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grupo de mídia brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Grupo Abril é um conglomerado de mídia brasileiro fundado em 1950, sediado em São Paulo e que atua principalmente no mercado de editoração, publicando títulos como Veja, além de possuir negócios nas áreas de logística, por meio da Total Express, e distribuição, com a Dinap.
Grupo Abril | |
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Razão social | Abril Mídia S.A. |
Empresa de capital fechado | |
Slogan | Faz parte da sua vida |
Atividade | Mídia |
Fundação | 1950 (74 anos) |
Fundador(es) | Victor Civita |
Proprietário(s) | Cavalry Investimentos |
Presidente | Fábio Carvalho |
Empregados | 3.000 |
Produtos | |
Empresa-mãe | Ativic S.A. |
Divisões |
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Lucro | R$ 189,4 milhões (2013) |
Faturamento | R$1 bilhão (2017)[1] |
Renda líquida | R$1 bilhão (2017)[1] |
Website oficial | grupoabril |
Foi um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Ao longo de sua história expandiu e diversificou suas operações, oferecendo conteúdo em multiplataformas.
Em 1950, Victor Civita como Editora Primavera, nom Editora Abril, o Grupo Abril é hoje um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Ao longo de sua história, expandiu e diversificou suas operações, e hoje fornece conteúdo em multiplataformas.
Em maio de 1950 Victor Civita, um jornalista e empresário descendente de judeus italianos, nascido nos Estados Unidos e naturalizado brasileiro, fundou a Editora Primavera. Seu primeiro título foi a revista Raio Vermelho, uma revista em quadrinhos com títulos de origem italiana, que não faz muito sucesso. Em julho rebatizou sua empresa como Editora Abril,[2]pois na Europa, nesse mês, inicia-se a primavera. O nome havia sido usado por seu irmão, Cesar Civita, em uma editora na Argentina.[3] Seu ícone é a árvore, pois representa a fertilidade, a própria imagem da vida. A cor verde foi escolhida por simbolizar a esperança e o otimismo.
A Editora Abril começou com a publicação de O Pato Donald, uma revista em quadrinhos, num pequeno escritório no centro de São Paulo, com apenas seis funcionários. Com investimentos em treinamento e tecnologia, a empresa se tornou já no fim da década uma das referências jornalísticas do país em texto, fotografia, edição e produção.
Em 1960, Victor Civita promoveu uma inovação no mercado editorial e iniciou a publicação de obras de referência em fascículos. A chegada às bancas do conhecimento antes restrito às bibliotecas e livrarias foi um enorme sucesso. No ano seguinte, o crescimento da família Disney e o lançamento de Zé Carioca estimularam a produção de quadrinhos nacionais. Recreio, lançada em 1969, levou mais adiante a proposta de educar divertindo, com suas histórias e atividades.
A Abril acompanhou ao longo dos anos as mudanças da sociedade brasileira. O crescimento do turismo e da indústria automobilística, por exemplo, fez nascer Quatro Rodas, Guia Quatro Rodas e Viagem e Turismo. Futebol e sexo ganharam revistas sobre o assunto com Placar, Playboy, VIP e Men's Health; e a Veja, que é hoje a maior revista do país e a terceira maior revista semanal de informação do mundo.[4]
As revistas femininas também tiveram espaço na Abril desde os anos 50. A precursora, em 1952, foi a Capricho, inicialmente com fotonovelas e, em 1981, reformulada para falar com as adolescentes. Pouco depois vieram a Manequim, a primeira revista de moda da Abril, e a Claudia, que nasceu em 1961 e hoje é a maior revista feminina do país. Nas décadas seguintes, surgiriam inúmeros títulos, entre eles Nova e Elle, Estilo de Vida, Gloss e, recentemente, Women's Health.
Em 1990, o Grupo Abril, juntamente com a Viacom, criou a MTV Brasil, a maior emissora de música e TV segmentada do Brasil. Na mesma década criou a TVA, uma das pioneiras na televisão por assinatura, que atualmente comercializa banda-larga à Internet através do Ajato, e também foi criada a TVA Digisat, que foi substituída pela DirecTV. Criou o BOL, que foi fundido com o UOL após adquirir parte do provedor. Em 1995 entrou em sociedade com a Time Warner e a Sony Pictures para formar, com o Disney Channel e com a OLE Partners, o Sony Entertainment Television e o Warner Channel. Além da HBO Brasil, a Abril detinha a ESPN Brasil (50% com a Disney), Bravo Brasil (uma parceria com a Bravo Network), Eurochannel, CMT Brasil (50% com a Gaylord Company). Ainda havia um plano para criar o CNA, um canal de notícias.
