História da linguística
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A história da linguística remonta ao desenvolvimento da linguística como ciência da linguagem.[1] Através dos séculos, muitos estudiosos se debruçaram sobre a análise formal, o significado e o uso linguístico em diferentes contextos. Desde a Idade Antiga até a contemporaneidade, diversas teorias surgiram em torno de fenômenos da linguagem.[2]
A linguagem começou a ser estudada sistematicamente pelo gramático indiano Pānini no século VI a.C.[3] Por volta do século IV a.C., alguns estudiosos da China também desenvolveram as próprias tradições gramaticais. Aristóteles lançou as bases da linguística ocidental como parte do estudo da retórica em sua Poética, datada entre 335 a.C. e 323 a.C. As tradições da gramática árabe e hebraica desenvolveram-se durante a Idade Média em um contexto religioso, tal como a gramática sânscrita de Pānini.[4]
As abordagens modernas de encarar os fenômenos linguísticos começaram a se desenvolver no século XVIII, quando a disciplina clássica da retórica foi gradualmente removida. Durante o século XIX, o estudo da linguagem passou a ser considerado parte da psicologia e da biologia, visão base para atual corrente anglo-americana. No entanto, essa integração foi questionada no início do século XX com Ferdinand de Saussure, que finalmente estabeleceu a linguística como disciplina autônoma. Segundo a concepção saussuriana, a linguística geral consiste no estudo da linguagem como um sistema semiótico que inclui a análise da fonologia, da morfologia, da sintaxe e da semântica. A abordagem do cientista, por sua vez, pode ser sincrônica ou diacrônica.[5]
Depois de Saussure, muitos outros nomes marcaram o desenvolvimento da linguística, direta ou indiretamente, como Noam Chomsky, Mikhail Bakhtin, Roman Jakobson, Émile Benveniste, Louis Hjelmslev, Leonard Bloomfield, John Langshaw Austin, Algirdas Julien Greimas, Michel Foucault, Antoine Meillet etc. Hoje, a linguística é considerada como um campo de diálogos interdisciplinares produtivos, relacionada a um grande número de abordagens científicas, como é o caso da linguística aplicada, da linguística antropológica, da psicolinguística, da neurolinguística, da linguística computacional, entre outros.[6]