Dracunculíase
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Dracunculíase ou dracunculose (do latim, dracuncùlus: 'pequeno dragão ou peixe venenoso'), também chamada doença do verme-da-guiné (DVG), é uma infecção causada pelo verme-da-guiné.[1] A pessoa é infectada ao ingerir água contendo pequenos copépodes da ordem Cladocera (pulgas-d’água) infestados por larvas do verme-da-guiné.[1] Na fase inicial da infecção não há sintomas aparentes.[2] Cerca de um ano após a infecção, a pessoa apresenta uma dolorosa sensação de queimação quando a fêmea do verme forma uma bolha na pele, geralmente nos membros inferiores.[1] Semanas mais tarde, o verme então rompe o tecido cutâneo e surge através da pele.[3] Nesse estágio a pessoa poderá apresentar dificuldades para caminhar e trabalhar.[2] É bastante incomum a morte em decorrência da doença.[1]
Dracunculíase | |
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Ciclo de vida da Dracunculíase | |
Especialidade | infecciologia, helmintologia, medicina tropical |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B72 |
CID-9 | 125.7 |
CID-11 | 1662537619 |
DiseasesDB | 3945 |
eMedicine | ped/616 |
MeSH | D004320 |
Leia o aviso médico |
O homem é o único animal conhecido que pode ser infectado pelo verme-da-guiné.[2] Porém, alguns animais são conhecidos por serem reservatórios do verme, isto é, sustentam populações em seus corpos, mas não desenvolvem a doença.[4] O verme mede cerca de um ou dois milímetros de largura, e a fêmea adulta pode alcançar de 60 a 100 centímetros de comprimento (os machos são consideravelmente menores).[1][2] Fora do organismo humano, os ovos podem sobreviver por até três semanas.[5] Eles devem ser ingeridos pelas pulgas-d’água antes desse prazo.[1] A larva pode sobreviver até quatro meses no interior das pulgas-d’água.[5] Dessa forma, a doença deve ocorrer a cada ano em humanos situados em determinada área afetada.[6] O diagnóstico normalmente pode ser feito baseado nos sinais e sintomas da doença.[7]
A prevenção exige o diagnóstico ainda na fase inicial da doença, e em seguida, evitar o contato das feridas das pessoas infectadas com a água potável.[1] Outros esforços incluem a ampliação do acesso à água limpa, e também a filtração da água quando ela não está limpa.[1] A filtragem por tecido normalmente é suficiente para eliminar o risco de proliferação.[3] A água potável contaminada também pode ser tratada com o composto químico temefós para exterminar as larvas.[1] Não existe medicação ou vacina contra a doença.[1] O verme pode ser removido ao longo de algumas semanas, enrolando-o lentamente ao redor de uma vareta.[2] As úlceras formadas pelo verme emergente podem sofrer infecções bacterianas.[2] A dor pode continuar durante meses após a retirada do verme.[2]
Em 2013 havia 148 casos reportados da doença.[1] É uma considerável diminuição em comparação com os 3,5 milhões no ano de 1986.[2] Ela ainda persiste em quatro países na África, enquanto na década de 1980 eram vinte os países afetados.[1] O país com maior número de casos é o Sudão do Sul.[1] Esta provavelmente será a primeira doença parasitária a ser erradicada.[8] A doença do verme-da-guiné é conhecida desde a antiguidade.[2] Ela é mencionada pelos egípcios no Ebers Papyrus, de 1550 a.C.[9] O nome dracunculíase é derivado do termo em Latim "doença do pequeno dragão",[10] enquanto o nome "verme-da-guiné" surgiu após os europeus identificarem a doença na Guiné, país localizado na costa da África ocidental, no século XVII.[9] Uma espécie similar ao verme-da-guiné causa a doença em outros animais.[11] Aparentemente, esta outra espécie não afeta os seres humanos.[11] Ela é classificada como uma doença tropical negligenciada.[12]