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Filípico (em grego: Φιλιππικός), foi imperador do Império Bizantino de 711 a 713. Seu nome original era Vardanes (em latim: Vardanes; em grego: Βαρδάνης; em armênio/arménio: Վարդան; romaniz.: Vardan), e era filho do patrício Nicéforo, de origem arménia, reinando durante um período conhecido como "Anarquia de vinte anos".
Filípico | |
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Imperador dos romanos | |
Soldo de Filípico | |
Imperador Bizantino | |
Reinado | 4 de novembro de 711-2 de junho de 713 |
Antecessor(a) | Justiniano II |
Sucessor(a) | Anastácio II |
Nascimento | |
Morte | 713 |
Pai | Nicéforo |
Religião | cristianismo ortodoxo |
Vardanes (Βαρδάνης, Bardánēs) ou Vardânio (em latim: Vardanius; em grego: Βαρδάνιος, Bardánios[1]) é a forma latina do persa médio Vardã (*Wardān),[2] que pode ter derivado do parta vard- (em iraniano antigo *vr̥da-[3]), "rosa", ou do iraniano antigo vard-, "virar".[4] Foi registrado em grego como Ordanes (Ὀρδάνης, Ordánēs), Ordones (Ὀρδωνης, Ordōnēs)[5] e Uardanes (Οὐαρδάνες, Ouardánēs),[6] em aramaico de Hatra como Vardã (wrdn), em armênio como Vardã (Վարդան, Vardan),[5] em georgiano como Vardã (em georgiano: ვარდან, Vardan) e Vardém (ვარდენ, Varden).[2] Durante o Império Bizantino, por vezes foi usado como sinônimo do aparentado Bardas,[7][8] a helenização do armênio Varde.[9]
Ao apoiar-se no partido Monotelista, demonstrou ter pretensões ao trono no início da primeira grande revolta contra Justiniano II. Esta levou a que fosse exilado para Cefalônia por Tibério III, e em seguida ao seu desterro, por ordem de Justiniano, ao Quersoneso. Aqui Vardanes, tendo tomado o nome de Filípico, conseguiu incitar os cidadãos à revolta com o auxílio dos Cazares. Os rebeldes conseguiram entrar em Constantinopla e Justiniano fugiu (vindo a ser assassinado mais tarde). Filípico então tomou o poder. Uma vez no trono, esse general arménio negligenciou os assuntos militares, em prol da política religiosa.
Um dos seus primeiros actos como imperador foi depor o patriarca de Constantinopla, contrário ao monotelismo, Ciro, a favor de João VI, membro da sua seita, e convocar um conciliábulo de bispos orientais, o qual aboliu os cânones do Terceiro Concílio de Constantinopla (sexto concílio ecuménico). Em reacção, a Igreja de Roma recusou-se a reconhecer a legitimidade do imperador e do seu patriarca. Entretanto Tervel da Bulgária saqueou a Trácia até às portas de Constantinopla em 712. Quando Filípico transferiu um exército do Tema Opsiciano para defender os Balcãs, o califa omíada Ualide I começou a fazer incursões através das defesas enfraquecidas da Ásia Menor.
Em finais de maio de 713 as tropas opsicianas revoltaram-se. Alguns dos seus oficiais penetraram no palácio imperial e cegaram Filípico a 3 de Junho de 713. Foi sucedido pelo seu secretário Artémio, que reinou como Anastácio II.
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