Analfabetismo político
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O analfabetismo político se refere àquelas pessoas que não se interessam como deveriam, não pesquisam, não se informam e não participam como se espera da política.[1] Segundo o advogado Edgar Herzmann, "O analfabetismo político representa uma estagnação social, uma zona de conforto cega, desprovida de consciência política, evidenciada pelo conhecido discurso pronunciado pelos equivocados do tipo: “odeio política”, “política não se discute” e materializada em atitudes como desligar o rádio na “Hora do Brasil” ou o televisor durante o horário da propaganda eleitoral obrigatória."[2]
Para Paulo Freire, o analfabeto político é aquele que tem uma visão ingênua da realidade social e das relações dos homens com o mundo. Deste modo, o analfabeto político:[3]
Se é um cientista, tenta "esconder-se" no que considera a neutralidade de sua atividade científica. [...] Se é um religioso, estabelece a impossível separação entre mundanidade e transcendência. Se opera no campo das ciências sociais, trata a sociedade, enquanto objeto de seu estudo, como se dela não participasse. [...] Sua concepção da realidade é mecanicista e fatalista. A história é o que foi e não o que está sendo e em que se gesta o que está por vir. O presente é algo que deve ser normalizado, e o futuro, a repetição do presente, o que significa a manuntenção do status quo.— Paulo Freire (1982). Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos 8ª ed. [S.l.]: Paz e Terra. p. 90