13]
Perto da localidade está a ser desenvolvido um projeto de aproveitamento de gás natural pela firma francesa Total. É o maior e mais rico projeto de gás natural liquefeito da África. Estima-se que tenha um valor de 60 mil milhões de dólares (USD), com investimentos de vários países europeus. A população local reclama que viu pouco dessa riqueza ou investimento passar para a comunidade, o que teria motivado o início da insurgência - mais tarde "internacionalizada", ao ganhar apoio do Estado Islâmico.[14]
Em junho de 2019, também o Estado Islâmico deu a conhecer a sua presença em Moçambique e o seu envolvimento nos combates que têm abalado o norte do país desde o final de 2017.[15][16][17] Em 24 de Março de 2020, o Estado Islâmico reivindicou mais um ataque em Mocimboa da Praia, no Norte de Moçambique, localidade que ocuparam por um dia antes de serem expulsos. Os terroristas apoderaram-se de armamento e equipamento, deixando atrás de si um número indeterminado de vítimas.[18]
Segundo um relatório de um grupo de peritos dos orgãos antiterroristas da ONU, desde fins de 2019 que o grupo Ansar al-Sunna pertence ao chamado EIPAC (Estado Islâmico na Província da África Central ,ou IS-CAP, Central Africa Wilayah ou Wilayat Wasat Ifriqiya, uma divisão do Daesh ). Segundo um estado membro da ONU, as operações jihadistas em Moçambique foram planeadas e comandadas pela República Democrática do Congo.[19] Segundo as estatísticas da ONU e das ONG’s, os ataques provocaram até Abril de 2021, 2 689 mortes em, pelo menos, 838 incidentes violentos, o número de pessoas que perderam as suas casas e foram obrigados a fugir está prestes a atingir os 700 mil e mais 1,3 milhões precisa assistência humanitária urgente.[20][21][22][23]