Igreja Católica na Nigéria
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A Igreja Católica na Nigéria é parte da Igreja Católica universal, em comunhão com a liderança espiritual do Papa, em Roma, e da Santa Sé.[7] Atualmente encontra-se dividida em duas linhas religiosas: os muçulmanos habitam o norte, e os cristãos o sul e oeste. Entre as muitas tribos da região, os ibos são predominantemente católicos. Frequentemente ocorrem violentos ataques de muçulmanos contra os cristãos.[8][9] Em sua visita ao país, no ano 1998, o Papa São João Paulo II descreveu o povo nigeriano como entusiasmado, fervoroso e fiel.[10] Não há estatísticas oficiais sobre a filiação religiosa, devido à sensibilidade do tema na sociedade. Tanto os cristãos, quanto os muçulmanos alegam constituir a maioria no país.[7] Fontes como a Religious Futures, do Instituto Pew Research, citam que a parcela de católicos seria de cerca de 11%,[3] enquanto que fontes do Vaticano alegam que este número seria de 20%. Este dado foi divulgado na Visita ad limina apostolorum dos bispos nigerianos a Roma em 2021, quando também foi divulgado que cerca de 90% dos católicos do país frequentam as missas dominicais semanalmente.[11]
Nigéria | |
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Catedral da Santa Cruz, em Lagos, Nigéria. | |
Santo padroeiro | São Patrício[1] Nossa Senhora, Rainha da Nigéria[2] |
Ano | 2010[3] |
População total | 158.420.000 |
Cristãos | 78.050.000 (49,3%) |
Católicos | 17.350.000 (11%) |
Paróquias | 4.211[4][nota 1] |
Presbíteros | 8.444[4][nota 1] |
Seminaristas | 5.023[4][nota 1] |
Diáconos permanentes | 2[4][nota 1] |
Religiosos | 4.038[4][nota 1] |
Religiosas | 6.088[4][nota 1] |
Presidente da Conferência Episcopal | Lucius Iwejuru Ugorji[5] |
Núncio apostólico | Michael Francis Crotty[6] |
Códice | NG |
A Nigéria é o país em que se formou o grupo jihadista Boko Haram, no ano 2002, inicialmente como uma seita, e em 2009 como grupo terrorista. A opressão muçulmana se tornou o tipo de perseguição mais dominante na Nigéria, sendo que em boa parte das vezes essa violência é instigada pelo Boko Haram. O grupo tem realizado uma campanha sistemática contra o Estado nigeriano, alvejando especificamente cristãos de diferentes denominações em suas ideologias, retóricas e ações com a intenção de estabelecer um Estado islâmico. A organização terrorista também se encontra ativa em países vizinhos atualmente, como Camarões, Chade e Níger.[12][13][14] Vale lembrar que os católicos não são os únicos alvos de terroristas muçulmanos no país; as igrejas protestantes também são vítimas das atrocidades islâmicas.[15][16] Até mesmo a mídia secular admite a situação de perigo que a população cristã da Nigéria enfrenta, e que este é um dos locais mais perigoso para este grupo religioso.[17][18][19] Durante o ano de 2018, a Nigéria sozinha foi responsável por 90% das mortes dos cristãos relativas à fé no mundo. Entre os anos de 2013 e 2018, 11.500 cristãos morreram como mártires da fé no país, 2.000 igrejas foram destruídas e 4 milhões de cristãos tiveram de deixar sua região de moradia por conta da violência.[20] A organização nigeriana Sociedade Internacional das Liberdades Cívicas e do Estado de Direito divulgou que nos 200 primeiros dias de 2021, 3,4 mil cristãos foram mortos no país simplesmente pela fé que praticam, o que resulta numa média de 17 cristãos mortos por dia. Sacerdotes católicos e pastores protestantes somam dez mortos no período, os sequestros cristãos somaram 2.980 pessoas, além de 300 casos de igrejas ameaçadas, atacadas ou incendiadas. A organização Portas Abertas calculou que o número de mortos neste período do relatório é praticamente igual ao ano inteiro de 2020, quando foram mortos 3.530 cristãos apenas em decorrência de sua fé. Pelo sexto ano consecutivo, a Nigéria liderou os países onde mais pessoas foram mortas por sua fé. O triste recorde nos números de assassinatos de cristãos na Nigéria em decorrência da perseguição religiosa proposital foi atingido em 2014, com mais de 5 mil casos, sendo 2021 já no segundo lugar.[21][22]