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Crisóquero (em grego: Χρυσόχειρ, Χρυσόχερης, Χρυσόχερις ou Χρυσοβεργης; romaniz.: Chrysócheir, Chrysócheres, Chrysócheris ou Chrysocheiros; todas as formas significam "mão de ouro"[1]) foi o último líder do Estado Pauliciano de Tefrique de 863 até 872. Sucedeu seu tio Carbeas após sua morte e realizou inúmeros raides em solo bizantino entre 863-869. Em 869/870, o imperador Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) ofereceu-lhe a paz, mas ele recusou-se a aceitar. Em 871, Basílio I realizou uma campanha fracassada contra a capital pauliciana de Tefrique. Em 872/873, o doméstico das escolas Cristóvão derrotou-o decisivamente na Batalha do Córrego Profundo. Seis anos depois sua capital seria tomada, ponto fim ao Estado Pauliciano.
Crisóquero | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | General |
Religião | Paulicianismo |
Segundo os cronistas bizantinas, Crisóquero era um sobrinho do líder pauliciano Carbeas. Segundo Pedro, o Siciliano, foi "sobrinho e genro" de Carbeas, indicando que casou-se com sua primeira prima, uma prática fortemente condenada pela Igreja Bizantina.[1] Após o programa anti-pauliciano lançado em 843 pela imperatriz-regente Teodora, Carbeas e muitos de seus apoiantes, inclusive Crisóquero, fugiram para os emirados muçulmanos fronteiriços e estabeleceram um principado independente centrado em Tefrique. Carbeas liderou os paulianos nas guerras contra o Império Bizantino ao lado dos muçulmanos até sua morte em 863,[2][3] provavelmente na batalha de Lalacão.[4]
Nada se sabe sobre a infância e carreira de Crisóquero antes de suceder seu tio. Como ele, Crisóquero pode ter serviço no exército bizantino em sua juventude.[5] Um inimigo inabalável do império, Crisóquero liderou entre 863-869 vários raides profundos em solo bizantino[6] mesmo até as costas oeste e nas imediações de Niceia, Nicomédia, e Éfeso.[4] Na última, relatadamente teria profanado a Igreja de São João Evangelista ao utilizar o espaço como estábulo para seus cavalos.[7]
O imperador Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) enviou emissários para oferecer a paz em 869/870, mas a oferta foi rejeitada por Crisóquero, que alegadamente exigiu que o imperador deveria esvaziar a porção oriental de seus territórios na Ásia Menor primeiro. É muito provável que a embaixada foi liderada por Pedro, o Siciliano, que relada que gastou nove meses em Tefrique aproximadamente o mesmo tempo que tentou organizar a libertação de prisioneiros de guerra de alta patente, embora isso é rejeitado por alguns estudiosos modernos.[1]
Em 871, Basílio I liderou um ataque contra Tefrique, mas falhou em tomar a cidade e retirou-se. Após o fracasso da campanha bizantina, Crisóquero fez novos raides alcançando tão longe quanto Ancira.[6] Em 872/873, contudo, o doméstico das escolas Cristóvão liderou outra campanha que conseguiu uma decisiva vitória contra os paulicianos na Batalha do Córrego Profundo (Bathys Ryax). Durante a batalha, Crisóquero foi morto por um soldado comum chamado Poludes. Sua cabeça decepada foi enviada para Constantinopla,[8][9][10] onde Basílio relatadamente atirou com seu arco contra ela, enfiando três flechas nela.[1] Seis anos depois Tefrique caiu, colocando fim ao Principado Pauliciano;[11] os paulicianos remanescentes seriam forçados a fugir para a Síria e Armênia.[12] Alguns estudiosos modernos, contudo, datam a morte de Crisóquero no mesmo ano da queda de Tefrique (i.e. 878/879).[5]
Comumente é considerado que a memória de Crisóquero sobreviveu no poema épico bizantino Digenis Acritas na forma de "Crisoberges" (em grego: Χρυσοβεργης; romaniz.: Chrysoverges), o avô muçulmano paterno do herói epônimo.[1][5]
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