Enfarte agudo do miocárdio
interrupção da irrigação sanguínea para uma parte do coração / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Um enfarte agudo do miocárdio (português europeu) ou infarto agudo do miocárdio (português brasileiro), vulgarmente denominado ataque cardíaco, ocorre quando a circulação de sangue para uma parte do coração é interrompida, causando lesões no músculo cardíaco. O sintoma mais comum é dor no peito ou desconforto que se pode espalhar para o ombro, costas, pescoço ou maxilar. É comum ter início no lado esquerdo do peito e durar alguns minutos. O desconforto pode por vezes ser semelhante à azia. Entre outros sintomas possíveis estão a falta de ar, náuseas, sensação de desmaio, suores frios ou fadiga.[1] Cerca de 30% das pessoas manifestam sintomas atípicos,[7] os quais são mais comuns entre mulheres.[10] Entre as pessoas com mais de 75 anos de idade, cerca de 5% tiveram um enfarte do miocárdio com poucos ou nenhuns sintomas.[11] Um enfarte do miocárdio pode causar insuficiência cardíaca, arritmia cardíaca ou paragem cardiorrespiratória.[2][3]
Enfarte do miocárdio | |
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Ilustração de um enfarte do miocárdio (2) na parede anterior do coração na sequência do bloqueio (1) de uma ramificação da artéria coronária esquerda (LCE). | |
Sinónimos | Enfarte agudo do miocárdio, ataque cardíaco |
Especialidade | Cardiologia |
Sintomas | Dor no peito, falta de ar, náuseas, sensação de desmaio, suores frios, fadiga[1] |
Complicações | Insuficiência cardíaca, arritmia cardíaca, choque cardiogénico, parada cardíaca[2][3] |
Causas | Geralmente doença arterial coronária[2] |
Fatores de risco | Hipertensão arterial, fumar, diabetes, falta de exercício, obesidade, colesterol elevado[4][5] |
Método de diagnóstico | Eletrocardiograma (ECG), análises ao sangue, angiografia coronária[6] |
Tratamento | Angioplastia coronária, trombólise[7] |
Medicação | Aspirina, nitroglicerina, heparina[7][8] |
Prognóstico | Com elevação ST: 10% risco de morte (países desenvolvidos)[7] |
Frequência | 15,9 milhões (2015)[9] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | I21-I22 |
CID-9 | 410 |
OMIM | 608557 |
DiseasesDB | 8664 |
MedlinePlus | 000195 |
eMedicine | med/1567 emerg/327 ped/2520 |
MeSH | D009203 |
Leia o aviso médico |
A maior parte dos enfartes do miocárdio é causada por uma doença arterial coronária.[2] Entre os fatores de risco estão, entre outros, a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade, colesterol elevado, uma dieta pouco saudável e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.[4][5] O mecanismo de um enfarte do miocárdio muitas vezes envolve o bloqueio completo de uma artéria coronária, causado pela rotura de uma placa aterosclerótica.[2] Ainda que de forma menos comum, pode também ser causado por espasmos da artéria coronária (vasoespasmo), que podem dever-se ao consumo de cocaína, estresse emocional significativo e frio extremo, entre outros.[12][13] Alguns exames podem auxiliar o diagnóstico, incluindo eletrocardiogramas, análises de sangue e angiografias coronárias.[6] Os eletrocardiogramas permitem confirmar a presença ou não de elevação do segmento ST.[7] As análises de sangue geralmente incluem a medição da troponina e, de forma menos comum, dosagens de CK e CK-MB, contudo, com o advento da troponina ultrassenssível, a dosagem destes últimos não tem mais sido recomendada de forma rotineira pelos últimos guidelines.[6][14]
A aspirina é um tratamento imediato apropriado quando se suspeita de enfarte do miocárdio.[8] As dores no peito podem ser aliviadas com nitroglicerina ou opiáceos, embora não melhorem o prognóstico.[7][8] Em pessoas com baixos níveis de oxigénio pode ser administrado oxigénio suplementar.[8] Nos enfartes do miocárdio com elevação do segmento ST são geralmente recomendados tratamentos para restaurar a corrente sanguínea para o coração. Estes tratamentos incluem angioplastia coronária, em que o bloqueio é removido com a introdução de um pequeno catéter na artéria, ou trombólise, em que o bloqueio é removido com recurso a medicamentos.[7] As pessoas que apresentam um enfarte do miocárdio sem elevação do segmento ST são muitas vezes tratadas com o anticoagulante heparina, complementada por angioplastia em pessoas de risco elevado.[8] Em pessoas com bloqueios em múltiplas artérias coronárias e diabetes, pode ser recomendada a realização de um cirurgia de bypass em vez de uma angioplastia.[15] Na sequência de um enfarte do miocárdio são geralmente recomendadas alterações do estilo de vida e tratamento a longo prazo com aspirina, betabloqueadores e estatina.[7]
Em 2013 ocorreram em todo o mundo 8,6 milhões de enfartes do miocárdio.[16] Em mais de 3 milhões de casos verificou-se elevação do segmento ST.[17] Os enfartes com elevação ST são duas vezes mais comuns em homens do que em mulheres.[18] Nos países desenvolvidos o risco de morte em casos com elevação ST é de cerca de 10%.[7] Entre 1990 e 2010 a prevalência da doença, quando corrigida pela idade, diminuiu em todo o mundo.[19]