Eleições estaduais na Bahia em 1990
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As eleições estaduais na Bahia em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos o governador Antônio Carlos Magalhães, o vice-governador Paulo Souto, o senador Josaphat Marinho, 39 deputados federais e 63 estaduais numa eleição onde o governador foi escolhido em primeiro turno.[1]
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Eleições estaduais na Bahia em 1990 | ||||
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3 de outubro de 1990 (Decisão em primeiro turno) | ||||
Candidato | Antônio Carlos Magalhães | Roberto Santos | ||
Partido | PFL | PMDB | ||
Natural de | Salvador, BA | Salvador, BA | ||
Vice | Paulo Souto | Fernando Pires Daltro | ||
Votos | 1.642.726 | 1.039.875 | ||
Porcentagem | 50,71% | 32,10% | ||
Candidato mais votado por município no 1º turno (411):
ACM (313)
Roberto Santos (95)
Luiz Pedro (1)
Sérgio Gabrielli (2) | ||||
Titular Eleito | ||||
Força política surgida na Bahia após as eleições de 1966, quando o governador Lomanto Júnior nomeou o deputado federal Antônio Carlos Magalhães para a prefeitura de Salvador,[2] o carlismo viveu a experiência inédita de ir às urnas como força de oposição aos ocupantes do Palácio de Ondina e para alcançar a vitória ungiu a candidatura de seu líder. Médico formado em 1952 pela Universidade Federal da Bahia, Antônio Carlos Magalhães foi professor da referida instituição antes de estrear na política através da UDN elegendo-se deputado estadual em 1954 permanecendo na legenda até a chegada do bipartidarismo por força do Regime Militar de 1964 quando ingressou na ARENA sendo eleito deputado federal em 1958, 1962 e 1966. Após exercer um mandato como prefeito de Salvador, foi escolhido governador da Bahia em 1970 e oito meses após deixar o poder foi nomeado presidente da Eletrobras no Governo Ernesto Geisel antes de regressar ao governo estadual por via indireta em 1978 e quatro anos depois liderou o PDS na eleição de João Durval, embora tenha liderado seu grupo numa dissidência em favor de Tancredo Neves na sucessão do presidente João Figueiredo. Com a morte de Tancredo Neves o Palácio do Planalto foi confiado a José Sarney e este manteve Antônio Carlos Magalhães no Ministério das Comunicações. Filiado ao PFL, ele foi vitorioso na disputa pelo governo estadual como aliado do presidente Fernando Collor.[nota 1]
Estava em curso o mandato do senador Luís Viana Neto que assumiu devido a morte do pai e essa cadeira foi destinada pelo eleitor ao jurista Josaphat Marinho. Nascido em Ubaíra, trabalhou como advogado após diplomar-se na Universidade Federal da Bahia, onde lecionou. Eleito deputado estadual em 1947 e 1954, passou pela UDN e PL, serviu como Secretário de Justiça e Secretário de Fazenda no governo Juracy Magalhães, afastando-se para assumir o Conselho Nacional do Petróleo por uma decisão do presidente Jânio Quadros.[3] Eleito senador em 1962, ingressou no MDB e fez oposição ao Regime Militar de 1964 embora tenha perdido a reeleição em 1970. De volta ao magistério e à advocacia, foi professor da Universidade de Brasília e somente em 1986 retornou à política como candidato a governador da Bahia pelo PFL sendo derrotado por Waldir Pires.
Por imposição da lei o governador Antônio Carlos Magalhães e o vice-governador Paulo Souto renunciaram para disputar as eleições de 1994 e assim o poder foi entregue ao desembargador Ruy Trindade até a posse de Antônio Imbassahy.