Fernando Luís Mouzinho de Albuquerque (Fundão, Fundão, 19 de Julho de 1817[1]Lisboa, 14 de Dezembro de 1890) foi um militar, empresário, jornalista, escritor, poeta e político português.[2]

Factos rápidos
Fernando Luís Mouzinho de Albuquerque
Nascimento 19 de julho de 1817
Fundão
Morte 14 de dezembro de 1890
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação oficial, político, escritor
Fechar

Família

Era filho primogénito de Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque e de sua mulher e prima-irmã Ana Mascarenhas de Ataíde.

Biografia

Fidalgo de geração, Oficial do Exército, valente militar e erudito homem de letras, jornalista distinto, poliglota, versado no Grego e no Latim, humorista delicioso, perlustrou a galeria dos clássicos nacionais e estrangeiros. Sem ser Engenheiro mereceu a honra de ir a Londres, em Comissão do Governo, estudar as dragas a vapor, e foi o primeiro que entre os Portugueses trabalhou com elas. Tomou parte activa nos sucessos guerreiros da política do seu tempo, tendo-se batido pela primeira vez em 1837, na Acção do Chão da Feira, à frente do Batalhão Académico. Serviu na Arma de Infantaria na Batalha do Alto Viso, também como Comandante do Batalhão Académico, e em Artilharia na Divisão Auxiliar a Espanha. Na Acção do Chão da Feira caiu varado por uma bala que o atravessou do peito às costas, e na Batalha do Alto Viso foi ferido "mortalmente", segundo o diagnóstico do Doutor João Henrique Morley que, mais tarde, dizia ser a sua vida um insulto à Ciência.[3][4]

Frequentou alguns anos do curso de Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e os dois primeiros anos da Escola do Exército. Em 1868 era Capitão de Infantaria com o exercício de Condutor de 1.ª Classe no Corpo de Engenheiros Civis. Foi, também, Oficial-às-Ordens do Inspector-Geral das Obras Públicas. Escreveu: O Preso de Chillon, traduzido de Lord Byron em versos portugueses, Lisboa, 1833; Reullura, poema, Coimbra, 1840; Instruções práticas sobre as máquinas de vapor, Lisboa, 1843. Publicou várias poesias e artigos na Crónica Literária da Nova Academia Dramática de Coimbra e noutros jornais literários e políticos, como a Revolução de Setembro e O Leiriense, de que foi um dos Fundadores.[4][5][6] e também na revista O Panorama[7] (1837-1868).

Nunca aceitou Medalhas nem Comendas e, muitas vezes preterido mercê das suas convicções irredutíveis, morreu simplesmente Tenente-Coronel reformado de Infantaria.[4][6]

