História da Ilha de Santa Maria
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Uma historiografia da história da ilha de Santa Maria, no arquipélago dos Açores, Portugal, iniciar-se-á necessáriamente pela obra "Saudades da Terra", do padre Gaspar Frutuoso (1522-1591). O manuscrito, escrito entre 1586 e 1590,[1] divide-se em seis volumes, e inscreve-se numa história mais ampla, a da região que hoje referimos como Macaronésia, numa dimensão atlântica. A ilha de Santa Maria é abordada no Livro III.
Esta página ou seção foi marcada para revisão devido a incoerências ou dados de confiabilidade duvidosa. (Abril de 2016) |
Na era Moderna, destacam-se o "Espelho Cristalino em Jardim de Várias Flores", de frei Diogo das Chagas (1584-1661), as "Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores", de frei Agostinho de Monte Alverne (1629-1726),[2] e a "História Insulana das Ilhas a Portugal Sujeitas no Oceano Ocidental", do padre António Cordeiro (1641-1722).
No século XIX, nomeadamente com o advento do Liberalismo, renovam-se os estudos sobre o tema, destacando-se a "Corografia Açórica" (1822), de João Soares de Albergaria de Sousa (1776-1875). Este período é marcado ainda pela recolha de textos e documentos, como por exemplo a "Coleção de Variedades Açorianas", de José de Torres (1827-1874), do "Arquivo dos Açores", por Ernesto do Canto, e as "Escavações", de Francisco Maria Supico.[3] Em termos de literatura de viajantes, destacam-se as impressões sobre Santa Maria registadas pelo capitão Boid, secretário do almirante britânico George Rose Sartorius, que à época da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), a bordo do brigue "Conde de Vila Flôr", aqui aportou para tomar refrescos,[4] e as do escritor português Raul Brandão, em meados de 1924, a bordo do vapor "N/T S. Miguel" (Empresa Insulana de Navegação), quando visitou os arquipélagos da Madeira e dos Açores.[5]
No século XX destacam-se a publicação da "Colecção de documentos relativos ao descobrimento e povoamento dos Açores", com prefácio de Manuel Monteiro Velho Arruda, em edição comemorativa do V Centenário do Descobrimento dos Açores (1432-1932), e da "Descripção da Ilha de Sancta Maria por José Carlos de Figueiredo, Tenente Coronel d'Engenheiros, que em 1815 ali foi em Comissão" na revista Insulana, em 1960.
De uma forma geral, a pesquisa histórica para a ilha é dificultada pela ausência de fontes documentais, nomeadamente para os séculos XVII e XVIII, espalhadas por arquivos fora da ilha[6] ou mesmo perdidas devido a fatores históricos, ambientais, ou mesmo destruição deliberada. Revestem-se assim, de maior relevância, outras fontes como as patrimoniais, arqueológicas e linguísticas.
Uma listagem das personalidades que exerceram cargos de governação em Santa Maria pode ser encontrada na Lista de governantes dos Açores.