Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg[1][nota 1] (Jettingen-Scheppach, 15 de novembro de 1907 — Berlim, 21 de julho de 1944) foi um oficial do exército alemão mais conhecido por sua participação na liderança do Atentado de 20 de julho de 1944, que tentou assassinar Adolf Hitler e remover o Partido Nazista do poder (Operação Valkyrie). Junto com outros oficiais, como Henning von Tresckow e Hans Oster, era um das figuras centrais da Resistência Alemã dentro da Wehrmacht. Após o fracassado atentado contra Hitler, ele e outros conspiradores foram executados pelos nazistas.
Claus von Stauffenberg | |
---|---|
Stauffenberg (esquerda) com Albrecht Mertz von Quirnheim em junho de 1944 | |
Nascimento | 15 de novembro de 1907 Jettingen-Scheppach Império Alemão |
Morte | 21 de julho de 1944 (36 anos) Berlim, Alemanha Nazista |
Nacionalidade | Alemão |
Cônjuge | Nina Schenk Gräfin von Stauffenberg (c. 1913; m. 1944) |
Filho(a)(s) | Berthold, Heimeran, Franz-Ludwig, Valerie e Konstanze |
Ocupação | Militar |
Serviço militar | |
País | República de Weimar Alemanha Nazista Resistência alemã |
Serviço | Wehrmacht |
Anos de serviço | 1926–1944 |
Patente | Oberst |
Conflitos | Segunda Guerra Mundial |
Religião | Católico Romano |
O nome completo de Stauffenberg era Claus Philipp Maria Justinian, seguido do título Conde de Stauffenberg.[nota 1] Pertencia a uma família nobre da Baviera, tradicionalmente católica, mais precisamente ligada ao antigo Reino de Württemberg, detentores do título nobiliárquico de graf, que na nobreza latina equivale-se ao conde. Seus pais eram Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk Gräfin von Stauffenberg.
Claus era um intelectual e estudou literatura e história antes de se juntar ao exército alemão. Foi o oficial alemão mais jovem a chegar ao posto de coronel, sendo uma estrela em ascendência no exército (Heer) das forças armadas alemãs (a Wehrmacht).
É sabido que Stauffenberg concordava com alguns aspectos da ideologia nacionalista do Partido Nazista alemão, chegando a apoiar a invasão da Alemanha contra a Polônia. Ele ainda foi ouvido fazendo comentários antissemitas e expressou apoio pelo uso de mão de obra escrava polonesa.[2][3][4] Ainda assim, ele já era conhecido por não ser um simpatizante entusiasmado, expressando repugnância com várias ideologias nazistas e se recusou a se tornar um membro do partido. Stauffenberg vacilava entre o seu desgosto pessoal por Hitler e o respeito pelo que o Führer havia feito com o país, rearmando o exército e reerguendo a nação. Mas, testemunhando o tratamento dispensado aos judeus alemães, e a supressão religiosa ofenderam o senso de catolicismo e moralidade de Stauffenberg.[5][6]
Foi ferido num ataque aéreo em 7 de abril de 1943 na campanha Norte-Africana quando servia no Afrika Korps. Perdeu dois dedos da mão esquerda, a mão direita e o olho esquerdo, além de graves ferimentos no joelho.
Stauffenberg, junto com outros vários militares alemães que já não suportavam as ordens de Hitler, organizou um atentado a bomba contra o mesmo. Tinham em mente levar duas pastas com explosivos a uma reunião militar onde estaria presente. Todo projeto foi coordenado com ajuda de cúmplices que aguardariam Stauffenberg colocar os dispositivos próximos a Hitler. Antes da explosão, ele forjaria uma saída inesperada da sala, alegando querer dar um telefonema.
Foi um dos principais articuladores deste malsucedido atentado que tentou remover o líder nazista do poder. A tentativa de matar Hitler aconteceu em seu quartel-general, conhecido como a "Toca do Lobo" (em alemão, "Wolfsschanze") situado nas proximidades de Rastenburg (atualmente Kętrzyn, junto à aldeia à época chamada Görlitz hoje Gierłoż na Prússia Oriental, atual território da Polônia).
Stauffenberg carregou consigo as duas pastas com 1 kg de explosivos cada uma, sendo que só conseguiu levar uma das bombas à sala de reunião onde ocorreu o atentado. Os explosivos foram preparados para simularem o efeito de uma bomba britânica.[7] Isto foi feito para encobrir a ação dos conspiradores. Uma grande e pesada mesa de madeira de carvalho protegeu o Führer da explosão.
Entre 11 feridos e 4 mortos, Hitler teve apenas ferimentos leves. Enquanto recebia socorro médico, Hitler disse: "eu sou imortal".[7]
Horas mais tarde, Hitler recebeu Benito Mussolini no local. O duce fica impressionado com os estragos causados pela explosão. Mas o líder italiano vê um bom presságio no fato de Hitler ter sobrevivido.[7]
Este mal sucedido atentado custou a vida do Coronel von Stauffenberg e de outros conspiradores que se encontravam em Berlim. Foram traídos por um cúmplice o general Friedrich Fromm. Ao saber que Hitler tinha sobrevivido, Fromm denunciou seus companheiros como os Generais Friedrich Olbricht, Hoepner, Erwin von Witzleben (posteriormente enforcado), o Coronel Mertz e o Tenente Werner von Haeften, os quais foram fuzilados naquele mesmo dia, após julgamento sumário.
No dia seguinte, uma lista com nomes do futuro governo da Alemanha pós-Hitler foi encontrada no cofre de Fromm. Esta era a prova de que ele participara do atentado e tentativa de golpe de estado. O ministro Albert Speer, em vão, tentou interceder em seu favor. Friedrich Fromm foi condenado a morte e fuzilado em 12 de março de 1945.
Conforme apresentado no filme The Desert Fox: The Story of Rommel, o outro suspeito de participar da conspiração, o Marechal de Campo Erwin Rommel, conhecido como a "Raposa do Deserto", foi concedida a opção de suicidar-se, de que ele fez uso.
Claus von Stauffenberg disse à sua família:
"se eu conseguir, serei chamado pelo povo alemão de traidor, mas se eu não conseguir, estarei traindo minha consciência".
Atualmente Von Stauffenberg é considerado o modelo de soldado alemão pelo Bundeswehr: "um cidadão fardado".
Foi fuzilado nas primeiras horas do dia 21 de julho de 1944 no Bendlerblock de Berlim. Diante do pelotão de fuzilamento, suas últimas palavras foram:
– "Es lebe das heilige Deutschland! (Vida Longa para a sagrada Alemanha!)"
Encontra-se sepultado no Memorial para a Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, Berlim, Alemanha.[8]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.