Ciência da religião
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Ciência da religião é uma disciplina acadêmica das ciências humanas ou ciências sociais/culturais (também chamada de história das religiões, religiões comparadas, religiologia, ciência das religiões, ciências da religião ou ciências das religiões; em alemão Religionswissenschaft; em inglês Study of Religions ou Religious Studies).
O estudo de religiões, sobretudo das religiões de outras culturas que não sejam a do(a) autor(a), tem precedentes desde a antiguidade em várias culturas e tempos históricos, mas o surgimento de uma ciência da religião nos moldes modernos só vai ocorrer entre as décadas de 1850 e 1870, através da iniciativa do alemão Friedrich Max Müller (1823-1900). É tradicionalmente subdividida em história das religiões (ramo empírico de pesquisa específica) e religiões comparadas (ramo sistemático e teórico de pesquisa de ou a partir de várias culturas religiosas). Nasceu de metodologias comparativistas europeias, vindas da filologia de línguas indo-europeias e da ciência e filosofia romântica alemã, somado ao desejo de estudar com profundidade as religiões existentes no mundo, tendo forte diálogo com a etnologia.
Após a "briga de métodos" entre vertentes fenomenológicas e empiristas, em meados do século XX, houve algumas mudanças na área. Empréstimos de métodos e teorias de outras áreas ocorreram com muita força, sobretudo, buscando alternativas ao paradigma fenomenológico clássico, de autores como Otto, van der Leeuw e Eliade. A briga de métodos gerou, de um lado, o fortalecimento de uma perspectiva multidisciplinar, que abraçou várias disciplinas auxiliares de outras ciências, como a antropologia da religião, a sociologia da religião, a psicologia da religião e a geografia da religião[1]; e, de outro lado, levou a posições específicas dentro da própria Ciência da Religião que, de maneira geral, levaram a tendências mais críticas metodologicamente, especialmente no Canadá[2], e gerando tanto teorias e métodos específicos como uma aproximação mais intensa com ciências naturais como a arqueologia, as neurociências e a biologia[3][4], bem como também de diversas formas de pesquisa sociais de campo, como a noção de religião vivenciada (lived religion) e a virada material[5].