Clodovil Hernandes
estilista, apresentador e político brasileiro (1937–2009) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Clodovil Hernandes (Elisiário,[1] 17 de junho de 1937 – Brasília, 17 de março de 2009), às vezes grafado Clodovil Hernandez, foi um estilista, ator, apresentador de televisão, político e filantropo brasileiro.
Clodovil Hernandes | |
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Hernandes em 2007. | |
Deputado federal por São Paulo | |
Período | 1° de fevereiro de 2007 até 17 de março de 2009 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Clodovir Hernandes |
Nascimento | 17 de junho de 1937 Elisiário,[1] São Paulo, Brasil |
Morte | 17 de março de 2009 (71 anos) Brasília, Distrito Federal, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Partido | PTC (2005-2007) PR (2007-2009) |
Religião | cristão[2] |
Profissão | |
Assinatura |
Natural do interior de São Paulo, Clodovil começou sua carreira como costureiro no final da década de 1950, consagrando-se em nível nacional na década de 1970, ao lado de outros grandes pioneiros como Dener Pamplona de Abreu (1937-1978). Com seu ateliê baseado na cidade de São Paulo, Clodovil desenhou roupas de alta-costura para muitas mulheres ricas e famosas em todo o país, mas também se dedicou ao prêt-à-porter, voltado para um vestuário mais popular, e ao figurinismo do cinema e do teatro. Defendeu a importância e o fortalecimento da moda brasileira no cenário internacional.
Na década de 1980, paralelamente à moda e com o país ainda sob a censura da ditadura militar, ele iniciou sua carreira na televisão como apresentador, tendo passado por diversas emissoras, onde construiu a fama de polêmico, contraditório e "sem papas na língua". Por conta de suas declarações consideradas impróprias e indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades, Clodovil foi demitido repetidas vezes e tornado réu em processos judiciais por difamação e injúria. Ao mesmo tempo, dedicou-se ao teatro e à música, tendo participado de algumas peças e shows privados em casas noturnas. Em meados da década de 2000, ele entrou para a política, tornando-se o terceiro deputado federal mais votado do país nas eleições de 2006, com 493 951 votos ou 2,43% dos votos válidos.[3]
Em sua vida particular, o estilista era publicamente homossexual e teve uma formação cristã e posições conservadoras, o que atraiu críticas por parte de movimentos da causa LGBT por ter sido contra o casamento gay, embora fosse a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo, e contra a Parada Gay, por associá-la com prostituição e drogadição e não ter orgulho gay. Além disso, foi acusado de racismo e antissemitismo.[4] Seu nome e imagem foram usados em páginas políticas de direita.[5]
Sem deixar descendentes ou herdeiros, Hernandes registrou em testamento sua vontade de doar seu patrimônio para criação de uma fundação beneficente para ajudar meninas carentes e abandonadas. Em 2011, foi criado o Instituto Clodovil Hernandes para preservar a memória do artista. Em 2019, porém, dez anos após sua morte, os bens de seu espólio, incluindo R$ 3,7 milhões, continuavam bloqueados na Justiça por processos e reivindicações.[6]