Estatuetas de Vénus
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As estatuetas de Vênus são as mais antigas representações materiais de figuras femininas, tendo surgido a partir do início do Período Aurignaciano do Paleolítico Superior. Elas são caracterizadas por apresentarem mulheres de diversas formas e tamanhos - desde silhuetas afinadas até mais robustas - mas, geralmente, com ancas e seios largos como características comuns [1[1]]
Essas figuras são encontradas em diversas partes da Europa, desde o oeste até a Sibéria, e podem ser feitas de diversos materiais, como calcita, calcário, ossos, marfim, ou até mesmo argila.
Apesar da Vênus mais antiga corresponder ao período Aurignaciano, a grande abundância tanto em número quanto em diversidade delas ocorre a partir do período Gravetiano.
A primeira Vênus a ser encontrada corresponde à então denominada Vênus impudica - que, inclusive, foi a responsável pelo nome dado a esse tipo de representação feminina -, do período magdaleniense, em 1864 por pelo Marquês de Vibraye, em Dordonha [2[2]]. Essa vênus não possui cabeça, pés e braços, e sim uma grande abertura vaginal e assemelha-se às talhas medievais de Sheela na Gig - talhas com mulheres mostrando sua vulva de forma exagerada). Seu nome contrasta com “venus pudica”, que refere-se a representações femininas cobrindo o púbis e os seios.
A Vênus mais antiga já datada corresponde à Vênus de Hohle-Fels, de 35 a 40 mil anos (Período Aurignaciano) [3[3]], encontrada na caverna de mesmo nome, na Alemanha, próxima à caverna de Hohlenstein Stadel, onde foi encontrada a escultura do Homem-leão. Essa Vênus é caracterizada pela presença de seios e quadris fartos associados a pernas, braços e cabeça muito reduzidos.
Já a figura Vênus mais famosa foi encontrada em Willendorf, no vale do Danúbio na Áustria, em 1908 e data de 24-22 mil anos [4[4]]
A questão sobre a esteatopigia de algumas das figuras foi levantada pela primeira vez por Édouard Piette, que descobriu a Vênus de Brassempouy e outras estatuetas nos Pirenéus, mas não houve evidência de relação.