Ciática
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Ciática é uma condição médica caracterizada por dor que percorre a perna a partir da parte inferior das costas.[1] A dor pode descer pela parte de trás, pelo lado ou pela parte da frente da perna.[3] Na maior parte dos casos, a dor é de início súbito e ocorre na sequência de esforços, como levantar objetos pesados. No entanto, em alguns casos é de início gradual.[5] Geralmente os sintomas só se manifestam de um dos lados do corpo,[3] embora algumas causas possam dar origem a dor de ambos os lados.[3] Por vezes está também presente dor na parte de baixo das costas, embora nem sempre.[3] Em várias partes da perna e pé afetados pode ocorrer fraqueza ou formigueiro.[3]
Ciática | |
---|---|
Vista anterior do nervo ciático a descer a perna direita | |
Sinónimos | Neurite ciática, neuralgia ciática, radiculopatia lombar |
Especialidade | Ortopedia, neurologia |
Sintomas | Dor que percorre a perna a partir da parte inferior das costas, fraqueza ou formigueiro na perna afetada |
Complicações | Perda do controlo do intestino ou da bexiga[2] |
Início habitual | 40–60 anos de idade[2][3] |
Duração | Menos de 6 semanas em 90% dos casos[2] |
Causas | Hérnia discal, espondilolistese, estenose espinhal, síndrome do piriforme, tumor na bacia[3][4] |
Método de diagnóstico | Sinal de Lasègue[3] |
Condições semelhantes | Zona[3] |
Tratamento | Analgésicos, cirurgia[2] |
Frequência | 2–40% das pessoas em algum momento da vida[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | M54.3-M54.4 |
CID-9 | 724.3 |
CID-11 | e 2056651014 158896786 e 2056651014 |
MedlinePlus | 000686 |
eMedicine | emerg/303 |
MeSH | D012585 |
Leia o aviso médico |
Em cerca de 90% dos casos a causa da ciática é uma hérnia discal que exerce pressão sobre uma raiz dos nervos lombar ou sacrais.[4] Entre outras possíveis causas estão a espondilolistese, estenose espinhal, síndrome do piriforme, tumores pélvicos e compressão pela cabeça do bebé durante a gravidez.[3] O diagnóstico é feito com um exame ao sinal de Lasègue.[3] O exame é positivo se, estando a pessoa deitada de costas, ao levantar a perna sente dor debaixo do joelho.[3] Na maior parte dos casos não são necessários exames imagiológicos.[2] No entanto, podem ser necessários quando existe comprometimento da função do intestino ou da bexiga, quando existe fraqueza ou perda de sensibilidade significativa, quando os sintomas persistem por muito tempo, ou quando existe suspeita de tumor ou infeção.[2] Entre as condições com sintomas semelhantes estão várias doenças da anca e a fase inicial da zona, antes de aparecerem as manchas na pele.[3]
O tratamento consiste na administração de analgésicos.[2] Geralmente recomenda-se que a pessoa continue a realizar atvidades até ao máximo da sua capacidade.[3] O tratamento inicial resolve 90% dos casos, cujos sintomas desaparecem em menos de seis semanas.[2] A cirurgia pode ser uma opção nos casos em que a dor é intensa e dura mais de seis semanas.[2] Embora a cirurgia geralmente acelere o alívio da dor, os benefícios a longo prazo não são ainda claros.[3] No entanto, a cirurgia pode ser necessária nos casos em que há comprometimento da função do intestino ou bexiga.[2] Não existem evidências robustas que apoiem a eficácia de outros tratamentos, entre os quais corticosteroides, gabapentina, acupunctura, calor ou gelo ou manipulação vertebral.[3][6]
Dependendo da definição usada, entre 2 e 40% de todas as pessoas apresentam um episódio de ciática pelo menos uma vez na vida.[4] A condição é mais comum entre os 40 e 60 anos de idade e afeta homens com mais frequência do que mulheres.[2][3] A condição é conhecida desde a Antiguidade.[3] A primeira ocorrência conhecida do termo "ciática" data de 1451.[7]