Disco de 78 rotações
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O disco de 78 rotações (também chamado apenas de 78 rpm, ou de disco de goma-laca) é o nome utilizado para chapas - majoritariamente de cor negra e contendo um rótulo no centro chamado de selo fonográfico - fabricadas de diversos modos e empregando diversos materiais, que foram utilizadas para o armazenamento de áudio (canções, principalmente, mas também discursos e ditados e, em ínfima quantidade, efeitos sonoros e bandas sonoras de filmes) entre 1895 e meados da década de 1970, mas que já vinham caindo lentamente em desuso a partir do advento do disco de vinil, em 21 de junho de 1948. Foram inventadas por Emil Berliner, juntamente com o gramofone, em 1888.
Disco de 78 rotações, 78 rpm ou disco de goma-laca | |||||||
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Tipo de mídia Analógico | |||||||
Uso em | Armazenamento de canções, discursos, ditados e efeitos sonoros e bandas sonoras de filmes | ||||||
Codificação | Acústica e mecânica (até 1925) Eletromecânica (após o advento da gravação elétrica) | ||||||
Capacidade | Entre 2 e 3 minutos | ||||||
Mecanismo de leitura | Agulha | ||||||
Mecanismo de escrita | Agulha | ||||||
Desenvolvido por | Emil Berliner, em 1888 | ||||||
Dimensões | Variável durante sua história até a fixação de um padrão de 25 cm de diâmetro | ||||||
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Inicialmente, os discos eram gravados utilizando-se meios puramente acústicos e mecânicos, com a canção sendo executada através de uma grande concha acústica, sem nenhum tipo de amplificação. Uma agulha específica, com o auxílio de um diafragma, convertia as ondas sonoras em ranhuras nas matrizes que, depois, eram copiadas através de um processo de galvanoplastia e "carimbagem" - com a utilização de moldes, de umidade e de calor. Estes discos eram reproduzidos em máquinas portáteis chamadas toca-discos. Assim, inicialmente, essas máquinas utilizavam tração manual, de mola ou de corda, como o Gramofone e a Victrola. A partir de 1925, com a invenção de métodos elétricos de gravação (microfones, amplificadores e alto-falantes), bem como o apuro de técnicas que permitiram a redução do ruído, novos estilos musicais e modos de cantar e tocar puderam ser gravados, o que permitiu ampliar os mercados consumidores e os lucros das empresas. Também os toca-discos evoluíram para serem movidos a eletricidade, como as Electrolas e as Radiolas, o que permitiu fixar a velocidade de rotação na reprodução dos discos em 78,26 rpm.
Esses discos foram fabricados de diversos materiais durante os mais de 50 anos de sua utilização. Inicialmente, foram feitos de celuloide - uma espécie de plástico - e ebonite - um produto da vulcanização da borracha - até fixarem-se diversas fórmulas que utilizavam a goma-laca como principal composto e que variavam conforme o produtor. Após o desenvolvimento da gravação elétrica, em 1925, chegaram a ser lançados discos feitos de novos materiais, como o vinil (nos anos 20) e a baquelite (nos anos 30), mas ambos tiveram vida efêmera.
Desde o início da sua comercialização, em 1895, enfrentaram a concorrência do cilindro fonográfico como meio de armazenamento de áudio alternativo, mas, a partir da década de 1910, as vendas de cilindros começaram a cair drasticamente, culminando com o fim da sua utilização para armazenamento de canções em 1929. Os cilindros seriam utilizados para armazenar ditados até meados da década de 1950. Entretanto, a partir de 1948, começam a enfrentar forte competição dos discos de vinil, que eram mais flexíveis, duráveis e de melhor manuseabilidade, além de possibilitarem maior qualidade nas gravações, bem como a extensão do tempo de gravação. Assim, começam a ter a sua utilização reduzida até serem completamente abandonados a partir da década seguinte.