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A Igreja Apostólica Armênia [BR] ou Arménia [PT] (em armênio: Հայ Առաքելական Եկեղեցի; romaniz.: Hay Aṙak'elakan Yekeghetsi), também denominada Igreja Ortodoxa Armênia, é uma Igreja Oriental Ortodoxa. É a Igreja nacional da Armênia e pratica o rito armênio, praticado também pela Igreja Católica Armênia.[2]
Igreja da Armênia (Igreja Apostólica Armênia) | |
Catedral de Echemiazim | |
Fundador | Santos Judas Tadeu e Bartolomeu (séc. I) e Gregório, o Iluminador (301) |
Independência | Segundo Concílio de Dúbio (554) |
Reconhecimento | Ortodoxo Oriental (Igreja Ortodoxa Síria) |
Primaz | Católico Karekin II |
Sede Primaz | Valarsapate, Armênia |
Território | Armênia |
Posses | várias |
Língua | armênio clássico |
Adeptos | 9 milhões[1] |
Site | www |
Segundo o livro de Gênesis, a arca de Noé estava encalhada no Monte Ararate.[3] Apesar de esta montanha ser hoje parte da Turquia, é um símbolo nacional armênio, e armênios étnicos ainda podem ser encontrados em seus arredores.
O Cristianismo foi levado para o país pelos apóstolos São Judas Tadeu e São Bartolomeu, que, após converterem o rei de Osroena, Santo Abgar, foram enviados por este para pregarem no reino de Armênia, onde teriam convertido a filha de Sanatruces I, que seria fatalmente martirizada juntamente a São Judas.[4] São Bartolomeu ainda converteria uma irmã do mesmo rei, que mais tarde martirizaria ambos.[5][6][7] Antes de suas mortes, no entanto, os apóstolos chegaram a consagrar bispos nativos e alguns outros armênios foram ordenados fora da Armênia por Tiago, o Justo.[8][9]
Desde os tempos apostólicos até ao final do século III, o Cristianismo espalhou-se gradualmente na Armênia. Não apenas a pregação dos apóstolos de Cristo, mas também uma série de fatores úteis criados foram grandes forças que contribuíram para isso. No primeiro século, o Cristianismo foi amplamente difundido na vizinha Capadócia (a Pequena Armênia fazia parte dela), Osroena e Adiabena, com as quais a ligação comercial e cultural existente criou condições adequadas para a penetração do Cristianismo. A existência de comunidades judaicas em Tigranocerta, Artaxata, Valarsapate e Zareavã também contribuiu para isso. Os primeiros pregadores do Cristianismo iniciaram suas atividades nessas comunidades.[10] No livro "Contra os Judeus", escrito em 197, Tertuliano menciona os armênios entre as nacionalidades que aceitaram o Cristianismo.[11][12] Esta informação também é confirmada por Agostinho, o Beato, na sua obra “Contra os Maniqueístas”.
As perseguições contra os cristãos por Vologases II (r. 180–191), Cosroes I (r. 191–217) e reis subsequentes também testemunham a rápida propagação do cristianismo. Há descrições deles no livro "História das Perseguições à Igreja", do bispo capadócio Firmiliano de Cesareia (230–268).[13] Eusébio de Cesareia, o pai da História da Igreja, também menciona uma carta penitencial “dirigida aos cristãos da Armênia, cujo bispo é Meruzanes”.[12][14] Segundo Eusébio, o autor desta carta foi Dionísio, bispo de Alexandria no século III.[12][14] Segundo algumas informações históricas, após a pregação apostólica, diversas sés episcopais (Coltena, Artaz ou Astisata) foram fundadas na Armênia, cujos bispos eram líderes.
A religião foi incorporada por grande parte da população, mas ainda existiam focos consideráveis de paganismo e zoroastrismo. Em 301, a Armênia tornou-se a primeira nação do mundo a se tornar oficialmente cristã, doze anos antes de Constantino dar liberdade de culto aos cristãos em Roma. Essa conversão deve-se a Gregório, o Iluminador e ao rei Tirídates III.[4][15] As famílias do monge e do rei eram de dinastias rivais, que há anos vinham brigando pelo poder na Armênia e na Pérsia. Quando Tirídates III foi coroado, Gregório, compareceu na coroação, sendo revelado para todos quem era (adversário do rei e cristão). Tirídates III mandou encarcerar Gregório num poço aos pés do Monte Ararate e lá ele ficou por 15 anos. Conta a tradição que o Tirídates III passou a sofrer de licantropia, passando a agir como um javali. Nenhum dos tratamentos ministrados ou ritos pagãos fizeram efeito. Atendendo aos apelos da irmã do rei, Gregório foi retirado do poço e colocou-se a orar pelo rei, fazendo com que este voltasse à sua consciência. Em agradecimento, o rei proclamou Cristo como único na Armênia e Gregório como bispo-chefe da Igreja Apostólica Armênia, construindo perto de Erepuni (atual Erevã, capital da Armênia) uma catedral para ser a Santa Sé Armênia. Esse templo foi chamado de Valarsapate e foi construído com pedras trazidas diretamente do Monte Ararate.
A Igreja Apostólica Armênia se separou das demais Igrejas do mundo após o Concílio de Calcedônia em 451, por não aceitar as determinações consideradas pró-nestorianistas. Esse cisma a separa tanto das suas irmãs Católicas quanto das suas irmãs Ortodoxas, pois a Igreja Armênia aceita apenas a autoridade dos três primeiros concílios ecumênicos, enquanto a Igreja Ortodoxa aceita sete e a Igreja Católica aceita vinte e um.
A Igreja Apostólica Armênia mantém-se independente e autônoma na comunhão de Igrejas Orientais Ortodoxas, tendo sua Sede Patriarcal em Valarsapate. Ela foi importante instituição para manter a unidade na diáspora armênia, decorrente do genocídio armênio em 1915.
A sede espiritual e administrativa da Igreja Armênia, a Santa Sé de Echemiazim, localizada na cidade de Valarsapate, República da Armênia, foi estabelecida em 301. O Supremo Líder Espiritual e Administrativo da Igreja Armênia é Sua Santidade Karekin II, Supremo Patriarca e Católicos de Todos os Armênios, que é o líder espiritual mundial da Nação, para os armênios tanto na Armênia quanto dispersos pelo mundo.[16]
Tem jurisdição sobre toda a Terra Santa e a diocese da Jordânia, liderado por Sua Beatitude o arcebispo Nourhan Manougian.[16]
Tem jurisdição na moderna República da Turquia liderada por Sua Beatitude o arcebispo Mesrob Mutafian.[16]
Localizado em Antelias, Líbano, é uma sé regional com jurisdição atual sob as dioceses do Líbano, Síria e Chipre, concedida temporariamente a ela pelo Patriarcado Armênio de Jerusalém em 1929, liderado por Sua Santidade Católico Aram I.[16]
É representada no Brasil pela Diocese Armênia do Brasil, com a Catedral de São Jorge em São Paulo, onde está sediado o bispo Nareg Berberian[17], e uma paróquia em Osasco.[18][19]
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