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Dionísio I de Constantinopla (em grego: Διονύσιος Α΄; m. 1492) foi patriarca ecumênico de Constantinopla duas vezes, entre 1466 e 1471 e entre 1488 e 1490. Ele é considerado santo pela Igreja Ortodoxa e sua festa é comemorada no dia 23 de novembro[1].
Dionísio I de Constantinopla | |
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Nascimento | 1420 Dimitsana |
Morte | 1492 Constantinopla |
Cidadania | Império Bizantino |
Ocupação | sacerdote |
Dionísio nasceu em Dimitsana, no Peloponeso. Ele se tornou monge e entrou para um mosteiro em Constantinopla, onde foi pupilo de Marcos, arcebispo de Éfeso, que o ordenou sacerdote[1]. Durante a Queda de Constantinopla, em 1453, Dionísio foi aprisionado e escravizado pelos otomanos, mas foi comprado e libertado algum tempo depois em Adrianópolis por um arconte conhecido como Kyritzes (provavelmente Demétrio Apoucaucos, um dos dois secretários gregos do sultão Maomé II)[2].
Depois de sua soltura, Dionísio rapidamente ganhou enorme reputação junto a Mara Branković, filha do déspota da Sérvia Durad Brankovic e uma das esposas do sultão Murade II, o pai de Maomé II. Apesar de ela ter permanecido cristã por toda a vida, Mara tinha grande influência sobre seu enteado[3]. Apoiado por ela, Dionísio foi nomeado bispo metropolitano de Filipópolis pelo patriarca Genádio Escolário[1].
Na época de sua eleição ao trono patriarcal, disputavam o posto duas facções, uma liderada pelos arcontes leigos de Istambul, como o grande cartofílax Jorge Galesiota e o megas ekklesiarches (grande sacristão) Manuel Cristônimo, o futuro patriarca Máximo III, e a outra, pelos nobres do antigo Império de Trebizonda que haviam se mudado para Istambul depois da captura do império pelos otomanos em 1461. Os primeiros apoiavam o patriarca Marco II para o posto e os últimos, Simeão I[3].
Em 1466, Simeão conseguiu depor Marcos II e conseguiu o trono depois de subornar o governo otomano com 2 000 peças de ouro. O primeiro mandato de Simeão foi bastante breve, pois seu suborno, considerado um ato de simonia, irritou Mara Brankovic, que viajou até Istambul para reclamar com o sultão. Atendendo a seus pedidos e depois de uma outra doação de 2 000 peças de ouro, Simeão foi deposto e Dionísio, o candidato de Mara, foi nomeado patriarca[4]. Esta sucessão de patriarcas é proposta por estudiosos como Kiminas[5], Runciman[4], Grumel[6]e o bispo Germano de Sardeis[7], ao passo que Laurent[3] e Podskalsky[8] sugerem que foi Marcos e não Simeão quem comprou o trono pela primeira vez e datam o mandato de Marcos antes do de Simeão[3]. Contudo, há consenso de que Dionísio, que não estava envolvido com nenhuma das facções, tornou-se patriarca por causa da intervenção de Mara em seu favor.
A data da nomeação de Dionísio como patriarca foi provavelmente o final de 1466, pois em 15 de janeiro do ano seguinte ele assinou um ato pelo qual Santo Sínodo removeu todas as dignidades eclesiásticas de Jorge Galesiota e Manuel Cristônimo[9] — eles rapidamente recuperaram sua influência e passaram a ser fortes adversários de Dionísio[3], que também teve que enfrentar os aliados de Simeão.
Dionísio reinou com a proteção de Mara até o final de 1471, quando seus adversários o acusaram de ter se convertido ao islã por um curto período no qual ele teria sido circuncidado. Um sínodo foi reunido por seus adversários para julgá-lo. Apesar de Dionísio ter revelado seu pênis para que os presentes pudessem verificar que ele não havia se circuncidado[1][2], ele foi deposto e substituído por Simeão I[4]. Laurent sugere a existência de um segundo mandato, bastante breve, de Marcos II antes de Simeão[3].
Depois de sua deposição em 1471, Dionísio se retirou para o mosteiro de Eikosifinissa, em Drama. Em julho de 1488[5], ele foi novamente eleito patriarca com o apoio da opinião pública grega[4] e reinou a partir de seu mosteiro[1]. No final de 1490, Dionísio foi novamente deposto[5], desta vez por causa de reclamações do monges de Monte Atos[4]. Dionísio morreu em 1492[5].
Dionísio I de Constantinopla (1466-1470 / 1488-1490)
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