Foi, por duas vezes, Deputado às Cortes,[6] pela primeira vez pelo Círculo Eleitoral de Leiria,[4] na Legislatura de 1858-1859, tendo participado em Comissões a 14 de Abril,[8] 20 de Maio[9] e a 17 de Novembro de 1859[9] e tido intervenções a 22, 25 e 28 de Junho, 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 10, 16, 17 (duas vezes), 19, 20, 23, 24, 27, 29 e 30 de Julho, 2, 3, 6, 7, 11, 12, 13 e 14 de Agosto, 10, 13, 17, 22, 23, 24, 25, 27, 29 e 30 de Novembro e 1, 2, 4, 6, 7 (duas vezes), 9, 10, 11, 13, 14, 21, 22, 29 e 31 de Dezembro de 1858, a 3, 4, 5, 7, 8, 11, 12, 14, 15, 21, 26, 28 e 31 (duas vezes) de Janeiro, 4, 5, 7, 12, 15, 19, 21, 22, 23, 25 e 26 de Fevereiro, 1, 3, 4, 9, 10, 12, 14, 19, 21, 22, 23, 24, 26, 28, 29 (duas vezes) de Março, 1, 4, 6, 7 (duas vezes), 8, 9, 11, 13, 14, 16, 18, 26 e 30 de Abril, 2, 5, 7, 10, 14, 17, 20 (duas vezes), 21, 23, 25, 26 e 28 de Maio e a 8, 14, 18 e 23 de Novembro de 1859, e na Legislatura de 1860-1861, tendo participado em Comissões a 14 de Fevereiro de 1860[9] e a 11 de Janeiro de 1861[9] e tido intervenções a 7, 14, 15, 17, 22, 23, 24, 25 (duas vezes), 28 e 29 de Fevereiro, 2, 3, 5, 6, 9, 10, 12, 14, 20, 21, 26 e 29 de Março, 2, 3, 10, 11, 13, 17, 20, 23, 24, 26 e 30 de Abril, 1, 2, 3, 4, 5, 9, 10, 16, 18, 19, 21, 26 e 28 de Maio, 1, 5, 11, 14, 20, 22, 25 e 27 de Junho, 5, 6, 10, 11, 12, 13 (duas vezes), 14, 16, 18, 19, 21, 23, 25 e 28 de Julho e 1 e 3 de Agosto de 1860, e a 12, 15, 16, 21, 23, 28, 29, 30 e 31 de Janeiro, 4, 6, 8, 11, 13, 19, 20, 22, 25 e 27 de Fevereiro e 1, 4, 5, 6, 8, 12 (duas vezes), 15, 20, 22, 26 e 27 de Março de 1861.[10][11]

Foi, também, Representante das Companhias Britânicas "Brazilian and Eastern Telegraph Co.", sendo sob a sua gerência que se montaram os cabos submarinos em Portugal.[4][6]

Casamento e descendência

Casou em Loures, Sacavém, a 7 de Janeiro de 1844 com Matilde da Conceição Raposo (Torres Vedras, Freiria, 20 de Maio de 1818 - ?), filha de José dos Reis e de sua mulher Leocádia da Conceição,[6][12] de quem teve uma filha e dois filhos:

Houve, também, de Mafalda Augusta Barbosa de Miranda de Seabra Jacques (Marinha Grande, Marinha Grande, 25 de Maio de 1839 - ?), filha perfilhada de José Barbosa de Miranda e de Brízida da Encarnação, senhora com quem - depois de separado de sua esposa - viveu quarenta e três anos e "foi o romance de toda a sua vida" (sic), um filho e quatro filhas que legitimou:

Referências

  1. Baptizado no dia 27 seguinte, servindo de padrinhos Fernando Afonso Giraldes e Fernando Tudela de Castilho (L. 8 Bapt., Fundão, São Martinho, 1811-1818, fl. 184).
  2. "Mouzinho de Albuquerque - História e Genealogia", Fernando de Castro Pereira Mouzinho de Albuquerque e Cunha, Edição do Autor, 1.ª Edição, Cascais, 1971, Volume I, pp. 146 e 149
  3. "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", Vários, Editorial Enciclopédia, Lisboa e Rio de Janeiro, Volume 18 Moura - Nuck, p. 44
  4. "Anuário da Nobreza de Portugal - 2006", António Luís Cansado de Carvalho de Matos e Silva, Dislivro Histórica, 1.ª Edição, Lisboa, 2006, Tomo III, p. 1269
  5. "Mouzinho de Albuquerque - História e Genealogia", Fernando de Castro Pereira Mouzinho de Albuquerque e Cunha, Edição do Autor, 1.ª Edição, Cascais, 1971, Volume I, p. 149
  6. D/6; "Diário da Câmara dos Deputados"
  7. D/14; "Diário da Câmara dos Deputados"
  8. "Diário da Câmara dos Deputados"
  9. "Anuário da Nobreza de Portugal - 2006", António Luís Cansado de Carvalho de Matos e Silva, Dislivro Histórica, 1.ª Edição, Lisboa, 2006, Tomo III, pp. 1269 e 1273
  10. Sendo baptizada na Sé de Leiria a 11 de Junho de 1870.

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