Carlos I, Conde de Anjou
filho de Branca de Castela e do rei Luís VIII da França / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Carlos I de Anjou (1226 ou 1227 – Foggia, 7 de janeiro de 1285) foi um membro da dinastia real capetiana e fundador da Segunda Casa de Anjou. Foi rei da Sicília e de Nápoles, príncipe da Acaia e conde de Anjou, Maine, Provença e Forcalquier. Em 1272, foi proclamado rei da Albânia; em 1277 iniciou uma reivindicação ao Reino de Jerusalém.[1]
Carlos I | |
---|---|
Rei da Sicília | |
Estátua de Carlos de Anjou na entrada do Palácio Real (Nápoles) | |
Consorte | Beatriz da Provença Margarida de Borgonha |
Rei da Sicília Contestado por Pedro I em 1282 | |
Reinado | 1266–1285 |
Coroação | 5 de janeiro de 1266 |
Predecessor | Manfredo |
Sucessor | Pedro III (ilha da Sicília) Carlos II (territórios do continente) |
Conde de Anjou e Maine | |
Reinado | 1246–1285 |
Sucessor | Carlos II |
Conde da Provença | |
Reinado | 1246–1285 |
Predecessor | Beatriz |
Sucessor | Carlos II |
Conde de Forcalquier | |
Reinado | 1246–1248 1256–1285 |
Predecessor | Beatriz I Beatriz II |
Sucessor | Beatriz II Carlos II |
Nascimento | 1226 ou 1227 |
França | |
Morte | 7 de janeiro de 1285 |
Foggia | |
Sepultado em | Basílica de Saint-Denis, Paris |
Descendência | Beatriz, imperatriz latina Carlos II de Nápoles Filipe da Sicília Isabel da Sicília, Rainha da Hungria |
Casa | Casa de Anjou-Sicília |
Pai | Luís VIII de França |
Mãe | Branca de Castela |
Filho mais novo de Luís VIII da França e de Branca de Castela,[2] estava destinado a uma carreira na Igreja até o início da década de 1240. Adquiriu Provença e Forcalquier por meio de seu casamento com Beatriz da Provença. Suas tentativas de restaurar a autoridade central o colocaram em conflito com sua sogra, Beatriz de Saboia, e a nobreza. Carlos recebeu Anjou e Maine de seu irmão, Luís IX da França, como apanágio. Ele acompanhou Luís durante a Sétima Cruzada ao Egito. Pouco depois de retornar à Provença em 1250, forçou três ricas cidades autônomas – Marselha, Arles e Avinhão – a reconhecer sua suserania.
Apoiou Margarida II, condessa de Flandres e Hainaut, contra seu filho mais velho, João, em troca de Hainaut em 1253. Dois anos depois, Luís IX o convenceu a renunciar ao condado, mas o compensou instruindo Margarida a pagar-lhe 160 mil marcos. Carlos forçou os nobres e cidades provençais rebeldes à submissão e expandiu sua suserania em uma dúzia de cidades e senhorios no Reino de Arles. Em 1263, após anos de negociações, aceitou a oferta da Santa Sé de tomar o Reino da Sicília dos Hohenstaufens. Além da ilha de mesmo nome, este reino incluía o sul da Itália até o norte de Nápoles e era conhecido como Regno (Reino). O Papa Urbano IV declarou uma cruzada contra o incumbente Manfredo da Sicília e ajudou Carlos a arrecadar fundos para a campanha militar.
Carlos foi coroado rei em Roma em 5 de janeiro de 1266.[3] Aniquilou o exército de Manfredo e ocupou o Reino quase sem resistência. Sua vitória sobre o jovem sobrinho do rei da Sicília, Conradino, na Batalha de Tagliacozzo em 1268 fortaleceu seu governo. Em 1270, participou da Oitava Cruzada organizada por Luís IX e forçou o califa haféssida de Túnis a pagar um tributo anual a ele. Suas vitórias garantiram a liderança indiscutível entre os partidários italianos do papado (conhecidos como guelfos), mas sua influência nas eleições papais e forte presença militar na Itália perturbaram os papas. Eles tentaram canalizar suas ambições para outros territórios e o ajudaram a obter reivindicações sobre Acaia, Jerusalém e Arles por meio de tratados. Em 1281, o Papa Martinho IV autorizou Carlos a lançar uma cruzada contra o Império Bizantino. Seus navios estavam se reunindo em Messina, prontos para começar a campanha quando um motim – conhecido como vésperas sicilianas – estourou em 30 de março de 1282, o que pôs fim ao seu governo na ilha da Sicília. Foi capaz de defender os territórios continentais (o Reino de Nápoles) com o apoio da França e da Santa Sé. Carlos morreu enquanto fazia os preparativos para a invasão da Sicília.[4]