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Eugène Atget (Libourne, 12 de fevereiro de 1857 – Paris, 4 de agosto de 1927) foi um fotógrafo[1] francês, hoje tido como um dos mais importantes fotógrafos da história. Passou toda a vida em Paris. Pioneiro, revolucionou a fotografia com seu olhar desviado do ser humano. Fotografava o vazio das ruas parisienses, e objetos inusitados.
Eugène Atget | |
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Détail d'un portrait d'Eugène Atget réalisé par un photographe anonyme, vers 1890. | |
Nascimento | Jean Eugène Auguste Atget 12 de fevereiro de 1857 Libourne (França) |
Morte | 4 de agosto de 1927 (70 anos) 14.º arrondissement de Paris (França) |
Sepultamento | Cimetière parisien de Bagneux |
Cidadania | França |
Ocupação | fotógrafo, fotógrafo arquitetônico |
Assinatura | |
Ficou órfão ainda criança[2] e foi criado e educado por um tio. Tornou-se marinheiro,[2] viajando por rotas americanas. Posteriormente optou pela carreira de ator.[1] Foi estudar no conservatório de arte dramática de Paris[2] em 1879, deixando-o em 1881 e partindo com uma pobre companhia de teatro que atuava nas redondezas e subúrbios de Paris. Atuou em papéis insignificantes e desiludiu-se com a profissão. Em 1889 dedicou-se a pintura e acabou desenvolvendo tal capacidade de observador que tornou-se fotógrafo aos 40 anos de idade.[3][4][5]
Inovador, foi o precursor da fotografia moderna em Paris. Especializou-se em vistas cotidianas e postais parisienses, pois conhecia cada canto de sua cidade natal. Reproduzia quadros e fornecia material de referência para seus colegas pintores.[3][4][5]
Em sua genialidade expressava verdadeiramente o surrealismo. Por 25 anos levou uma rotina de carregar pela cidade sua enorme e pesada câmera, um tripé de madeira e uma caixa de placas fotográficas de 18x24 cm, num total que ultrapassava 15 quilogramas.[3][4][5]
Atget desprezava a fotografia convencional, especializada em imagens humanas. Inaugurou a fotografia urbana. Libertou os objetos de sua aura, tornando irresistível a necessidade de possuí-los, na imagem ou na sua reprodução. Retratava o vazio, a privacidade em suas fotografias de vistas.[3][4][5]
Não teve reconhecimento de seu trabalho em vida, pois a maior parte dos escritores públicos da época "nada sabia sobre aquele homem que passava a maior parte do tempo percorrendo os ateliês com suas fotos, vendendo-as por alguns cêntimos, muitas vezes ao mesmo preço que aqueles cartões-postais, que em torno de 1900 representavam belas paisagens urbanas envoltas numa noite azulada, com uma luta retocada. Ele atingiu o polo da extrema mestria, mas na amarga modéstia de um grande artista, que viveu na sombra, deixou de plantar ali o seu pavilhão. Por isso muitos julgam por ter descoberto aquele polo, que Atget alcançara antes deles." (Camile Recht)[3][4][5]
Em 1926 Berenice Abbot, nova iorquina, recolheu sua obra de mais de quatro mil imagens e dez mil negativos, que foram publicados por Camile Rechet em um volume de magnífica beleza; as fotos de Atget foram exibidas, no mesmo ano e através de Berenice Abbout, assistente de Man Ray, curador do Museu de Arte Moderna dos EUA, na exposição "La Révolution Surrealiste". Contudo, o sucesso chegou tardiamente, pois Atget morreu em 1927, pobre e solitário, em Paris.[3][4][5]
A Biblioteca do Congresso dos EUA foi incapaz de determinar a propriedade das vinte fotografias de Atget em sua coleção, sugerindo que são obras tecnicamente órfãs. Abbott claramente tinha direitos autorais sobre a seleção e disposição de suas fotografias em seus livros, que agora é de propriedade da Commerce Graphics. A Biblioteca também afirmou que o Museu de Arte Moderna, que possui a coleção de negativos de Atget, informou que Atget não tinha herdeiros e que quaisquer direitos sobre essas obras podem ter expirado.[3][4][5]
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