arquipélago na Guiné-Bissau Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O arquipélago dos Bijagós são um conjunto de ilhas costeiras e estuarinas da Guiné-Bissau, constituído por 88 ilhas, ilhéus e ilhotas, situadas ao largo da costa atlânticaafricana, com uma área total emersa de 2624km2 e uma população estimada de 32400 habitantes (2009). O território corresponde a um antigo delta transformado em arquipélago pela subida pós-glaciar do nível médio do mar.[1] É ainda o único arquipélago deltaico da costa ocidental africana e o maior complexo de vasas de Africa.[1]
O arquipélago tem uma área total de 2.624km²[2] e uma população orçada em cerca de 30.000 habitantes (2006). Apenas 20 das ilhas têm populações significativas, já que a maioria ou são desabitadas ou têm populações muito reduzidas. A população fala maioritariamente o Bijagó e professa religiões animistas: são profundamente crentes e dedicam cerca de cem dias por ano a rituais religiosos.
Geograficamente organizam-se em 8 grupos de ilhas, somando 88 ilhas pertencentes ao arquipélago, onde salientam-se:
Na era pré-colonial o arquipélago constituía um importante ponto de passagem das rotas comerciais na costa ocidental Africana. Em 1930-1931 o antropólogo e fotógrafoAustríacoHugo Bernatzik viveu no arquipélago onde documentou a vida do povo Bidyogo. A ilha de Orango tem uma sociedade matriarcal onde as mulheres escolhem os maridos ao cozinhar-lhes um prato (tradicionalmente peixe) que, sendo aceite e comido pelo pretendido, se torna o selo da união.
Os bijagós não são verdadeiramente originários destas ilhas, que lhes serviram de refúgio antes da conquista de Malinké. Terão chegado a estas ilhas depois de terem sido derrotados por outros povos do continente e construído as suas aldeias no centro das ilhas, em plena floresta, para melhor se defenderem.
A maior parte da população do arquipélago pertence à etnia bijagó. Contudo, existem outros grupos étnicos guineenses que coabitam com os bijagós neste meio insular. Por outro lado, os estrangeiros vindos da sub-região estão igualmente presentes no território em conjunto com os Nhomincas do Senegal, os guineenses de Conakri e os habitantes da Serra Leoa.[3]
Organização social
Cada aldeia que agrupa em média 100 a 200 pessoas, pode ser considerada uma entidade política, económica e religiosa.[4]
A maior parte das ilhas do arquipélago pertence administrativamente a Região de Bolama, sendo que as únicas exceções são o ilhéu (ou ilha) Mancebo, que faz parte da região de Quinara, e a ilha das Areias, parte da região do Biombo.
Mais informação Divisão Administrativa /Ilhas, Sector ...
O bijagó autóctone é tradicionalmente ligado às actividades agrícolas, pois a economia do arquipélago repousa essencialmente na agricultura. Quanto à pesca, essa constitui uma actividade complementar e de subsistência. As mulheres dedicam-se igualmente à apanha do marisco e bivalves, principal fonte de proteína animal da população bijagó.[10]
O turismo no arquipelago é incipiente, recebendo cerca de 30 mil turistas por ano(2017).[11] Possui algumas instalações de ecoturismo.[12]
Com um clima tropical, as ilhas têm duas estações bem definidas: a das chuvas, entre maio e outubro, e a seca, de novembro a abril. A temperatura é sempre elevada, sendo os meses de dezembro e janeiro os mais frescos.[12]
A ilha de Orango tem muitos tipos de clima, desde o mais seco nas zonas de pouco pasto, savana, até uma muito húmido, quando se entra no meio da vegetação.
Pela importância da sua biodiversidade todo o arquipélago está classificado como Reserva Ecológica da Biosfera pela UNESCO.[13] Esta reserva ecológica é o abrigo de um sem-número de aves, nomeadamente, abutres, beija-flor de barriga verde, garajau, garça gigante, pelicanos, flamingos e tantos outros. Também podemos encontrar manatins africanos.[12]tartarugas marinhas, lontras-do-cabo, tubarões e na ilha de Orango, hipopótamos (únicos do mundo no meio marinho).[1]
As ilhas dos Bijagós são antigo delta transformado em arquipélago depois da subida do nível do mar.[4] É ainda o único arquipélago deltaico da costa ocidental africana e o maior complexo de vasas de Africa.[4]
Nóbrega, Álvaro (2009). A gestão do espaço e da propriedade tradicional no arquipélago dos Bijagós, Instituto Superior em Ciências Sociais e Políticas.