A TVA teve problemas para administrar a DirecTV, o que fez com que a Abril tivesse prejuízos e com isso vendesse sua parte na ESPN Brasil, depois o Eurochannel, e uma a uma de suas mídias televisivas (inclusive DirecTV), a MTV foi a única que escapou. A crise se agravou e obrigou a Abril a vender também o UOL e desistir de suas fitas cassete, no final restou a Editora, a TVA e a MTV.
Possui ainda uma grande operação de distribuição e logística que atende a todo o território nacional com as empresas Dinap, Treelog, FC Comercial, Total Express e Entrega Fácil.
Com 52.500 m² de área ocupada e produção de 568 milhões de exemplares impressos, a Abril Gráfica é considerada a maior da América Latina.[5] Conquistou as certificações Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), que garantem manejo responsável de florestas.
A partir de 2004, a empresa passou a dedicar boa parte de seus investimentos na área da educação. Hoje a Abril Educação é formada pelas Editoras Ática e Scipione, pelos Sistemas de Ensino SER e Anglo, SIGA (curso preparatório para concursos públicos) o Colégio e Curso pH, do Rio de Janeiro, Escola Maximus e o Grupo ETB (Escolas Técnicas do Brasil). No início de 2010, a empresa passou a atuar separadamente do Grupo Abril, por meio de uma reorganização societária.
No mês de maio de 2006, o Grupo Abril anunciou a sociedade com o Naspers, grupo de mídia sul-africano, que passou a deter 30% do capital da empresa, incluindo a compra dos 13,8% que pertenciam aos fundos de investimento administrados pela Capital International, desde julho de 2004.[6]
Em 1º de outubro de 2007, o Grupo Abril criou a Ideal TV, lançado pela primeira vez na televisão por assinatura. A programação do canal, dirigido por Maria Teresa Gomes, era composta por programas voltados para a área empresarial com três núcleos: gestão de negócios, gestão de carreira e bem viver, destinada ao público empreendedor, ávido por informação e atento aos acontecimentos mundiais, profissionais que vivem o desafio diário de mostrar bons resultados para a empresa, manterem-se competitivos no mercado de trabalho e ainda ter tempo para a vida pessoal. A programação também contava com boletins informativos ao longo da programação, com notícias atualizadas durante todo o dia. O formato do canal era denominado de canal de negócios segundo o jornal britânico Financial Times. Inicialmente, era transmitido 18 programas de produção própria, aquisições de produtoras nacionais e internacionais – incluindo da BBC. Ele era presente na TVA, Telefônica TV Digital e TVN. Em 20 de julho de 2009 o canal foi encerrado às 23h59. Os motivos para o encerramento do canal foram a recusa das operadoras Sky e NET em incluir o canal em seus pacotes e os baixos índices de audiência.
Em 2008, o Grupo Abril aderiu, como membro fundador e primeira empresa brasileira de comunicação, ao Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), metodologia internacional mais usada por empresas para quantificar e gerenciar suas emissões de gases de efeito estufa.[7]
Em agosto de 2010, o Grupo Abril anunciou uma nova estrutura da empresa, passando a se organizar em quatro grandes pilares – Mídia, Distribuição e Logística, Gráfica e Educação.
Em novembro de 2011, o Grupo Abril adquiriu a empresa de logística Total Express, uma das maiores distribuidoras de encomendas por meio de entregas expressas.
