Convento de Nossa Senhora da Assunção (Faro)
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Convento de Nossa Senhora da Assunção é um notável edifício quinhentista situado na Praça D. Afonso III, "cidade velha" (Vila-Adentro), na cidade de Faro. Encontra-se classificado como Monumento Nacional (Decreto n.º 37 077, DG, I Série, n.º 228, de 29-09-1948 [1]) e hoje alberga o Museu Municipal de Faro.
Convento de Nossa Senhora da Assumpção | |
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Convento de Nossa Senhora da Assumpção, Faro. | |
Informações gerais | |
Tipo | Convento |
Estilo dominante | Estilo renascentista |
Início da construção | D. Leonor da Áustria Século XVI |
Fim da construção | Século XVIII |
Proprietário inicial | Reino de Portugal |
Função inicial | Religiosa |
Proprietário atual | República Portuguesa |
Função atual | Cultural |
Património de Portugal | |
DGPC | 70525 |
SIPA | 4058 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Faro |
Coordenadas | 37° 00′ 46″ N, 7° 56′ 02″ O |
Geolocalização no mapa: Portugal Continental |
O Convento de Nossa Senhora da Assunção foi fundado por D. Leonor (mulher de D. João II), com uma comunidade iniciada por duas freiras clarissas provenientes de Beja. A edificação iniciou-se em 1519, numa zona que integrava vestígios de cetárias romanas, estendendo-se também para a área outrora ocupada pela Judiaria de Faro.[1]
Foi implantado numa zona nobre da cidade, situada na Vila Adentro, junto a uma das portas de entrada (a do Repouso) e num local semi-abandonado devido à expulsão dos judeus em 1497. A sua construção teve por objetivo receber uma comunidade franciscana que seguia os ensinamentos de Santa Clara. A construção prolongou-se por mais de quarenta anos, com o patrocínio régio das Rainhas D. Leonor Donatária da Cidade e mulher de D. Manuel I (1519-1525) e da Rainha D. Catarina, mulher de D. João III (1529-1550). A fase mais ativa do estaleiro teve como arquiteto/mestre pedreiro Afonso Pires e, de 1561 a 1564, esteve sob as ordens de Diogo Pires.[2]
No convento predomina o estilo renascentista, com elementos manuelinos e barrocos. A planta do convento integra quatro corpos, dispostos em torno do claustro, de secção quadrangular. A igreja encontra-se anexa à ala poente; possui porta travessa, como era regra nos conventos femininos. É coberta por abóbada de berço, sendo a capela-mor quadrangular rematada por cúpula pintada com motivos vegetalistas. Destaque-se o claustro, de Afonso Pires, um dos primeiros onde foi empregue uma tipologia claustral a partir de então muito difundida em território português (a sua edificação ocorreu praticamente em simultâneo com a dos claustros renascentistas de João de Castilho no Convento de Cristo). Segundo Vítor Serrão, "esta obra testemunha a penetração possível do figurino clássico na faixa meridional da metrópole", apresentando dois pisos com quatro pares de arcadas geminadas no piso inferior, "quatro vãos delimitados por verga recta no andar nobre, e com grossos contrafortes flanqueando estas secções, bem como os típicos ângulos cortados".[1][3]
Devido a fatores de diversa ordem (humanos e naturais), entre os séculos XVI e XVIII o convento foi alvo de várias obras de reconstrução. A invasão inglesa da cidade de Faro em 1596 (no período da Dinastia filipina), obrigou a reparações na cerca, nas alas do convento e nos elementos de madeira (chão e teto). Data da primeira década do século XVIII a porta de acesso ao primeiro andar (1727) e a pavimentação da primeira sala da portaria (1731-31). Por último, os danos causados pelo terramoto de 1755 ditaram a edificação da nova cúpula da capela-mor, do arco triunfal da capela-mor rematado por brasão com decoração rococó, da cobertura da nave da igreja e dos semi-arcos laterais destinados aos retábulos.[2]
Com a extinção das Ordens Religiosas (1834), o convento passou para a mão de particulares, tendo sido diversos os proprietários e as utilizações ao longo dos anos (albergou, nomeadamente, uma fábrica de cortiça). Foi classificado como Monumento Nacional em 1948 e, em 1960, a autarquia adquiriu o edifício para aí instalar a Biblioteca e o Museu Municipal. O convento alberga, nos nossos dias, o Museu Municipal de Faro (anteriormente designado Museu Municipal Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique), que integra coleções de pintura, escultura e arqueologia (em particular vestígios romanos e medievais).
Em 15 de Agosto de 2024, o museu reabriu após obras de recuperação, que incluíram a substituição de pavimentos e a instalação de rampas e de um elevador, no sentido de permitir aos utentes de mobilidade reduzida o acesso ao primeiro andar e outras áreas do edifício.[4] Nessa época já se tinham iniciado os trabalhos de requalificação de um antigo armazém nas imediações do museu, para o qual iriam ser serviços de conservação e restauro, que então estavam a operar numa sala junto ao claustro, sem espaço suficiente para permitir a expansão das operações.[4]
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