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Caratão é uma aldeia na antiga Freguesia de Mação, no Município de Mação, distrito de Santarém em Portugal. As aldeias mais próximas são a de Santos e a de Casas da Ribeira.
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O nome Caratão, provém do nome Karat, uma antiga medida da pureza do ouro[1] que provém do Francês médio (carat), que por sua vez vem do Italiano carato, que veio do Árabe qīrāṭ (قيراط), que derivou do Grego kerátion (κεράτιον)[2]. O nome está também intimamente relacionado com a aldeia de Pedrouzos, em Melide, nome que vem de pedra ou mina de minério, ao qual estão associadas lendas sobre ouro, como acontece com Caratão.
A aldeia do Caratão localiza-se na freguesia de Mação, município de Mação, distrito de Santarém, antiga província da Beira Baixa. Encravada num vale e perto da serra do Bando dos Santos, tem uma população cerca de 25 pessoas.
A aldeia do Aziral é uma aldeia abandonada no vale do Aziral, nas próximidades do Caratão. A aldeia é um aglomerado descentralizado, composto por antigas casas de actuais moradores no Caratão e de alguns palheiros para armazenamento de produtos agrícolas e silvícolas. A aldeia é atravessada por uma ribeira e apenas possui uma ponte.
Já existe indicios da povoação da localidade do Caratão e dos seus arredores desde os tempos pré-históricos. O Castelo Velho do Caratão[3] corresponde a um castro defensivo do Neolítico, domínado pelos povos que ocuparam a região, nomeadamente pelos romanos até ao século I., Visigodos e Mouros, até que D. Afonso Henriques doou-o aos Templários em 1160 onde seria edificado um castelo Medieval, o que nunca chegou a acontecer[4]. Está estrategicamente situado, a 250 metros de altura, e apresenta uma vista deslumbrante sobre a paisagem. Neste local, foram encontrados vários objectos metálicos e algumas peças de ourivesaria. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.[carece de fontes]
Mais recentemente o grande êxodo rural e a imigração para as ex-colónias e França, na década de 1960 contribuiu para a despovoação da aldeia que passou de 201 habitantes em 1940[5] para cerca de 25 em 2011. Os incêndios florestais têm sido um grande problema no concelho e chegaram a afectar seriamente a aldeia, tendo sido o seu pico em 2003[6] .
Situado no topo do monte que lhe deu nome, o "Castelo Velho", ou "Castelo Velho do Caratão", como é localmente mais conhecido, encontra-se estrategicamente implantado, sobranceiro às ribeiras de Eiras, do Arizal e do Caratão, a cerca de duzentos e cinquenta metros de altitude, com um forte domínio visual sobre a paisagem envolvente, tendo sido originalmente dotado de um sistema defensivo, do qual resta apenas um troço de muralhado.
Foi em meados dos anos de 1940 que o sítio foi identificado por João Calado Rodrigues, encontrando, entre outros, vários elementos de moagem, machados, artefactos de bronze e diversos fragmentos cerâmicos, aos quais se acrescentaram outros objectos recolhidos no local já na década de 60, até que os anos 80 permitiram a realização dos primeiros trabalhos arqueológicos (Cf. PEREIRA, M. A. H., 1970). De entre o espólio exumado, será de realçar um elemento de foice e duas enxós de xisto, a par de um número considerável de objectos metálicos, como um escopro, alfinetes e agulhas, assim como adagas, pontas de seta e lâminas de espada, para além de exemplares de ourivesaria; numa comprovação indirecta de parte substancial das actividades preponderantes no povoado durante a sua utilização em plena Proto-História[7].
Existem pelo menos duas grandes festas na aldeia do Caratão promovidas pela Associação Recreatiava e cultural do Caratão, sendo uma delas por volta da altura da Páscoa e a outra normalmente no início do mês de Agosto. A tradicional festa de Agosto costuma ter mais afluência, sendo também acompanhada por uma procissão.
Próximas da aldeia existem muitas pedras todas de forma oval, algumas já sobrepostas, como que o início da construção de um arco.
Depois de dois montes percorridos, entre os quais corre uma ribeira, encontram-se também pedras da mesma forma e também postas do mesmo modo como que querendo edificar um arco.
Segundo a lenda, aquelas pedras eram para fazer uma ponte numa noite, pelos Mouros.
Na noite marcada, ocorreram nevoeiros e, quando se pode construir a ponte, fez-se imediatamente de dia. Como estava previsto edificar a ponte naquela noite, não a fizeram. Algumas dessas pedras estão a ser vendidas para calcetar estradas. Pensa-se que algumas daquelas pedras foram tiradas duma mina, que existia naquele lugar, de algum minério, e, onde existe a lagoa, diz-se que também há um capote, um carneiro e uma candeia, tudo de ouro.
Houve um homem que deu uma esmola a um mouro e este lhe disse onde se encontrava o capote, mas ele não poderia dizê-lo a ninguém. Próximo do local, e quando já via o capote, encontrou um amigo que lhe procurou onde ia; o homem disse que ia buscar o capote de ouro, mas nesse instante deixou de o ver[8].
Outra das lendas é a da Lenda da Parteira do Caratão, interligada com Lenda da Parteira de Pedrouzos Melide na Galiza, onde em ambas as lendas a parteira foi assistir uma moira cujo marido, o mouro, a obrigou a lavar os olhos com um líquido para que se, por acaso, se encontrassem futuramente, ela nunca o pudesse reconhecer. Ora, como seria de esperar, a parteira era muito esperta e fingindo lavar os dois apenas lavou um dos olhos. O que vai levar ao reconhecimento posterior do mouro, numa feira, que ao sentir-se reconhecido arranca à parteira, com uma faca, o olho em questão[1].
"Entre Bandos e rebandos, e os dois Caratões ambos, e a Rua da Amieira, e o penedo do Aivado, há oiro arraiado, que chega ao ferro do arado". Assim reza a popular lenda do Caratão, aliás muito conhecida em todo o concelho de Mação, nesta versão, ou naquela outra que diz: "Entre Bandos e Rebandos, e os dois Caratões ambos, e a ponte do Cadouro, há um mineral de ouro". - Autor desconhecido[9].
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