Atentados de 11 de março de 2004 em Madrid
ataque jihadista aos trens suburbanos de Madrid / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os atentados de 11 de março de 2004, também conhecidos como 11-M, foram atentados terroristas coordenados, quase simultâneos, contra o sistema de trens suburbanos da Cercanías, em Madrid, Espanha, na manhã de 11 de março de 2004, três dias antes das eleições gerais espanholas. As explosões mataram 193 pessoas e feriram 2 050.[1] A investigação oficial por parte do judiciário espanhol constatou que os ataques foram dirigidos por uma célula terrorista inspirada na al-Qaeda,[2][3] apesar de nenhuma participação direta do grupo extremista ter sido estabelecida.[4][5] Apesar de não terem tido nenhum papel no planejamento ou na execução dos ataques, os mineiros espanhóis que venderam os explosivos para os terroristas também foram presos.[4][6]
Atentados de 11 de março de 2004 | |
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Restos do trem (comboio) na Estação de Atocha, um dos lugares onde os ataques ocorreram. Mapa dos locais dos ataques em Madrid. | |
Local | Madri, Espanha |
Data | 11 de março de 2004 7h36min—7h40min (UTC+1) |
Tipo de ataque | Terrorismo |
Mortes | 193 mortos |
Feridos | 2 050[1] |
Responsável(is) | Célula terrorista inspirada na Al-Qaeda |
Suspeito(s) | Daoud Ouhnane Jamal Zougam |
Motivo | Extremismo islâmico; participação da Espanha na Guerra do Iraque |
A controvérsia sobre a autoria dos atentados por parte do governo surgiu depois que os dois principais partidos políticos da Espanha — Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Partido Popular (PP) — acusaram-se mutuamente de ocultar ou distorcer evidências por razões eleitorais. Os atentados ocorreram três dias antes das eleições gerais em que o PP, liderado por José María Aznar, foi derrotado. Imediatamente após o atentado, os líderes do PP alegaram evidências indicando a organização separatista basca Euskadi Ta Askatasuna (ETA) como a culpada pelos atentados.[7][8]
No entanto, mais tarde uma conexão com o fundamentalismo islâmico foi estabelecida. O governo do PP tinha colocado a Espanha na Guerra do Iraque, uma política extremamente impopular entre os espanhóis.[9] Manifestações e protestos nacionais pediram ao governo para "dizer a verdade".[10] A visão predominante entre os analistas políticos é que a administração Aznar perdeu as eleições gerais por tentar manipular a responsabilidade dos ataques terroristas, e não pelos atentados em si.[11][12][13]
O governo de Aznar parece ter concluído que um ataque da ETA seria útil politicamente por indicar uma abordagem dura contra o terrorismo basco, ao passo que um ataque da Al Qaeda poderia prejudicar o governo ao destacar o seu papel no Iraque e a sua relação com os EUA.[14]
Os atentados foram os piores ataques terroristas da história espanhola e da Europa. Foi o ataque que mais causou mortes no continente europeu desde o Atentado de Lockerbie, no Reino Unido, em 1988. Após 21 meses de investigação, o juiz Juan del Olmo processou o cidadão marroquino Jamal Zougam, entre vários outros, por sua participação na realização do ataque.[15] A sentença de setembro de 2007 não estabeleceu qualquer mentor conhecido nem uma ligação direta com a al-Qaeda, mas especialistas têm repetidamente advertido que não há a categoria de "autor intelectual" no direito espanhol.[16][17]