Guerras de independência na América espanhola
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As guerras de independência na América espanhola foram as numerosas guerras contra o Império Espanhol na América espanhola, que ocorreram durante o início do século XIX, a partir de 1808 até 1829. O conflito começou em 1808, com juntas estabelecidas no México e em Montevidéu, em reação aos acontecimentos da Guerra Peninsular. Os conflitos podem ser caracterizados tanto como uma guerra civil e uma guerra de libertação nacional como guerras internacionais (entre países), uma vez que a maioria dos combatentes de ambos os lados eram espanhóis e americanos, o objetivo do conflito por um lado foi a independência das colônias espanholas nas Américas. As guerras, em última instância, resultaram na formação de uma série de novos países independentes que se prolongam da Argentina e Chile, no sul, ao México, no norte. Apenas Cuba e Porto Rico permaneceram sob domínio espanhol, até a Guerra Hispano-Americana em 1898.
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Independência da América Espanhola | |||
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Em vermelho, os territórios que se tornaram independentes ao final das guerras. | |||
Data | 1808 – 1833 | ||
Local | América espanhola | ||
Situação | Vitória dos independentistas
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Beligerantes | |||
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Baixas | |||
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Os conflitos são geralmente relacionados com as guerras de independência da América Latina, que incluem os conflitos no Haiti e no Brasil. A independência do Brasil compartilha uma origem comum com a da América espanhola, uma vez que ambas foram acionadas pela invasão da Península Ibérica por Napoleão em 1808. Além disso, o processo da independência dos países da América Latina ocorreu geralmente em um clima político e intelectual que emergiu da Idade do Iluminismo e que influenciou todas as chamadas Revoluções do Atlântico, incluindo as revoluções anteriores nos Estados Unidos e na França. No entanto, as guerras, e a independência da América espanhola foram resultado da evolução da situação única da monarquia espanhola.
Havia uma certa liberdade nas colônias espanholas que permitiu a fundação de universidades e favoreceu o desenvolvimento científico em algumas regiões da América Espanhola. As universidades do México e do Peru são exemplos de que foi desenvolvida uma intensa atividade intelectual nas colônias.
As ideias iluministas eram mais conhecidas e difundidas por quem tinha acesso tanto a publicações e jornais, que divulgavam frequentemente essa ideia. Já havia duas nações independentes na América: os Estados Unidos (1776) e o Haiti (1804). Contudo, o ideal de liberdade também inspirou e influenciou as classes populares na luta pela independência. Movidos e unidos pela liberdade, diferentes grupos sociais questionaram o domínio espanhol. O processo de independência das colônias espanholas na América incluía as mulheres, principalmente as que compunham a população mais pobre.
Napoleão Bonaparte, com o bloqueio continental, proibiu os países europeus de comercializarem com o Reino Unido, sob ameaça de atacar os países onde as ordens não fossem cumpridas.
Portugal, fiel aliado do Reino Unido, ficou numa situação desagradável, não se resolvendo a tempo. Napoleão, indo invadir Portugal, passou pela Espanha desencadeando batalhas. O rei da Espanha, Fernando VII, foi preso e perdeu o trono por ordem de Napoleão, que, em seu lugar, colocou seu irmão José Bonaparte. O povo espanhol não obedecia ao rei francês, e as colônias também se recusaram a fazê-lo.
Com a Europa enfraquecida com a chamada "Era das Revoluções", as Colônias sentiram que seria a hora certa para lutar pela sua independência. Ora, a Espanha estava enfraquecida, pois estava tomada pelo exército francês de Napoleão, que na verdade queria acabar com o intercâmbio comercial do Reino Unido, para que, assim, a França se tornasse a maior potência europeia, e não o Império Britânico. As Ideias Iluministas ainda circulavam por toda a Europa, assim como a recente Revolução Francesa. Essas ideias chegavam à colônia como consequência do comércio. Para as guerras de independência, os colonos se basearam nas ideais iluministas e na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América (antigas 13 colônias britânicas).
A sociedade das colônias era dividida em classes. A classe mais privilegiada era a dos brancos, das camadas dominantes que constituíam o corpo das autoridades coloniais, (chamados de Chapetones), nascidos na Espanha; eles poderiam participar das decisões políticas e administrativas e ocupar altos cargos administrativos ligados diretamente à Coroa Espanhola. Abaixo dos Chapetones encontravam-se os Criollos, que eram filhos de espanhóis nascidos na América que cuidavam da produção mercantil; os brancos, descendentes de espanhóis nascidos na colônia; os proprietários de grandes terras. E, por último, índios, negros e mestiços (os trabalhadores).
Os povos indígenas estavam submetidos à mita (espécie de tributo pago pela população indígena por meio da prestação de serviços aos colonizadores por tempo determinado, mediante uma remuneração, quase sempre sujeita a abusos). A população indígena estava sujeita também a obrigações originárias da Península Ibérica, como a encomienda ("troca" de instrução cristã), especialmente que a tornava subordinada ao colonizador, pagando-lhes tributos e realizando serviços.
A elite dos filhos e descendentes de espanhóis aproveitou a situação ainda de batalhas na Espanha e rompeu o pacto colonial, comercializando com o Reino Unido e os EUA, grandes apoios nas guerras da independência. Quando a Espanha recuperou o poder após as derrotas dos franceses, pressionou suas colônias. Porém, a elite criolla não quis mais aceitar o domínio espanhol, passando assim, a liderar em vários lugares da América. Assim então, um dos criollos, Leonardo Pacheco impulsiona a luta contra o domínio espanhol e convoca vários líderes, a exemplo de Simón Bolívar.
Nessas lutas, vários líderes se destacaram (sobretudo Simón Bolívar), percorrendo praticamente toda a América espanhola. Havia o sonho de manter todo o território das antigas colônias unidos como um país só (o que nunca foi feito). E decidiram adotar o regime republicano (proposta de Símon Bolívar) após a independência.
O Reino Unido e os próprios Estados Unidos, recém independentes, apoiaram os colonos, vendo novas oportunidades de comércio.