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A fronteira entre Brasil e França é a linha que limita os territórios da República Federativa do Brasil e da República Francesa (através da Guiana Francesa). Sua extensão é de 730,4 km, dos quais 427,2 km são por rios e 303,2 km por divisor de águas (fronteira seca),[1] o que constitui a segunda menor fronteira terrestre do Brasil e a maior fronteira terrestre da França com outro país.[2][3]
Essa fronteira é a única ligação terrestre entre o Mercosul e a União Europeia (via Ponte Binacional Franco-Brasileira).
A fronteira franco-brasileira começa no planalto das Guianas numa tríplice fronteira onde se encontram a fronteira Brasil-Suriname e a fronteira França-Suriname. Esse ponto é chamado "Koulimapopann" nos mapas do Instituto Geográfico Nacional Francês,[4] e tem como coordenadas 2° 20' 15,2" N, 54° 26' 04,4" W.
Desse ponto, corre ao longo de 303,2 km,[5] nas montanhas do Tumucumaque ao longo da divisória de águas entre a bacia do rio Amazonas e os rios da Guiana que desaguam no oceano Atlântico. Bordeja o limite das comunas de Maripasoula e Camopi diante do município brasileiro de Laranjal do Jari. Toma a direcção do rio Oiapoque, que corre para norte na floresta equatorial, e que serve de fronteira por 427,2 km[5] entre os territórios de Camopi e Saint-Georges-de-l'Oyapock de um lado e outro do rio.
Por fim, chega à foz do rio a oeste do cabo Orange em 4° 30' 30" N, 51° 38' 12" W. Desse ponto, situado na baía de Oiapoque, prolonga-se por uma fronteira marítima de duzentas milhas náuticas traçada em 1981 e que separa as águas territoriais dos dois países por linha loxodrômica,[6] a qual leva em conta o ponto mais norte do cabo Oiapoque (Brasil) e as ilhas Connetable (Guiana Francesa).[7]
Alguns marcos de fronteira materializam a fronteira terrestre.[5]
França (Guiana Francesa) |
Brasil | |||||
---|---|---|---|---|---|---|
Arrondissement | Comuna | Passagem de fronteira | Passagem de fronteira | Município | Estado | |
Oceano Atlântico | ||||||
Caiena | Ouanari | O i a p o q u e |
Oiapoque | Amapá | ||
Saint-Georges-de-l'Oyapock | ||||||
Camopi | ||||||
Laranjal do Jari | ||||||
Saint-Laurent-du-Maroni | Maripasoula | |||||
Suriname |
As bases desta fronteira remontam ao Tratado de Utrecht de 1713 entre a França e Portugal, mas diversas interpretações quanto ao traçado da fronteira existem hoje. Embora a França considere que o rio Japoque mencionado no texto corresponda ao rio Araguari, o Brasil considera que corresponde ao rio Oiapoque.[8]
O litígio decorreu durante dois séculos, e a França e o Brasil independente instalaram postos militares e missões religiosas no que seria conhecido como Questão do Amapá,[8] com acusações mútuas sobre a respectiva soberania.
Finalmente, uma arbitragem internacional feita pela Suíça deu razão ao Brasil em 1900: bem preparada, a delegação brasileira chefiada pelo Barão de Rio Branco, que já tinha obtido uma arbitragem favorável em litígio contra a Argentina, ganhou o arbítrio enquanto a França secundarizou a preparação dos documentos, pois estava mais preocupada com a colonização em África, enviando diplomatas com pouco conhecimento da questão: como resultado, 260 000 km² de territórios que teriam multiplicado por quatro a superfície do território da Guiana passaram para a soberania do Brasil[8].
Como vestígio cultural desse período, ainda existem hoje no Amapá pequenas comunidades ameríndias que falam um antigo crioulo guianês de base francesa.
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