Em 3 de julho de 2012, a empresa comprou toda totalidade das ações da empresa de Mídia digital out of home Rede Elemídia.[8]
Em 23 de julho de 2012, a Abril Educação anunciou a compra de 51% da escola de idiomas Red Balloon.[9]
Os anos de 2012 e 2013 foram momentos com muitas especulações sobre a entrega da marca da MTV Brasil para sua detentora internacional Viacom. Com a morte de Roberto Civita presidente da empresa, o Grupo Abril noticiou uma nova reestruturação da empresa. Cerca de 70 funcionários do grupo foram dispensados, e que deveriam ser extintas no país as revistas Playboy, Capricho e Contigo.[10] Também foram noticiados por sites que a empresa não deveria seguir com a marca da MTV no país.[11] Já em 2013, o Grupo Abril confirmou que iria devolver, ainda em outubro de 2013, a marca da MTV para a Viacom, sendo assim, a MTV Brasil deixa de fazer parte do grupo,[12][13] O grupo pretendia vender o canal para um "melhor negócio", já que não pretendia lançar o novo canal e nem seguir no ramo televisivo.[14]
Em agosto de 2013, o grupo anunciou o fim das revistas Gloss, Bravo!, Alfa e Lola, e alterações na revista Contigo. Em resposta, a empresa disse que as revistas finalizadas têm 2% de receita de publicidade e cerca de 150 funcionários foram dispensados.[15]
Em 18 de dezembro de 2013, num comunicado oficial, Fábio Colletti Barbosa, presidente do Grupo Abril, anunciou a venda da concessão da TV aberta ao Brasil para Grupo Spring de Comunicação, que edita a revista Rolling Stone no país, entre outras revistas.[16][17] Este grupo pertence ao ex-vice-presidente do SBT e Band, José Roberto Maluf. Ao ser aprovado pelo Ministério das Comunicações e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a MTV Brasi foi vendida ao Grupo Spring.[18][19]
Em 11 de fevereiro de 2014, O Grupo Abril informou que analisava propostas de investidores interessados na Abril Educação, o que "poderá inclusive envolver a alteração na composição do controle" da companhia. Criada em 2007, como um braço do Grupo Abril, a Abril Educação passou a atuar separadamente da Abril S.A. no início de 2010, por meio de uma reorganização societária. Fazem parte da empresa: as editoras Ática e Scipione, os sistemas de ensino Anglo, Ser, Maxi e GEO, o Siga (focado na preparação para concursos públicos), o Curso e Colégio pH, o Grupo ETB (Escolas Técnicas do Brasil), a Escola Satélite, a rede de escolas de inglês Red Balloon e a Livemocha, ensino de idiomas.[20]
Em julho de 2014, a Editora Abril comunicou a transferência da Máxima e de mais nove de seus títulos de revistas para a Editora Caras.[21] Tais transferências se referiam às revistas “Aventuras na História”, “Bons Fluidos”, “Manequim”, “Minha Casa”, “Minha Novela”, “Recreio”, “Sou+Eu”, “Vida Simples” e “Viva Mais”.[21] De acordo com o comunicado, a Editora Caras passa a ser responsável pela produção de conteúdo, circulação e venda de publicidade da Máxima e dessas revistas.[22] Contudo, os serviços de assinaturas, distribuição e gráfica continuariam a ser prestados pelo Grupo Abril, visto que as duas editoras são parceiras.
Em junho de 2015, algumas revistas pararam de circular na versão impressa e passaram a sua versão digital, entre elas a Capricho, título do segmento jovem, e a Guia 4 Rodas, que apesar das mudanças continuou sob o comando da editora. Também em 2015 se concretizou a descontinuação das versões brasileiras das revistas Men's Health, Women's Health e Playboy.[23]
O Grupo Abril comunicou, em agosto de 2016, que "apresentou ao mercado(...) sua nova visão estratégica" e, "com o slogan 'bem-vindo à indústria do conhecimento', a empresa aposta na mudança da perspectiva sobre seus negócios e reapresentou seu portfólio completo de serviços: Mídia, Assinaturas, Print, Total Express, Licensing, Casa Cor, Abril Branded Content (ABC) e Abril Big Data (ABD)".[24][25]
Em 19 de julho de 2018, a família Civita deixou o comando do Grupo Abril, que foi assumido pelo empresário Marcos Haaland, sócio da empresa de consultoria Alvarez & Marsal.[27][28] No mês seguinte, a empresa anunciou seu pedido de recuperação judicial, após acumular dívidas no valor de R$ 1,6 bilhão.[29]
Em 20 de dezembro de 2018, o Grupo Abril anunciou que os seus negócios foram vendidos pela família Civita para o empresário carioca Fábio Carvalho, sócio das varejistas Leader e Casa & Video, pelo valor simbólico de R$ 100 mil.[30] Com a venda, Carvalho — que é especializado em adquirir empresas em situação financeira deficitária — assumiu a dívida de R$ 1,6 bilhão da Abril, que segue com a recuperação judicial em curso, e está injetando o valor R$ 70 milhões no grupo para dar fôlego ao negócio. A Abril seguiu no comando da Alvarez & Marsal até que a transação recebesse aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).[31] O Cade aprovou a venda, sem ressalvas, no dia 8 de janeiro de 2019.[32] O processo de venda foi concluído em 17 de abril de 2019 e Carvalho assumiu como novo presidente executivo do grupo.[33][34][35]
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